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Beber todos os dias ou só uma vez na semana; veja o que é pior

Novo estudo aborda padrões de consumo de álcool Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para VivaBem

20/12/2023 04h00

Um estudo publicado recentemente na revista Nature Communications observou que o padrão de consumo de álcool é mais importante do que o volume. Ou seja, beber muito em uma única vez pode ser mais prejudicial do que beber menos, mas periodicamente.

O que diz o estudo:

Frequência x quantidade. Com o intuito de investigar se há evidências de maior risco de doença hepática com base nos hábitos de vida, o estudo observou que o padrão de consumo de álcool é mais importante do que o volume consumido. Além disso, também foram consideradas a presença de fatores genéticos e diabetes tipo 2.

Muitos estudos que analisam a relação entre doença hepática e álcool concentram-se no volume de álcool consumido. Adotamos uma abordagem diferente, concentrando-nos no padrão de consumo de álcool e descobrimos que este era um melhor indicador do risco de doença hepática do que apenas o volume.
Linda Ng Fat, autora do estudo, em nota da University College London

A pesquisa aborda a prática chamada de "binge drinking" (beber sem parar em um curto intervalo de tempo), comparando consumo semanal e consumo diário.

O consumo médio de álcool foi dividido em quatro grupos na pesquisa: os que bebem dentro do limite (menos de 24g para mulheres e 32g para homens); acima do limite, mas abaixo do "binge" (24g a 48g para mulheres e 32g a 64g para homens); "binge" (48g a 72g para mulheres e 64g a 96g para homens); e "binge" pesado (mais de 72g para mulheres e mais de 96g para homens).

Nesse contexto, cerca de 20% da população bebe dentro dos limites toleráveis, enquanto 42% bebe acima dos limites. Já 23% se enquadram em "binge", e os 15% restantes em "binge" pesado, indicou o resultado do estudo.

Resultados com e sem fator genético. Como conclusão, a investigação afirma que aqueles que praticavam consumo excessivo de álcool por dia em algum momento da semana tinham três vezes mais probabilidade de desenvolver cirrose relacionada ao álcool. A pesquisa também concluiu que aqueles que bebem excessivamente —e têm uma certa composição genética— têm seis vezes mais probabilidade de desenvolver cirrose relacionada ao álcool.

Pesquisa em números. Adultos saudáveis que bebem acima do limite diário, mas abaixo dos níveis de consumo excessivo, o "binge", tiveram um risco de doenças do fígado como cirrose e esteatose hepática aumentado em 1,33. Já quem atingiu o "binge" teve o dobro do risco, 2,37. Naqueles que se enquadravam em "binge" pesado, o risco foi de 3,85.

Genética não é tudo. Ou seja, embora a genética desempenhe um papel importante, a pesquisa destaca que o padrão de consumo de álcool também é um fator-chave.

O estudo avaliou dados de 312.599 adultos que bebem ativamente da base de dados do UK Biobank. A pesquisa foi realizada por profissionais do University College London (UCL), do Royal Free Hospital, e das universidades de Oxford e Cambridge.

A doença hepática é uma das principais causas de morte prematura em todo o mundo, segundo a University College London.

"Consequências graves". "Esta pesquisa é importante porque revela que não é apenas o quanto você bebe, mas também a maneira como você bebe. Beber muito, rapidamente ou beber para ficar bêbado pode ter consequências graves para a saúde do fígado", disse Pamela Healy, diretora do British Liver Trust, em nota da University College London.

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