Micropigmentação chegou no nariz, mas pode virar cilada no futuro; entenda

A micropigmentação é uma realidade nas clínicas estéticas brasileiras. Antes comumente aplicadas em sobrancelhas, a prática agora também é utilizada para cobrir olheiras, dar cor aos lábios e, como última moda, pigmentar o nariz.

Contudo, aquilo que parece "facilitar" o dia a dia e pode apresentar um resultado satisfatório num primeiro momento, poupando do uso de maquiagem, é uma cilada para o futuro.

O que é?

A micropigmentação é uma tatuagem (a aplicação é por meio de um aparelho que contém agulhas finas na ponta). Com exceção aos casos em que a pessoa tem alergia ao pigmento, não oferece riscos à saúde física.

Contudo, esteticamente, assim como os desenhos feitos em outras áreas do corpo, há uma variação da tonalidade ao longo dos anos.

Funciona assim: as tintas são macromoléculas e tendem a ficar em planos mais profundos na derme quando colocadas. E ela pode migrar ainda mais para baixo com o passar do tempo —no caso da tinta preta, por exemplo, esse processo faz com que a enxerguemos azulada. A cor segue sendo preta, mas a maneira de vê-la muda.

Problemas da micropigmentação no nariz

A pessoa que escolhe tingir o nariz enfrenta um problema num curtíssimo espaço de tempo: ninguém tem sempre a mesma tonalidade de pele.

Há momentos em que, pela exposição ao sol, a pele bronzeia. Só que onde há a micropigmentação ficará igual —ou seja, destoando do restante do rosto.

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Já com o passar do tempo, à medida que envelhecemos, a produção de colágeno vai diminuindo no organismo e a pele perde densidade, levando a aparência de derretimento. Mas a tinta da micropigmentação não acompanhará essa transformação, podendo ficar deslocada na face.

Outra particularidade da fisiologia humana é que os os ductos das glândulas sebáceas, que é onde saem os sebos, tendem a ficar maiores na velhice —é por isso que idosos têm mais porosidade no nariz.

Dá para remover?

Se você entrou na moda da pigmentação e se arrependeu, é possível reverter o cenário por meio de lasers, mas não é um processo rápido, barato e que garante 100% de eficácia.

Os lasers disponíveis no mercado funcionam melhor em tintas pretas. Tons que copiam o da pele são bem mais difíceis de serem removidos porque quando o laser é posto sobre a tinta, acontece uma reação físico-química que afeta diretamente a cor da pele da pessoa, podendo deixar a região escura. Ou seja, será necessário mais tratamento para reverter o quadro.

Pele sempre bonita

A saúde e a beleza da pele estão diretamente ligadas aos hábitos que você mantém: se alimentar bem, evitando produtos hidrogenados e de calorias vazias, se exercitar, beber água e ter boas noites de sono são fatores que promovem um viço melhor ao órgão.

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Além disso, diariamente, limpe o rosto com sabonete próprio e não agressivo, use protetor solar acima do fator 30 e um bom hidratante. O médico dermatologista é o indicado para cuidar da pele.

Evite ciladas!

Procedimentos que prometem facilitar a vida em relação a aparência surgem constantemente. E na ânsia de mudar algo que te incomoda, é possível cair em ciladas que depois serão difíceis, caras e dolorosas de serem resolvidas.

Antes de sair em busca de novos tratamentos, pesquise bem e busque profissionais qualificados para orientar e recomendar um caminho que seja o melhor para você.

Fontes: Elisete Crocco, dermatologista e chefe do setor de cosmiatria da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia); Emmanuel França, dermatologista e livre-docente da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); e Regina Schechtman, dermatologista e vice-presidente da SBD-RJ.

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