Morte de fã de Taylor Swift: o que pode causar hemorragia no pulmão?
Um laudo preliminar identificou pequenas hemorragias no pulmão de Ana Clara Benevides, 23, estudante de psicologia que morreu na última sexta-feira (17) durante show da cantora Taylor Swift.
Por ora, não é possível afirmar que essa tenha sido a causa da morte da jovem. Resultados de outros exames, que ainda vão sair, precisam ser avaliados para se chegar a uma conclusão.
O que se sabe até o momento é que Ana Clara desmaiou logo no início do show, no Engenhão, no Rio. Era uma noite de muito calor.
Ela foi socorrida e levada ao Hospital Municipal Salgado Filho, onde constataram parada cardiorrespiratória.
De acordo com o centro de saúde, manobras de reanimação foram realizadas, mas a estudante não resistiu.
O que pode causar hemorragia no pulmão?
O cardiologista Heron Rached reforça que é preciso analisar todo o contexto da morte de Ana Clara e o histórico de saúde dela para concluir a causa do óbito. "A primeira coisa que precisa descartar é se ela fazia tratamento de outra doença", indica.
Segundo o médico, algumas hipóteses para hemorragia pulmonar são:
- Doenças pulmonares: pessoas com asma ou bronquite, por exemplo, sofrem mais com os efeitos do clima. Perante muito calor e desidratação, os brônquios também ficam desidratados e mais vulneráveis a sangramentos.
- Uso de medicamento: remédios anticoagulantes podem causar distúrbio de coagulação, contribuindo para sangramentos.
- Tosse excessiva: quando as vias aéreas estão desidratadas, a tosse é uma resposta comum, e o excesso dela, forte, pode romper um vaso pulmonar.
- Traumas: pancadas fortes e perfurações.
"A desidratação, isoladamente, dificilmente causaria a hemorragia. Deve ter causa associada", sugere o cardiologista.
Rached também explica que a hemorragia dentro do pulmão inunda o órgão com sangue e impede o processo de oxigenação, levando a uma parada cardiorrespiratória. "Pode resultar em morte por afogamento, mas em vez de água, é sangue", diz.
Os efeitos do calor sobre o corpo
O corpo humano é capaz de equilibrar a temperatura corporal entre 36,6°C e 37°C, além de regular limites entre 35°C e 41°C. É uma forma de proteger a saúde dos órgãos e dos sistemas.
No entanto, diante do calor excessivo, esse mecanismo pode não funcionar adequadamente e causar problemas como desidratação, tontura, fraqueza, náusea, dor de cabeça e inchaço nos pés e nas mãos.
Mas o impacto do calor sobre o corpo depende de condições pessoais, como idade e presença de doenças, e do tempo de exposição a altas temperaturas, por exemplo.
Rached explica o processo:
Quando exposto ao calor, o corpo perde água e eletrólitos como sódio, potássio e cloreto que são importantes para o bom funcionamento do organismo.
Ao perceber o desgaste, o sistema regulatório do corpo tende a reter mais a eliminação de água, evitando, por exemplo, que a pessoa urine muito.
Ao perder líquido, a pressão arterial cai, o que reduz a chegada de sangue em órgãos vitais como coração, pulmão, fígado e rins.
Desidratados e sem eletrólitos, esses órgãos entram em colapso, e o metabolismo do corpo se reorganiza.
Num evento drástico, com exposição prolongada ao calor e sem controle imediato, o cenário pode levar à morte.
Como se proteger
- Antes de se expor ao calor, hidrate-se com água. Durante e após a exposição, mantenha o consumo de líquido, mesmo que não sinta sede.
- Evite o consumo de bebidas alcoólicas.
- Prefira refeições leves e pouco temperadas.
- Utilize barreiras físicas, como boné, chapéu, óculos de sol e camiseta quando for se expor ao sol.
- Evite práticas intensas de atividades físicas, especialmente em locais abertos.
- Procure ficar em locais ventilados.
*Com informações de reportagem publicada em 21/11/2023.
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