Mais mensagem, menos imagem: quebrar estereótipos muda forma de envelhecer

Jane Fonda, Ingrid Guimarães, Mônica Martelli, Claudia Ohana. Só cresce a lista de mulheres com mais de 45 anos que têm marcado presença nas capas de revistas e nas telas com sex appeal, beleza e energia e sem, necessariamente, parecerem mais jovens do que são.

Além de mostrar que essa geração continua bela e na ativa, essa representatividade é o segredo do sucesso para combater o etarismo, como é chamado o preconceito com base na idade.

Esse foi o tema do painel "Espelho de uma geração", apresentado no evento VivaBem no Seu Tempo, que contou com a participação de Vanessa Machado, diretora de categoria do Grupo Boticário, Lucia Fleury Zerlotti, sócia e diretora comercial da Agência Dita, e Chris Castro, nutricionista e influenciadora digital.

Mariana Ferrão, Lucia Zerlotti, Vanessa Machado e Chris Castro no VivaBem No Seu Tempo
Mariana Ferrão, Lucia Zerlotti, Vanessa Machado e Chris Castro no VivaBem No Seu Tempo Imagem: Mariana Pekin

"Quando a gente vê um post da Viola Davis, de 58 anos, puxando ferro (na academia) ou uma capa de revista de moda com a Isabela Rossellini, que tem 71, ou ainda o cabelo grisalho da Glória Pires, que está lindo, mexe uma chavinha aqui dentro", começou a jornalista Mariana Ferrão, que moderou o bate-papo.

A desconstrução —ou até mesmo a reconstrução - dos nossos estereótipos de beleza pode mudar a maneira como a gente encara o envelhecimento Mariana Ferrão, jornalista

Mari Ferrão citou ainda um levantamento do Instituto Geena Davis, fundado pela atriz de 67 anos para analisar a questão de gênero na mídia, em parceria com a Netflix, que concluiu que em quase 60% dos filmes populares, os vilões têm mais de 50 anos. E apenas 30% dessas obras contam com pessoas de 50 ou mais como heróis. Além disso, personagens com menos de 49 anos têm duas a três vezes mais chances de viver um romance.

Vanessa Machado, diretora do grupo O Boticário
Vanessa Machado, diretora do grupo O Boticário Imagem: Mariana Pekin

Para Vanessa Machado, apesar das dificuldades, nomes como Cher, Madonna e Susana Vieira são exemplos de mulheres que mostram que é possível continuar trabalhando, fazendo o que se gosta por mais tempo.

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Chris Castro contou que ela própria, depois dos 40, passou a olhar mais para mensagens do que para imagens, como resultado da coragem de fazer suas próprias vontades. "Mensagens de segurança, de autoconfiança, de pessoas que escolhem o que querem fazer."

Chris Castro, nutricionista e influenciadora digital
Chris Castro, nutricionista e influenciadora digital Imagem: Mariana Pekin

"O que eu percebi de diferença nos últimos anos é que realmente a nossa voz é falada com mais verdade, temos mais colegas comunicando junto. Quanto mais mulheres, homens, pessoas 40 mais nas redes sociais, dividindo experiências, mais voz vamos ter."

Lucia Fleury Zerlotti, que trabalha com influenciadores e criadores de conteúdo maduros, destacou a importância de não se colocar toda uma geração na mesma caixinha.

Hoje uma mulher de 60 anos não é mais a vovó do tricô —eu tenho 60 anos e todo dia de manhã faço spinning—, mas também pode ser Lucia Fleury Zerlotti, diretora comercial

Lucia Fleury Zerlotti, diretora da Agência Dita
Lucia Fleury Zerlotti, diretora da Agência Dita Imagem: Mariana Pekin
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Informação e troca de experiências

Vanessa Machado, que tem mais de 25 anos de experiência na indústria de cosméticos, compartilhou uma história pessoal para destacar a importância do autoconhecimento na ressignificação do envelhecimento: na mesma época em que começou o projeto da linha de cuidados faciais Botik, que inclui produtos com ativos altamente tecnológicos e comprovação de eficácia, visitou a dermatologista por conta de uma queda de cabelo — e descobriu que estava no início da menopausa.

"Eu tinha 48 anos, nem pensava sobre isso, por mais que estivesse inserida no mundo da beleza. Foi a partir desse momento que eu comecei a entender o que estava acontecendo comigo e a partir do meu autoconhecimento consegui ajudar a criar um insight poderoso. Hoje, o autoconhecimento e as mudanças que ele gera, a partir da idade, são meus assuntos prediletos. As mulheres ainda precisam se destravar para se autoconhecer, conseguir conversar e trocar porque nessas trocas a gente aprende, cresce."

Lançada em 2020, Botik trabalha justamente com a premissa da troca: em parceria com a Agência Dita, reuniu um grupo de afinidade com mulheres chamadas Botikers, que testam produtos e se comunicam com a marca. "É uma iniciativa que, para mim, sendo uma mulher de 50 mais, é muito importante, pois mostra que, além de falar algo para fora, a empresa respeita esse público dentro de casa."

VivaBem No Seu Tempo - Painel O Boticário
VivaBem No Seu Tempo - Painel O Boticário Imagem: Mariana Pekin

Os produtos com vitamina C —um dos ativos com maior respaldo científico— estão entre os lançamentos mais recentes da linha. O sérum com 10% do nutriente é, inclusive, um dos queridinhos de Machado, que o aplica após a etapa de limpeza e finaliza a rotina com o ácido hialurônico.

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VivaBem No Seu Tempo é um evento do UOL que reúne convidados especiais para falar sobre saúde, sexo, menopausa e mudanças na vida após os 45 anos, para que as pessoas possam aproveitar a maturidade da melhor forma possível e envelhecer bem. Confira aqui a cobertura completa do evento e veja todos os painéis deste ano no YouTube de VivaBem.

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