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Você pode morrer de calor? Alta temperatura acende alerta para brasileiros

Inmet emite alerta vermelho para onda de calor em nove estados do país; saiba quais são Imagem: Pexels

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

23/09/2023 04h00Atualizada em 25/09/2023 17h50

Nesta semana uma onda de calor está atingindo boa parte do Brasil. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta laranja de perigo para diversas regiões apontando risco à saúde devido à temperatura de 5ºC acima da média.

Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul podem ter registros superiores aos 40ºC. Em junho e julho, a Europa também sofreu com recordes de temperaturas em vários países, chegando na casa dos 40ºC. Houve registro de pessoas morrendo de calor por lá. Só no verão de 2022, foram 61 mil óbitos.

Por que isso ocorre?

Mortes devido ao calor acontecem, pois, assim como em baixas temperaturas sofremos os efeitos da hipotermia, nosso corpo pode entrar em colapso no calor extremo. A temperatura exata em que isso pode acontecer, no entanto, depende de fatores ambientais, da idade e da saúde de cada indivíduo.

Em câmaras de exposição, em testes com pessoas jovens e saudáveis, o risco começa quando a temperatura chega aos 42ºC. Estes ambientes, porém, não reproduzem o mundo real, onde a tolerância pode ser ainda menor, de acordo com o conforto térmico dos espaços em que as pessoas vivem, doenças crônicas pré-existentes e a faixa etária de cada um.

Em geral, as cidades brasileiras não estão preparadas para as amplas variações de temperatura que sofrem ao longo do ano. As pessoas costumam passar frio e calor dentro da própria casa por falta de isolamento térmico adequado. E, nas periferias dos grandes centros urbanos, as chances de uma pessoa morrer de calor são ainda maiores, já que as habitações costumam ser mais precárias, os bairros têm poucas áreas verdes e as temperaturas podem se tornar mais insalubres.

Calor extremo pode levar o corpo ao colapso Imagem: iStock

Existem ainda diferenças regionais, já que o nosso corpo se acostuma à média das temperaturas do lugar em que vivemos. Em São Paulo, as pessoas começam a sofrer com o calor a partir dos 28ºC; já em Teresina, os moradores suportam bem os termômetros até os 34ºC.

Golpe de calor e como afeta o corpo

Alta temperatura pode ser fatal. Os sintomas possíveis incluem problemas de consciência, dores de cabeça, tonturas e sonolência, além de convulsões, vômitos, diarreia e baixa pressão arterial.

Morte rápida. Um golpe de calor se desenvolve entre uma e seis horas e pode acarretar morte em menos de 24 horas, se não forem tomadas medidas.

Causas diferentes. Em idosos, pessoas com doenças crônicas e crianças, o golpe de calor geralmente ocorre devido à combinação de altas temperaturas e grave deficiência de líquidos e eletrólitos. Em adultos saudáveis, esforço físico excessivo, como prática esportiva ou trabalho ao ar livre, geralmente é a causa.

O que fazer?

Aos primeiros sinais, deve-se chamar o serviço de emergência. O corpo deve ser resfriado o mais rapidamente possível, o paciente transferido para um local fresco e, se possível, ingerir líquidos. Roupas supérfluas devem ser retiradas.

Se a pessoa estiver inconsciente, mas respirando normalmente, deve ser colocada em posição lateral de segurança até a chegada do serviço de emergência. A respiração e a consciência devem ser verificadas regularmente. Se a respiração não é normal, é preciso iniciar medidas de reanimação.

Onda de calor: hidratar-se é fundamental para não sofrer Imagem: Daniel Marenco/FolhaPress

Cuidado com a desidratação

Os principais sinais de desidratação são urina escura e concentrada, bem como a sensação de que a língua e as pálpebras estão mais secas. Sem água suficiente no corpo, o sangue começa a se concentrar e pode formar coágulos ou aumentar muito a pressão sanguínea, causando infartos e arritmia. Nos dois casos, as vítimas mais frequentes são pessoas com doenças cardiovasculares pré-existentes.

Para evitar problemas nos dias mais quentes, o médico recomenda então o cuidado maior com crianças e idosos, que precisam tomar mais água; evitar exercícios físicos nos períodos mais quentes do dia, entre 10h e 16h; e manter a casa ventilada, abrindo as janelas e usando um bom ventilador.

Fonte: Paulo Saldiva, médico, IEA-USP (Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo).

*Com informações de matérias de VivaBem publicada em 09/07/2023 e Deutsche Welle, publicada em 21/09/2023.

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