Carrieri diz que começou terapia pois chorava vendo comercial de margarina

Os filhos crescem e saem de casa, os eventos sociais e o convívio com os amigos diminuem, o corpo sofre alterações hormonais —especialmente o das mulheres, com a chegada da menopausa—, a carreira passa por transformações, o corpo já não aguenta mais o ritmo intenso de antes.

Quando alcançamos a maturidade, por volta dos 45 anos, nos deparamos com diversos fatores que podem mexer com a nossa cabeça e afetar as emoções. O ator Mateus Carrieri, 56 anos, conta que, apesar de ter certo preconceito com a terapia, buscou o tratamento quando percebeu algumas mudanças em seus sentimentos.

"Poxa, não tô legal, alguma coisa tá acontecendo, pô, tô chorando quase todo dia vendo comercial de margarina na TV. Toca uma música um pouco mais emocionante e começo a chorar. E tudo bem se emocionar, mas a gente começa a perceber que isso está te fazendo triste", afirmou Carrieri no VivaBem No Seu Tempo, evento do UOL que discute o envelhecimento sem tabu.

Imagem
Imagem: Mariana Pekin/UOL

O ator, que participou do painel "É coisa da sua cabeça", explicou que não se soltou nos primeiros seis meses e ia às consultas quase que por obrigação. Mas, aos poucos, ele foi relaxando até aderir de vez ao tratamento.

Hoje, Carrieri, que também é profissional de educação física, diz que vê a terapia como essencial para cuidar do corpo e da mente.

Fazer terapia está completamente atrelado ao exercício físico para mim. Uma coisa não sobrevive sem a outra, o corpo e a mente Mateus Carrieri

Agora, Mateus incentiva as pessoas, principalmente homens da idade dele, a fazerem terapia em busca de autoconhecimento e tranquilidade. "Quando você tranquiliza começa a achar soluções mais inteligentes para tudo o que quiser fazer na vida."

Envelhecer com independência

Imagem
Imagem: Mariana Pekin/UOL
Continua após a publicidade

Com a meta de se tornar um centenário, Mateus Carrieri afirma que quer envelhecer com independência e ter o controle de tudo o que fizer, seja com 60, seja com 70, seja com 80, seja com 90 anos.

"Comecei a pensar no que fazer dos 50 ao 100. Botei esse número na cabeça, pode ser que seja mais, pode ser que seja menos. Mas, chegando mais lá na frente, quero ter independência, não quero ser cuidado por ninguém."

O ator diz que se cuida hoje para ter saúde e fazer as coisas com autonomia no futuro. "Quero caminhar, poder sentar e levantar sem alguém ter que ficar me ajudando. 'Segura o nono', 'Olha o nono vai cair'. Sabe essa coisa de família italiana. Quero ter independência e comecei a me preocupar com isso."

Mateus Carrieri participou do painel 'É coisa da sua cabeça' junto de Camila Faus, da psicanalista Vera Iaconelli e da jornalista Fabiana Scaranzi
Mateus Carrieri participou do painel 'É coisa da sua cabeça' junto de Camila Faus, da psicanalista Vera Iaconelli e da jornalista Fabiana Scaranzi Imagem: Mariana Pekin/UOL

Carrieri contou ainda que, quando mais jovem, achava que aos 50 anos já estaria pensando em aposentadoria, curtindo uma fase mais sossegada e com a vida ganha.

No entanto, para ele, fazer 50 foi emblemático, pois o ator viu que não se tornou o "velho" que imaginava que seria e percebeu que ainda tem muito o que fazer pela frente.

Continua após a publicidade

"Não estou com a vida ganha aos 57, ainda preciso trabalhar muito, tenho três filhos. Estou quase arrependido de ter feito uma vasectomia. Estou casado há dois anos, a gente fala: 'Pô, podia ter mais um neném agora. Ia ser legal, ia ser uma nova fase'. A minha esposa gostaria muito. Já fui ao médico para ver como é reverter essa vasectomia. Acho difícil acontecer."

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.