Cabelo não para de cair? Isso pode ter relação com o seu anticoncepcional
Prevenir gravidez e auxiliar o tratamento de doenças hormonais, como a síndrome ovário policístico, estão entre as maiores justificativas para o uso de pílulas anticoncepcionais. Para atingir o primeiro objetivo, o DIU (Dispositivo Intra-Uterino) de cobre ou com hormônio e o implante subdérmico também funcionam.
Mas você sabia que todos esses métodos podem ter impacto direto na saúde do seu cabelo?
O que acontece
Impacto nos cabelos é um dos efeitos colaterais de métodos contraceptivos hormonais. Por isso mesmo, não devem ser usados sem prescrição médica.
Influência em relação aos fios não acontece para todas as mulheres. É preciso ter predisposição genética à alopecia androgenética, a temida calvície feminina, que provoca o afinamento do cabelo ao longo do tempo.
A mulher pode nunca ter notado queda, mas quando toma determinado tipo de anticoncepcional, ele começa a cair. Isso acontece porque temos os hormônios masculinos limítrofes no organismo e, de acordo com a composição do remédio, isso pode proteger ou fazer os fios caírem. A composição citada é o que forma as pílulas: o estrógeno e progesterona, este segundo derivado de hormônio masculino.
Para proteger os fios o ideal é escolher, junto com o seu ginecologista, um anticoncepcional que tenha efeito antiandrogênico. No caso do DIU, o de cobre não contém hormônio, mas quando o dispositivo tem a progesterona chamada levonorgestrel, que é o mesmo caso citado anteriormente e, embora de absorção mínima, pode causar a reação de perda capilar para mulheres suscetíveis. O implante segue a mesma lógica.
Contraceptivo não deve ser escolhido aleatoriamente. É preciso analisar o histórico da paciente e os efeitos colaterais devem ser observados e acompanhados.
Queda comum
Se há interrupção do método contraceptivo, é normal acontecer a queda de três a seis meses após a parada. Entretanto, se for o eflúvio comum, o cabelo voltará a crescer e pode ser que a mulher nem perceba, pois o volume permanecerá.
As queixas associadas às pílulas, DIU Mirena e implante subdérmico são passíveis de um tratamento que contemple todas as necessidades. Especificamente sobre pílulas, existem várias no mercado que protegem os fios. A maioria delas tem um componente chamado ciproterona, que inibe os hormônios sexuais masculinos.
Fontes: Marcelino Poli, ginecologista do Hospital São Lucas da PUC-RS [Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]; Marisa Teresinha Patriarca, ginecologista e pesquisadora do Departamento de Ginecologia da Unifesp [Universidade Federal de São Paulo]; e Leila Boch, dermatologista e cirurgiã capilar.
*Com matéria publicada em 03/11/2017
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