Além do azeite: 5 alimentos muito fraudados e o perigo de consumi-los

Na última semana, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) determinou o recolhimento de 12 lotes de azeite de oliva impróprios para consumo.

Segundo o órgão, os produtos não passaram nos testes laboratoriais nem correspondiam aos padrões de identidade e qualidade estabelecidos no Regulamento Técnico do Azeite de Oliva.

O que é um alimento fraudado?

De acordo com a FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura):

A fraude alimentar ocorre quando um fornecedor de alimentos engana intencionalmente o seu cliente sobre a qualidade e o conteúdo dos alimentos que está comprando.

Essa estratégia tem motivação financeira, para o lucro da empresa, e pode ocorrer de algumas formas:

  • Adição ou substituição de um componente;
  • Rótulo incorreto (origem do produto e data de validade alteradas, por exemplo);
  • Comercialização de produtos originais fora da cadeia regulatória;
  • Produtos que simulam o original;
  • Falsificação de produtos.

Os alimentos mais fraudados

O azeite é um dos alimentos mais fraudados do mundo, alvo de diluição ou substituição de ingredientes. Por ser um produto caro, as adulterações tentam tornar a produção mais barata ao adicionar outros óleos vegetais, como o de soja, ou azeite refinado.

Além do azeite, confira outros cinco alimentos muito fraudados mundialmente:

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Leite

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Imagem: iStock

Leite e seus derivados são adulterados para aumentar de volume e ficarem mais baratos. Água (inclusive contaminada), ureia, peróxido de hidrogênio, sacarose e o composto químico melamina já foram identificados em produtos fraudados.

Mel

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Por também ser um produto valioso, adulterações envolvem diluição e substituição. Empresas já adicionaram ao mel de abelha o mel de nozes, melada (substância açucarada produzida por outros insetos), açúcar de cana e xarope de milho.

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Café

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O Brasil é o maior produtor de café do mundo. A maior fraude reportada neste setor foi a adição de cevada, milho, arroz e casca de café ao produto original.

Sucos de fruta

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Imagem: Getty Images

É possível encontrar suco de uva com adição de suco de maçã e bebidas de laranja com acréscimo fraudulento de sacarose. Eles também costumam ser diluídos em água para aumentar o volume e reduzir o custo.

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Camarão

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Imagem: Diana Taliun/Getty Images/iStockphoto

Outro produto caro que, segundo a FAO, é um problema crescente em países da Ásia e do Pacífico. O que se faz é injetar gel nos camarões para fazê-los parecer maiores e pesar mais, com uma aparência mais atraente.

O perigo dos produtos fraudados

Além de enganar o consumidor, a FAO alerta que as fraudes alimentares também podem representar uma ameaça direta à saúde.

O caso da melamina no leite, por exemplo, levou ao adoecimento de mais de 300 mil pessoas na China em 2008, além da morte de seis bebês.

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Já um caso de azeite adulterado na Espanha resultou em uma síndrome que desencadeou aproximadamente 300 mortes e desenvolvimento de doença crônica.

Indiretamente, as adulterações fazem com que a qualidade nutricional dos alimentos não seja a prometida na embalagem, tirando do consumidor os benefícios pelos quais ele pagou.

Referências:

Economically Motivated Food Fraud and Adulteration in Brazil: Incidents and Alternatives to Minimize Occurrence. Disponível em: https://doi.org/10.1111/1750-3841.14279

Food fraud: Intention, detection and management. Disponível em: https://www.fao.org/3/cb2863en/cb2863en.pdf

The Spanish toxic oil syndrome 20 years after its onset: a multidisciplinary review of scientific knowledge. Disponível em: https://ehp.niehs.nih.gov/doi/abs/10.1289/ehp.110-1240833

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