Novo remédio contra queda de cabelo é aprovado pela Anvisa: ele é pra você?

A Anvisa aprovou no último mês um novo medicamento para queda de cabelo. Agora, o baricitinibe, também conhecido pelo nome comercial de Olumiant, da farmacêutica Eli Lilly, poderá ser usado especificamente no tratamento da alopecia areata.

A condição é diferente - e mais grave - que a alopecia androgenética, a calvície mais comum na população, herdada geneticamente.

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Entenda como medicamento funciona

O medicamento é um imunomodulador. Ele atua no sistema imune dos pacientes, ajudando a diminuir a ação de uma substância ligada à ocorrência de reações inflamatórias no organismo.

O baricitinibe é um inibidor da enzima Janus quinase. Também chamada de JAK, ela é encontrada na membrana dos linfócitos, fazendo parte dos receptores de moléculas inflamatórias, as citocinas, que, ao se encaixarem, não permitem a ação do sistema imunológico. Então, no organismo, o medicamento impede a reação que culmina na agressão ao folículo capilar.

Sucesso em estudo. Renata Magalhães, chefe do Serviço de Dermatologia da Unicamp, afirmou em entrevista à coluna de Lúcia Helena, em VivaBem, que a aprovação do remédio é uma grande conquista.

O medicamento foi usado em um estudo com 1.200 adultos — inclusive nos brasileiros acompanhados na Unicamp — com alopecia areata grave. Em seis meses de tratamento, para 22% dos pacientes, 80% da área do couro cabeludo que tinha ficado pelada foi recoberta.

Efeitos colaterais. No mesmo estudo, que durou 36 semanas, foram observados alguns efeitos colaterais de gravidade leve a moderada, como infecção do trato respiratório superior, nasofaringite, cefaléia, acne e infecção do trato urinário.

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Para quem é indicado?

Essa é uma nova indicação terapêutica para o medicamento. Segundo a Anvisa, ele já possui registro no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide ativa moderada a grave e dermatite atópica moderada a grave, além de ter sido usado para o tratamento da covid-19 em pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.

Quadros graves de queda de cabelo. Agora, com a nova determinação, o baricitinibe poderá ser prescrito para o tratamento de adultos com quadro grave de alopecia areata.

Preço é salgado e é preciso de receita. O medicamento já está disponível nas farmácias brasileiras, mas precisa de receita. Em nota enviada a VivaBem, a fabricante Eli Lilly do Brasil informou que a dosagem de 4 mg tem um preço máximo ao consumidor (PMC) de R$ 5.648,25, sem impostos.

O que é a alopecia areata?

É uma condição autoimune. A doença é caracterizada pela queda localizada de cabelo na cabeça ou, em casos mais graves, também em outras áreas do corpo.

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Ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca os folículos capilares, resultando em queda de cabelo. Segundo publicação da Escola de Medicina de Harvard, quando o sistema imunológico não está funcionando como deveria, ele pode atacar as células do folículo capilar, fazendo-as entrar prematuramente na fase de "repouso", interrompendo o crescimento do cabelo.

O diagnóstico geralmente é feito por meio de um exame médico. Caso o uso de um dermatoscópio não seja suficiente para encontrar a causa da queda de cabelo, o médico poderá fazer uma biópsia do couro cabeludo para chegar a um diagnóstico mais claro.

Pode afetar homens e mulheres. Ainda de acordo com a publicação da faculdade norte-americana, a alopecia areata é um dos distúrbios de queda de cabelo mais comuns e a maioria das pessoas que desenvolve a condição tem menos de 30 anos —mas ela pode ocorrer em qualquer idade.

Causas exatas permanecem desconhecidas. No entanto, sabe-se que um episódio de estresse agudo pode influenciar no aparecimento da condição. A genética, o uso de determinados medicamentos, algumas infecções e outras condições autoimunes também podem servir de gatilho para a doença.

Doença imprevisível. Apesar dos tratamentos já conhecidos, incluindo o baricitinibe, o curso natural da alopecia areata ainda é imprevisível e não se sabe se será necessário fazer uso contínuo ou apenas por um período do medicamento.

*Com Reuters e reportagem publicada em 07/11/2023

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