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Endolaser: como funciona procedimento que fotógrafa que morreu ia fazer

O endolaser é mais utilizado para tratar varizes Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

16/10/2023 16h48

A fotógrafa Roberta Corrêa, 44, morreu na sexta-feira (13), após receber anestesia e passar mal. Ela faria um procedimento estético chamado endolaser numa clínica em Cosmópolis, interior de São Paulo.

De acordo com a família, ela sentiu calafrios, reclamou de dores, desmaiou e chegou a ter uma parada cardíaca. A causa do óbito foi registrada como "morte cerebral", segundo relato da prima Paola Eliza de Paula à EPTV (afiliada da Globo na região).

O que é endolaser

É uma técnica que usa um feixe de laser que passa por uma fibra óptica, sendo esta inserida no tecido subcutâneo.

Na ponta da fibra, que é da espessura de um fio de cabelo, o calor emitido pode ser usado para lifting facial, queima de gordura e tratamento de vasinhos, varizes e veia safena doente.

Segundo o médico Guilherme Jonas, especialista em angiologia e cirurgia vascular, a principal indicação do endolaser é para cauterização de vasos, veias e varizes.

Mais recentemente, o procedimento se expandiu para outras áreas.

É considerada uma cirurgia minimamente invasiva.

Usos do endolaser

Lifting facial ou corporal: tem o objetivo de rejuvenescimento e combate à flacidez. O endolaser pode ser aplicado na face, nos glúteos e no abdome, por exemplo, e estimula a produção de colágeno.

Lipólise: tratamento de gordura localizada. A ponta do laser chega no tecido gorduroso e o calor emitido "derrete" as células de gordura, sendo esta absorvida pelos vasos linfáticos. Caso a quantidade de gordura seja maior, ela pode ser aspirada.

Tratamento de vasinhos, varizes e veia safena: penetra na veia e a cauteriza por dentro. Neste caso, a anestesia é aplicada na pele e numa região próxima à veia. "Vai formar em volta da veia uma camada líquida protetora. O calor do laser deve ficar restrito à veia, não ultrapassar", diz Jonas.

Precisa de anestesia?

Sim. A anestesia local faz parte do procedimento para controlar a dor e deve ser aplicada por profissional habilitado e capacitado para uso. Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Jonas alerta que a analgesia traz riscos que devem ser imediatamente controlados por equipe especializada.

"A lidocaína (substância anestésica) é extremamente segura, mas tem de ter cuidado e respeitar a técnica para que a anestesia fique no local e não adentre a circulação sanguínea, porque pode levar a descompasso e arritmia cardíaca", explica o médico.

Reação à anestesia: o que fazer?

Alergia

É raro, mas a pessoa que recebe anestesia pode ser alérgica à substância sem saber e ter uma reação anafilática, que se manifesta com pontos vermelhos, coceira e dificuldade para respirar.

Imediatamente, ela deve ser tratada com uso de adrenalina, corticóides, anti-inflamatórios e antialérgicos. "É uma situação que não dá tempo de ir para o hospital", diz Jonas.

O cirurgião plástico Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, alerta, porém, que a adrenalina pode levar à morte se não usada corretamente. "Ela aumenta a frequência cardíaca e causa vasoconstrição", diz.

Intoxicação

Outro problema pode ser a intoxicação anestésica, em que o primeiro sinal é o gosto metálico na boca. Caso a pessoa sinalize a sensação, a aplicação da anestesia deve ser imediatamente interrompida.

A intoxicação ocorre se um volume maior do que o necessário é aplicado ou se a substância anestésica entra na corrente sanguínea.

Se houver arritmia, é preciso medicar para controlar o batimento cardíaco. Em caso de parada cardiorrespiratória, deve-se iniciar massagem cardíaca e, se preciso, uso de desfibrilador.

Também existem medicamentos que, injetados na corrente sanguínea, absorvem o anestésico.

Ambiente controlado

Amato explica que o que determina o porte cirúrgico é a anestesia, porque o endolaser pode ser feito em clínica com anestesia local ou em hospital com anestesia geral. Depende da área a ser tratada.

"O procedimento pode ser feito de forma ambulatorial desde que se respeite os princípios de assepsia, cuidado com esterilização, doses permitidas e o ambiente seja liberado pela vigilância sanitária para isso, com equipamento adequado", afirma o médico.

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