Jejum intermitente: mitos e verdades sobre dieta popular para perder peso
Restringir a alimentação a um período de seis a oito horas por dia e ficar de jejum por 10 ou menos horas é a principal premissa do chamado jejum intermitente. A dieta ganhou popularidade nos últimos anos como uma estratégia de saúde e perda de peso, mas não é milagrosa e deve ser feita com a orientação de um especialista.
No primeiro episódio da nona temporada do Conexão VivaBem, a apresentadora Mariana Ferrão recebe a endocrinologista Lívia Marcela, que tira seis dúvidas frequentes sobre a prática. Veja abaixo:
1. Pode fazer jejum intermitente todos os dias?
Não é recomendável. Um dos motivos é o fato de que, como o jejum é uma prática difícil, muitos desistem logo no início. Além disso, uma vez que a pessoa para de jejuar, o peso pode voltar, gerando o conhecido efeito sanfona.
Portanto, a eficácia desse método a longo prazo depende da capacidade da pessoa em manter esse estilo alimentar saudável e de consumo equilibrado de calorias. "Às vezes, a pessoa diz 'vou fazer jejum intermitente todos os dias', aí ela não consegue fazer uma semana e desiste, então é melhor se planejar e fazer dois dias na semana, por exemplo", recomenda a especialista.
2. Pode comer o que quiser no período permitido?
Não. Alimentos muito calóricos e com alto índice glicêmico devem ser evitados, pois podem causar picos de insulina, hormônio que leva o açúcar às células.
"Um alimento que tem alto índice glicêmico é a tapioca. Não é legal quebrar o jejum só com tapioca, por exemplo", recomenda Marcela. "Apesar de ter uma fama de boazinha, ela é farinha, e farinha vira açúcar também no nosso corpo", lembrou a apresentadora Mariana Ferrão.
A refeição pós-jejum, segundo a especialista, deve ser equilibrada, composta de alimentos reguladores (verduras, legumes e/ou frutas), energéticos (carboidratos, de preferência ricos em fibras) e construtores (proteínas magras).
"Alguns estudos que mostram que jejum intermitente ou dieta hipocalórica, ou seja, de baixa caloria, têm a mesma eficácia na perda de peso, ou seja, a janela da alimentação é muito importante e tem que ser uma refeição saudável. Lívia Marcela
3. Jejum intermitente acelera o metabolismo?
Não. Não há como afirmar que esse tipo de dieta acelera o metabolismo. Na verdade, qualquer dieta que reduz a quantidade diária de calorias, independentemente de ser jejum intermitente ou não, tende a diminuir a chamada taxa metabólica basal, que é a quantidade de energia necessária para a manutenção das funções vitais do organismo ao longo de 24 horas.
É como se o corpo desse uma freada, compara a endocrinologista. "É por isso que o grande desafio é a manutenção do peso perdido".
4. Pode tomar qualquer líquido durante o período de jejum?
Qualquer líquido sem açúcar. É permitido e até aconselhável ingerir água ou alguma bebida não calórica. Café, chá e água com limão, por exemplo, estão liberados. Além de hidratar, os líquidos ajudam a dar uma sensação de bem-estar.
5. Se exercitar durante o período de jejum faz mal?
Não faz mal fazer atividade física durante o período de jejum, desde que a pessoa esteja acostumada com essa rotina. Quem está começando a treinar em jejum, o indicado é optar por um treino mais leve e de baixa intensidade.
"Não adianta acordar e falar 'hoje eu vou mudar de vida, vou fazer jejum e começar na academia'. Não faça isso, vá por partes, comece na academia e depois de um tempo, comece o jejum".
6. Crianças e adolescentes podem fazer jejum intermitente?
Em geral, não. Isso porque, devido à fase de crescimento e aprendizado, as crianças usam muito mais glicose do que os adultos. Além disso, elas também têm um gasto metabólico maior. Por isso, é comum que os médicos utilizem outras estratégias para a perda de peso em crianças e não o jejum intermitente.
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