Todo enlatado ou congelado é ruim? Saiba escolher opções mais saudáveis
De VivaBem, em São Paulo
03/10/2023 16h40
Alimentos enlatados são uma mão na roda quando o tempo está curto. É só abrir a lata de sardinha e pronto: o jantar está na mesa. Mas será que eles são a melhor opção para quem deseja ter uma alimentação saudável?
Nem toda comida em lata é necessariamente uma vilã da saúde, explica a nutricionista Evie Mandelbaum. A própria lata de sardinha é um exemplo. "É um produto rico em ômega 3, que a gente já sabe que tem benefícios para a saúde, incluindo um papel anti-inflamatório".
Outro "enlatado do bem" citado pela nutricionista durante o segundo episódio da 9ª temporada do Conexão VivaBem foi o atum. Mandelbaum explicou que, em comparação com outros alimentos enlatados, o atum é menos processado e tem um grande valor nutricional.
A lata com óleo possui cerca de 1 g de ômega 3. Além disso, tem proteínas, cálcio, magnésio, fósforo e ferro. A única ressalva é ter, em média, cerca de 362 mg de sódio, enquanto o fresco contém apenas 30 mg. Mas existem opções com teor mais baixo de sódio, daí a importância de comparar as embalagens antes de comprar.
Alguns enlatados, por outro lado, devem ser evitados. "Deveríamos tirar da nossa vida os produtos que são realmente prontos, como sopa de feijão enlatado, ou feijão temperado", disse a nutricionista.
"A dica é escolher os enlatados que, quando a gente olhar no rótulo, é praticamente só o alimento, como o milho e a ervilha, ainda que, nesses casos, seria melhor que a gente escolhesse os congelados ou in natura, que não têm sódio".
E os congelados?
Congelar os alimentos aumenta a validade da comida e é uma verdadeira economia de tempo e dinheiro. As idas à feira diminuem e também dá para planejar os dias que você vai dedicar à cozinha.
Outra coisa bem diferente, no entanto, são os ultraprocessados congelados. É o caso de uma caixa de lasanha ou de batata frita. Esses alimentos possuem ingredientes como conservantes, adoçantes artificiais e emulsificantes que não costumam ser utilizados na culinária caseira e que aumentam o risco de doenças como diabetes e câncer.
Se for um alimento in natura ou que você preparou em casa, não tem problema congelar e isso, inclusive, facilita a vida. O grande ponto não é o congelamento em si, mas qual alimento congelado você está consumindo. Evie Mandelbaum
"As diretrizes de todos os órgãos oficiais científicos dizem: 'para de comer comida ultraprocessada'. Isso porque são alimentos ricos em gordura trans, gordura saturada, excesso de sal, de açúcar, calorias e estão correlacionados com as doenças da modernidade, como sobrepeso, pressão alta, diabetes, colesterol infarto e AVC", acrescentou a nutricionista.
Congelar a comida caseira leva à perda de nutrientes? Segundo a nutricionista, a perda é mínima e vale a pena pela praticidade que o congelamento oferece à rotina.
Mandelbaum também compartilha uma dica para que o congelamento caseiro não se torne uma atividade cansativa.
"Aquela história de ficar cinco, seis horas cozinhando para congelar tudo e ajudar na praticidade, isso pode ser um problema, porque você fica supercansado e depois 'pega um bode daquilo'. O que que a gente pode fazer? Fez um arroz? Já faz logo 1 kg, congela um monte de potinho", sugeriu a nutricionista. "Fez o feijão ou frango assado? A mesma coisa".
Só é preciso ficar de olho no tempo que a tupperware vai ficar na geladeira, para não deixar o conteúdo estragar: comida congelada pode ficar, no máximo, 90 dias dentro do congelador.