Remédio vencido faz mal ou posso tomar? Corta o efeito? Entenda

A data de validade de um remédio é determinada após estudos e é o tempo em que a fabricante da droga garante que ela conservará sua qualidade, eficácia e segurança. Depois deste prazo, ninguém pode certificar que o medicamento não fará nenhum mal.

E o que acontece se você tomar um? Tem problema tomar mesmo depois de um tempo? Como a data de validade é definida? Veja as respostas para essas e outras perguntas a seguir:

O que acontece se eu tomar um remédio vencido?

A possibilidade de o remédio vencido não estar funcionando já é, por si só, um risco à saúde do paciente, já que ele não estará recebendo o tratamento que necessitava.

Além disso, as substâncias que compõem aquela medicação (além do princípio ativo, algumas são usadas para manter a apresentação do item) podem sofrer alterações físico-químicas e formar produtos tóxicos que prejudiquem a saúde.

Outro risco é um aumento dos efeitos adversos esperados e até surgimento de novos, não previstos originalmente.

No caso de antibióticos especificamente, ainda há a possibilidade de eles não funcionarem, mas exporem o paciente ao desenvolvimento de uma resistência a eles, já que não eliminará totalmente as bactérias que estão causando o quadro. Isso diminui ainda mais as possibilidades de tratamento para aquela pessoa.

O tempo de vencimento influencia nos efeitos?

Como a composição dos medicamentos varia bastante, não dá para determinar que todos os efeitos se degradam igualmente. Alguns podem se manter estáveis por um tempo após o vencimento enquanto outros perdem a sua segurança e eficácia mais rapidamente.

Como a data de validade de um medicamento é determinada?

O vencimento é estipulado de acordo com pesquisas apresentadas para a Anvisa no momento do registro do medicamento.

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A legislação brasileira exige que todo remédio tenha data de validade. O cálculo é feito após estudos científicos e, de modo geral, a data de vencimento é de dois anos.

São feitas pesquisas de estabilidade que avaliam as características originais nos aspectos químicos, físicos, microbiológicos, terapêuticos e toxicológicos do fármaco.

Tem diferença entre tomar um remédio eventual e um de uso contínuo após a validade?

A diferença está mais nas consequências que a ineficácia do remédio pode causar.

Em um tratamento pontual, haverá a piora daquele quadro, que pode ser grave e levar a um estado de saúde pior. Ou apenas ao não tratamento de um sintoma, como no caso de medicamentos para dor de cabeça.

Já um fármaco de uso contínuo para controle de doenças como diabetes ou pressão alta pode levar a uma piora do estado de saúde geral do paciente, que tem maior risco de desenvolver complicações relacionadas ao não tratamento do quadro crônico como infarto, AVC, problemas hepáticos, entre outros.

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Como devo descartar um medicamento vencido?

O ideal é deixar os remédios dentro da embalagem original e levá-los para uma farmácia ou centro de saúde próximo, onde eles saberão como descartar já que fazem parte de programas com este intuito.

Jogá-los fora por conta própria, no lixo ou mesmo na privada, pode causar contaminações no meio ambiente ou colocar outras pessoas em risco.

Como preservar meus medicamentos de uma forma melhor?

Mesmo dentro da validade, o medicamento que não for guardado de forma correta pode não agir como o esperado.

Algumas dicas para deixá-los bem armazenados são:

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  • Mantenha-os sempre em suas embalagens originais;
  • Em casa, guarde-os em locais frescos e secos. Nunca em locais com umidade ou expostos a muito calor;
  • Deixe-os longe do alcance de crianças;
  • Algumas formas farmacêuticas como cremes, óvulos, supositórios, são mais sensíveis a aumentos de temperatura. Nestes casos, se ao abri-los sua aparência foi modificada, eles não devem ser usados;
  • Em caso de viagem, é desaconselhável guardar os medicamentos nas malas dos carros ou outros compartimentos do carro ao sol, pois podem ser atingidas temperaturas muito altas.

Fontes: Camila Almeida, farmacêutica industrial e gerente comercial no CDPI Pharma; Christel Arce, diretora de acesso e assuntos regulatórios da Janssen Brasil; Elister de Oliveira, farmacêutica industrial, coordenadora do Grupo Técnico de Trabalho de Indústria Farmacêutica do CRF-GO (Conselho Regional de Farmácia de Goiás) e gerente de relacionamento no CDPI Pharma; Maria Fernanda Barros de Oliveira Brandão, farmacêutica do CIM do CRF-BA (Centro de Informação sobre Medicamento do Conselho Regional de Farmácia da Bahia).

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