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'Devido a uma espinha fiquei 21 dias internada e fiz duas cirurgias'

Marcela ficou 21 dias internada por causa de uma espinha Imagem: Arquivo pessoal

Simone Machado

Colaboração para VivaBem

10/12/2023 04h05

A médica Marcela Letícia Borges Barbosa precisou passar por duas cirurgias e ficar 21 dias internada em São Paulo após espremer uma espinha que surgiu em seu couro cabeludo e contrair uma infecção com abscesso.

Nos procedimentos cirúrgicos, foi verificado pelos médicos que parte do couro cabeludo havia necrosado devido à infecção. Abaixo, ela conta sua história:

"Dia 18 de agosto, uma sexta-feira, apertei uma espinha e no dia seguinte repeti o procedimento. Acabou que essa espinha contaminou, virou uma pequena infecção com abscesso [cisto com pus].

Três dias depois, fui a um hospital, o médico me passou um antibiótico e tive alta. Segui o tratamento em casa, mas não melhorava. Na mesma semana fui a outro hospital. Já estava com uma lesão extensa no couro cabeludo, já estava chegando no músculo, era uma celulite com abscesso.

O médico manteve a conduta, fui medicada com antibiótico via oral e liberada para me recuperar em casa. No outro dia, sabendo que aquela ferida poderia se agravar, busquei novamente o hospital e solicitei ao médico que fizesse um ultrassom para ver o grau em que estava a infecção. Por causa disso fui internada no mesmo dia.

Inicialmente, fiquei quatro dias internada, recebendo antibiótico na veia e tive alta para continuar com a medicação por antibiótico por comprimido, em casa. Apesar de seguir com o tratamento, percebi que não estava melhorando e a lesão estava abrindo.

No dia 1º de setembro, decidi mais uma vez ir ao hospital avaliar como estava a lesão e se o tratamento estava sendo efetivo. Fui internada pela equipe de infectologia e cirurgia plástica devido à gravidade da situação.

Devido à infecção, tive uma lesão no couro cabeludo, era como se tivesse vários buraquinhos nele, da espessura de uma caneta.

Imagem: Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Precisei passar por uma cirurgia para fazer uma limpeza na lesão, de onde foi retirado tecido necrosado, que estava ali morto.

Uma semana depois da primeira cirurgia, precisei passar por um novo procedimento cirúrgico, dessa vez para ver se a infecção estava controlada e se o machucado estava realmente sem secreção.

Foi preciso fazer um corte no meu couro cabeludo, mas os médicos notaram que não havia mais sinais de pus e nem outras substâncias infecciosas.

Após 21 dias de internação e de ter passado pelas duas cirurgias, finalmente tive alta e pude voltar para casa e para os atendimentos.

Por mais que tenha tido cuidado na hora de espremer essa espinha, tenha higienizado as minhas mãos, não evitei uma infecção e por isso fica o meu alerta para que ninguém faça isso.

O ideal é que se faça uma limpeza de pele em um profissional e use produtos secativos.

Como sou médica, o conhecimento que tenho me ajudou a buscar ajuda e atendimento médico rápido, porque sabia dos riscos de uma infecção.

Se tivesse ignorado a situação ou ficado tomando os remédios em casa, teria chegado ao hospital em uma situação muito mais grave do que cheguei.

Se tivesse demorado mais quatro ou cinco dias, com certeza a infecção teria se espalhado e as cirurgias teriam que ser muito mais invasivas. Além de a recuperação ser mais lenta."

Cuidados com espinhas

Imagem: Arquivo pessoal

As espinhas são uma doença da pele caracterizada por um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilosos.

Em outras palavras, acontece devido à interação entre as células mortas e a substância oleosa natural da pele, além das bactérias ali existentes, que bloqueiam os poros e levam à inflamação.

"As espinhas são como se fossem pequenos abscessos que devem ser tratados como infecções localizadas. Mesmo que pequenas, o ideal quando você tem uma ou várias espinhas é procurar auxílio de um dermatologista, fazer higiene com sabonetes adequados, usar cremes que possam diminuir a contaminação e a propagação dessas bactérias", explica Reinaldo Tovo, coordenador do Núcleo de Dermatologia do Hospital Sírio-Libanês (SP).

Ao espremer uma espinha corre-se o risco de substâncias nocivas que estão na pele ou nas unhas entrarem nessa lesão causando uma infecção localizada —a mais comum.

No entanto, é possível que essa infecção se propague, pela pele ou corrente sanguínea, gerando uma infecção generalizada.

É possível controlar o surgimento de espinhas com o uso de sabonetes e cosméticos adequados para esse fim e até mesmo medicamentos indicados por um dermatologista.

Manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada com pouca gordura e exercícios físicos regularmente também ajuda a controlar o aparecimento delas.

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