Burnier teve dor no peito ao infartar; veja sintomas em homens e mulheres
José Roberto Burnier, 63, está internado após sofrer um infarto e passar por cirurgia para colocar um stent. O jornalista foi ao Hospital Sírio-Libanês (SP) com dores no peito após apresentar o SP2, na última sexta-feira (29).
Segundo o site Notícias na TV, ele disse a amigos que suspeita ter apresentado dois jornais naquele dia já infartando, devido ao tamanho do bloqueio da artéria. Burnier agradeceu o carinho em foto no Instagram na noite de ontem (1º):
Ganhei minha 3ª vida, graças a Deus! Muito obrigado pelas mensagens de apoio. Ótimo 2024 pra todos. José Roberto Burnier, em foto publicada no Instagram
O infarto acontece quando há a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa.
Além do stent, espécie de mola metálica que tenta conter novos bloqueios, outros procedimentos podem ser realizados para restabelecer a passagem de sangue para o órgão, como a cirurgia de "ponte de safena" (para revascularização do miocárdio).
Sintomas de infarto em mulheres são diferentes
Algumas pessoas podem ter infartos sem sintomas. Mas, de modo geral, os sinais típicos são:
- Dor aguda no peito, sinal mais comum, que perdura por mais de 20 minutos e irradia para ombro e braço esquerdos;
- Falta de ar;
- Sudorese, suor frio;
- Palidez;
- Sensação de desmaio.
No entanto, as mulheres podem ter sintomas atípicos facilmente confundidos com outros problemas. Os principais sinais são:
- Azia ou indigestão;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Tontura;
- Palpitações;
- Ansiedade inexplicável.
Segundo a Federação Mundial do Coração, mulheres que apresentam os sinais comuns de ataque cardíaco podem sentir dor mais difusa, que se espalha por pescoço, braços, abdome e costas. Além disso, o quadro pode ser precedido por cansaço inexplicável.
Fatores de risco do infarto
Colesterol elevado: o colesterol é um tipo de lipídio (gordura) fundamental para a integridade das células e para a produção de hormônios. Cerca de 30% provêm da nossa alimentação e 70% do nosso próprio fígado. Existem dois tipos de lipoproteínas: o LDL (ou mau colesterol) e o HDL (ou bom colesterol). O LDL em excesso está associado à formação de placas nas paredes das coronárias e, portanto, ao infarto. Já o HDL ajuda a remover o colesterol da parede das artérias, por isso é bom que essa lipoproteína esteja elevada no sangue. Tendências genéticas, hereditárias (hipercolesterolemia familiar), obesidade, sedentarismo e consumo excessivo de gordura animal podem interferir no nível de colesterol.
Hipertensão: uma das principais causas de doença cardiovascular, a pressão alta agride a parede das artérias e pode dilatar o coração, fazendo com que ele tenha que trabalhar mais. O problema pode ser causado por fatores genéticos e também por consumo excessivo de sódio (presente no sal de cozinha e nos alimentos industrializados), obesidade e sedentarismo.
Diabetes: tanto o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2 interfere no processo de aterosclerose. Quando essas condições não são bem controladas, aumenta o risco de ruptura das placas e formação de coágulos que podem resultar em infarto ou derrame.
Dieta inadequada: embora o colesterol seja considerado o principal vilão das coronárias, há outros fatores ligados à alimentação que interferem no risco cardiovascular, como a gordura trans (que diminui o HDL, fazendo o LDL se elevar), o excesso de açúcar e carboidratos —que aumenta o nível de triglicérides, um outro tipo de gordura "ruim" para o organismo, e gera resistência à insulina, processo que leva ao acúmulo de gordura abdominal.
Obesidade: quanto maior o peso, maior o esforço para o coração. Além de elevar o risco de outras condições associadas à doença coronariana, o tecido adiposo contribui para a produção de substâncias inflamatórias.
Estresse: tensão crônica e falta de sono adequado, por si só, provocam a liberação de hormônios que, em excesso, têm efeito inflamatório. Além disso, levam a pessoa a comer mais e pior. Já a descarga de adrenalina resultante de uma situação de estresse agudo pode fazer as artérias se contraírem, uma situação perigosa se já houver obstrução.
Sedentarismo: um bom condicionamento físico permite que o coração trabalhe com menor esforço, reduzindo o risco de hipertensão, obesidade, colesterol alto, estresse e hiperglicemia, todos fatores de risco cardiovascular.
Tabagismo: as substâncias tóxicas do tabaco agravam a aterosclerose, fazem as artérias se contraírem e endurecerem, além de exigir maior esforço do coração.
Idade: o pico de incidência do infarto em homens costuma ser a partir de 45 anos. Já em mulheres, após os 55 anos (a menopausa aumenta o risco cardiovascular). No entanto, a exposição mais precoce aos fatores de risco pode levar pessoas de 20 a 40 anos a ter infarto.
Anticoncepcional: associado a outros fatores de risco, como o tabagismo, pode aumentar consideravelmente o risco de infarto e trombose.
Drogas ilícitas: substâncias como a cocaína podem provocar infartos, inclusive em jovens, já que geram aumento da pressão e enrijecimento das artérias.
Abuso de álcool: em excesso, o consumo de bebida alcoólica também prejudica o sistema cardiovascular.
*Com informações de reportagens publicadas em 23/10/18, 11/10/22 e 09/04/23.
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