Café coado, instantâneo ou espresso: qual é o mais saudável e quanto tomar?
Para muita gente, a melhor forma de começar o dia é tomando um cafezinho. Há diversos tipos de preparo, o que muda tanto o sabor quanto a quantidade de cafeína. De forma geral, o café coado, o instantâneo e espresso são os mais comuns na rotina dos brasileiros. Mas será que existe um tipo mais saudável?
Geralmente, os nutrientes são bastante parecidos, o que muda é a quantidade de cafeína ingerida em cada dose. A bebida contém pequenas quantidades de vitaminas, minerais e antioxidantes, e as poucas diferenças nutricionais entre os tipos variam de acordo com a qualidade do grão, a forma como foi plantado, o solo, o clima e como foi realizada a extração, além de quando foi moído.
De acordo com os especialistas consultados por VivaBem, quando o café é feito com os grãos moídos na hora, ele terá uma qualidade nutricional maior. O coado pode ter mais nutrientes devido ao tempo de preparo e maior contato com o grão.
Entre os mais consumidos, o instantâneo pode ser classificado como menos saudável, por ter menos nutrientes e ser mais processado, apesar de ser mais prático.
De forma geral, em quantidades adequadas, todos podem ser ingeridos e promover benefícios, já que os nutrientes são semelhantes.
Quantidade de cafeína
É importante se atentar para a quantidade de cafeína da bebida escolhida. Isso é um fator que determina qual tipo de café é mais saudável e a quantidade indicada por dia.
O espresso tem mais cafeína do que o café coado e é mais concentrado.
Quanto mais torrado o grão, mais cafeína a bebida tem.
Estima-se que uma xícara (150 ml) de café coado tenha entre 80 e 100 mg de cafeína.
Uma dose do espresso (50 ml) contém a mesma quantidade de uma xícara do coado.
É importante destacar que o café espresso é servido em doses menores. Portanto, se for o mesmo grão, tratado da mesma forma, é possível que uma xícara de café coado, que é servida em maior quantidade, tenha mais cafeína do que uma dose de café espresso.
Uma dose de café instantâneo (ou solúvel) varia de 40 a 80 mg de cafeína.
Vale destacar que a quantidade de cafeína pode variar muito de acordo com o processo de fabricação e os tipos de grãos utilizados quando o produto é industrializado. Uma forma de identificar a quantidade de cafeína é checar os rótulos dos produtos.
Por que o sabor é diferente?
Geralmente, além da quantidade de cafeína, as pessoas optam pelo café de acordo com o sabor. Isso é influenciado por diversos fatores, como origem do grão, formas de preparo e moagem.
O café espresso é feito numa pressão maior e com uma quantidade menor de água, por isso o sabor é mais acentuado e ele é mais concentrado.
Já o coado é preparado de forma mais lenta, por isso seu sabor é suave e com menor acidez, se comparado ao espresso.
Por fim, o instantâneo tende a ter o sabor e o aroma ainda mais suaves quando comparado aos outros tipos. Isso acontece porque a desidratação realizada durante o processo de produção elimina algumas nuances de sabor.
Possíveis benefícios do café
O consumo moderado do café está associado a diversos benefícios à saúde, independentemente do tipo de preparo.
Além de dar mais energia, entre alguns benefícios comprovados do café estão:
Diminuir o risco de problemas cardíacos;
Acelerar o metabolismo, o que contribui com a perda de peso;
Diminuir a glicemia no sangue;
Melhorar o funcionamento do intestino;
Contribuir com a memória;
Proteger o cérebro contra doenças degenerativas, como Parkinson e Alzheimer;
Combater inflamações;
Diminuir os efeitos nocivos do sol.
Formas de preparo mais saudáveis
O ideal é que não se adoce o café, mas, se não for possível, é indicado usar uma pequena quantidade de açúcar ou adoçante natural.
Entre as opções de ingredientes que podem tornar o café mais saboroso, sem comprometer a qualidade nutricional, estão:
Stévia;
Mel;
Canela;
Extrato de baunilha;
Bebidas vegetais;
Açúcar mascavo.
Quanto beber por dia e contraindicações
O consumo moderado de café é considerado seguro para a maioria das pessoas. A recomendação é consumir cerca de 200 a 400 ml de cafeína por dia, o que equivale a, no máximo, 4 xícaras de café coado. Já o espresso, por ter mais cafeína, deve ser consumido em menores quantidades.
Vale destacar que outras bebidas também contêm cafeína, como chá verde, chá preto, refrigerantes sabor cola e energéticos. Portanto, ao consumir estes itens, a atenção deve ser redobrada em relação à quantidade de café ingerida.
Entre o grupo de pessoas que devem evitar o consumo, destacam-se:
Quem tem úlceras, gastrite e doenças intestinais, já que o café irrita a mucosa do estômago e intestino.
Indivíduos com problemas cardíacos, pois afeta a frequência cardíaca.
Quem sofre de insônia ou distúrbios do sono, já que a cafeína é um estimulante.
Quem tem ansiedade ou distúrbios de humor.
Quem tem osteoporose, pois a bebida interfere na absorção do cálcio no organismo.
Gestantes e lactantes, pois pode provocar partos prematuros, abortos e afeta os bebês que estão sendo amamentados.
Crianças menores de 12 anos também são mais suscetíveis aos efeitos da cafeína e devem evitar o consumo.
Em quantidades excessivas, o café pode provocar desconfortos, como:
Diarreias.
Taquicardias.
Azias, enjoos e vômitos.
Dores de cabeça e estomacais.
Fadiga.
Fontes: Michelle Teixeira, nutricionista, mestre em alimentação nutricional e professora da PUCPR; Marcos Aurélio Nogueira Dias, fitoterapeuta e orientador nutricional que atua em Santarém (PA) na AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS; Carla Mary Silva Ribas, nutricionista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
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