Mal súbito: o que causa morte como a da fotógrafa Ingryd Alves
Na quinta-feira (26), a fotógrafa Ingryd Alves, de 28 anos, morreu por causa de um mal súbito.
Ingryd fazia ensaios de gestantes, bebês e adultos. Ela já tinha fotografado filhos de famosos, como a pequena Mavie, filha de Bruna Biancardi e Neymar.
Entenda o que é um mal súbito e quais são as causas:
O que é um mal súbito
O mal súbito é uma parada cardíaca, que interrompe o fluxo sanguíneo para o corpo.
Ele é definido pela literatura médica como aquele quadro que acontece de repente, até uma hora dos primeiros sintomas ou 24 horas depois da última vez que a pessoa foi vista no exercício de suas atividades normais.
Alguns indivíduos morrem instantaneamente; outros, após a manifestação de alguns sinais.
Quais são as causas
Em 80% dos casos, a morte súbita está relacionada a doenças cardiológicas, seguidas de doenças neurológicas como o acidente vascular cerebral (AVC) e a crise convulsiva aguda.
Doenças herdadas, fatores genéticos, consumo de drogas e doenças metabólicas, como o diabetes, também podem estar relacionados.
Quais são as doenças cardiológicas mais comuns
Obstrução das artérias do coração: doença aterosclerótica coronariana, como a isquemia miocárdica e o infarto, especialmente após os 35-40 anos.
Doenças do músculo cardíaco: cardiopatia hipertrófica —doença genética em que o coração fica hipertrofiado, ou seja, aumenta sua espessura. Isso gera desarranjo muscular que propicia o surgimento de arritmias graves, especialmente durante a prática de atividade física. Geralmente acomete pacientes jovens, ou seja, abaixo dos 35 anos.
Distúrbios elétricos do coração: arritmias, o que inclui doenças dos canais iônicos, também chamadas de doenças de canais moleculares, que levam a anormalidades no funcionamento desses canais por onde passam esses íons (potássio e magnésio).
As doenças neurológicas que também podem causar morte súbita
Crise convulsiva aguda: pode estar relacionada a doenças como a meningite e a epilepsia, ou mesmo um sangramento.
AVC hemorrágico: lesão do tecido cerebral provocado por uma hemorragia no interior do crânio.
AVC isquêmico: perda de fluxo transitório (ou permanente) na região cerebral, devido ao bloqueio do fornecimento de sangue e oxigênio.
Quem está mais suscetível
Homens na faixa dos 60-70 anos estão sob maior risco.
60% dos casos estão relacionados à doença arterial coronariana (obstrução das artérias do coração) nessa fase da vida.
Apesar disso, é importante saber que, na população em geral, a morte súbita pode ser o "primeiro (e último) sintoma" de um problema cardíaco.
O evento pode acontecer na infância, mas é raro. Na juventude, geralmente se manifestará durante a prática de alguma atividade esportiva.
Devem ficar atentas as pessoas que têm histórico familiar de infarto ou de doenças no coração, que já tiveram um infarto ou que têm insuficiência cardíaca.
Quais são os sintomas
A morte súbita é o estágio final de uma série de situações que levam à parada cardíaca.
Dor no peito, falta de ar, fraqueza, tonturas, palpitações e desmaio são sinais que podem preceder o mal.
Sintomas de AVC - como paralisia do rosto e da perna, dificuldade de falar ou de compreensão, perda ou obscurecimento da visão, perda do equilíbrio e dor de cabeça intensa - também são sinais que podem aparecer antes da morte súbita.
É possível sobreviver?
Quanto mais rápido for o socorro, mais chances de sucesso.
A depender da causa e do tempo decorrido até o início do atendimento e sua qualidade, as manobras de ressuscitação cardiopulmonar podem ser bem-sucedidas, evitando a morte ou sequelas.
Entre os sobreviventes, as sequelas geralmente são neurológicas.
A cada minuto passado sem o devido socorro, a chance de recuperação diminui em 7% a 10%.
A morte cerebral ou permanente ocorre no período de quatro a seis minutos após a parada cardíaca.
Após 10 minutos, poucas tentativas de ressuscitação serão bem-sucedidas.
Por isso, se presenciar uma pessoa tendo um mal súbito, ligue imediatamente para a emergência e faça massagem cardíaca na vítima.
Como prevenir
Se observar sintomas diferentes do normal, procure um médico.
Leve uma vida saudável, com atividade física e alimentação equilibrada, sem cigarro e com menos estresse.
Com informações de reportagem publicada em 8 de outubro de 2019.
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