10 emergências médicas mais perigosas para idosos do que para jovens

Após os 60 anos, o organismo humano entra em uma fase de declínios e fica mais vulnerável a uma série de situações: desidratação, queimadura, intoxicação...

Muitas dessas situações já são consideradas ameaças imediatas para a saúde de qualquer paciente, mas no idoso têm potencial de cursarem com desfechos ainda mais graves do que em comparação aos jovens.

Por isso, VivaBem, com a ajuda de especialistas, compilou e apresenta uma lista explicativa de várias emergências que o idoso, bem como as pessoas de seu convívio, como familiares e cuidadores, devem ficar atentos, se precaver e caso ocorram procurar o quanto antes por atendimento médico. Não dar atenção a elas a tempo pode custar sua vida.

1. Desidratação

Idosos correm maior risco, porque, com o envelhecimento, a absorção de água pelo organismo deles já não é tão boa e eles também tendem a usar mais medicamentos diuréticos, o que os faz urinar mais vezes e perder um volume de líquido maior.

Assim, acabam suscetíveis a terem infecções no trato urinário, danos aos rins, pulsação acelerada, alucinações e até convulsões.

2. Insolação

Exposição em excesso ao sol, ou calor intenso, nunca é bom, mas para quem é idoso é pior, por terem menos água em sua composição corporal, menos sensação de sede e mais alterações na pele, que é fininha e já não regula tão bem a temperatura corporal.

Devido a isso, sofrem mais os efeitos da hipertermia, que causa alterações de pressão arterial, náuseas, tonturas e coma.

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3. Desmaio

Em idosos, perda repentina de consciência pode ter relação com insolação e desidratação, mas também com hipotensão postural ou ortostática (forma de pressão arterial baixa que ocorre ao levantar-se da posição sentada ou deitada).

Além das sensações prévias de mal-estar e fraqueza, desmaios aumentam a mortalidade por predispor riscos de queda, isquemia vascular e declínio cognitivo.

4. Queda

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Imagem: iStock

Causam lesões e fraturas que podem ser graves, como as de quadril, já que o idoso, pela idade, é mais propenso a ter ossos frágeis e porosos (osteoporose).

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Muitos, após uma queda, morrem por complicações associadas a comorbidades, pneumonia por acamação, ou ficam com medo de voltar a andar, o que causa dores crônicas e perdas irreversíveis de mobilidade e autonomia.

5. Hipotermia

Idosos sentem mais frio e estão mais sujeitos aos efeitos da baixa temperatura corporal por terem menos volume de gordura e a pele mais sensível. Assim, sua proteção contra a perda de calor é menor e eles são mais facilmente afetados por graves problemas de saúde decorrentes, como infecções respiratórias, diminuição da pulsação, perda de consciência e lesão hepática.

6. Sangramento

Especialmente em idosos com cirrose, hepatite, ou acima dos 75 anos e que usam de forma contínua medicações que inibem a coagulação, como heparina, varfarina e aspirina, para evitar ataques cardíacos e derrames cerebrais, o risco de hemorragias graves e fatais é maior. Elas podem provocar choque hipovolêmico, com taquicardia, hipotensão e anomalias neurológicas.

7. Queimadura

São difíceis de serem tratadas em idosos, principalmente por eles terem a pele muito delicada e frágil, serem menos resistentes a tratamentos cirúrgicos e muitos sofrerem de diabetes, o que dificulta bastante o processo de cicatrização.

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Como idosos também acabam tendo menos água no corpo, a chance de desidratação, insuficiência renal e falência múltipla de órgãos é maior.

8. Afogamento

Não necessariamente precisa ocorrer em mar ou rio para ter desfecho trágico. Idosos que se "afogam" durante refeições, devido à disfagia, que é uma condição comum do envelhecimento, caracterizada pelo enfraquecimento da musculatura do sistema digestivo, podem aspirar líquidos e alimentos e esses gerarem?complicações respiratórias graves, como pneumonias.

9. Infecção

No idoso, as mais comuns costumam ser urinária, de pele e respiratória e quando com idade bastante avançada e doenças crônicas associadas, elas podem evoluir perigosamente, às vezes sem febre, mas com confusão mental, redução considerável da temperatura, hipoglicemia (queda no nível de açúcar presente na circulação) e mudanças súbitas de comportamento.

10. Intoxicação

Com o envelhecimento, aumentam a duração e ação de substâncias químicas no organismo, a taxa de alcoolemia (concentração passageira de álcool no sangue), a sensibilidade a ressacas e a frequência de distúrbios associados.

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Drogas (cocaína, alcaloides) potencializam os riscos de complicações cardiovasculares, enquanto remédios para tratar transtornos mentais (diazepam, alprazolam, midazolam), podem gerar efeitos colaterais cognitivos e facilitar quedas e fraturas.

Fontes: Luís Henrique Braga Gomes, médico pela EBMSP (Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública) e professor na Ipemed-Afya; Natan Chehter, geriatra membro da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e do Hospital Estadual Mário Covas (SP); e Paulo Camiz, geriatra e professor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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