Vicia? Vence? 10 mitos e verdades sobre óculos e lentes de contato

São vários os mitos sobre óculos de grau e lentes de contato disseminados por aí e tomados como verdade. Por isso muitos questionam-se sobre qual a melhor opção, entre o uso de um ou outro, principalmente entre aqueles que acabaram de receber um diagnóstico médico de que será necessário fazer uso de algum recurso visual para enxergar melhor daqui pra frente.

Com base nas diferentes perguntas que as pessoas têm, VivaBem com a ajuda de especialistas esclarecerá a seguir o que faz sentido e o que não faz. Mas, independentemente do que seja explicado, saiba que qualquer escolha que você tome deve ser orientada por um profissional, pois são diversos aspectos individuais que precisam ser avaliados para se tomar uma decisão.

Vamos lá?

1. Óculos são melhores que lentes?

Mito. Em termos de vantagens, pode se dizer que em comparação às lentes de contato, os óculos de grau exigem menos cuidados com higiene, manuseio e armazenamento, por não ficarem em contato direto com os olhos. Também têm durabilidade maior, são fáceis de usar e podem ser bastante estilosos, a depender do modelo e da cor da armação escolhida.

Por outro lado, podem cair no chão e quebrar mais fácil, limitam o campo de visão periférica, não são adequados para a prática de esportes e ainda tendem a ser esquecidos ou perdidos. Algumas pessoas também se incomodam com óculos no rosto, orelhas e tirar fotos com eles.

2. A lente pode se perder no olho?

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Imagem: iStock

Mito. Embora as lentes de contato possam se mover, não tem como se perderem nos olhos, deslizando para trás deles. O globo ocular é protegido por uma membrana fina (conjuntiva) que reveste sua parte branca (esclera) e conecta-se às pálpebras, evitando que qualquer coisa vá para o fundo. No máximo, as lentes ficam tortas na frente, ou param embaixo das pálpebras.

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3. Óculos de grau não têm validade?

Verdade, não têm. Mas precisam ser trocados de tempos em tempos por conta dos desgastes do uso rotineiro e das mudanças oculares verificadas por exames periódicos. Crianças, adolescentes e adultos devem consultar o oftalmologista a cada seis meses ou um ano, para fazer check-up e acompanhamento, principalmente no caso de alguma alteração visual.

Há quem mantenha um grau estável por anos, mas é necessário avaliar outras questões, como pressão ocular, fundo dos olhos e, antes do prazo recomendado, até a presença de sintomas como:

  • Vista cansada
  • Dores de cabeça frequentes
  • Incômodo ou desconforto nos olhos com ou sem óculos
  • Visão embaçada
  • Coceira acentuada
  • Vermelhidão ou lacrimejamento
  • Sensibilidade à luz
  • Costume de olhar por cima das lentes para tentar ver melhor

4. Óculos de farmácia prejudicam os olhos?

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Imagem: iStock

Verdade. Óculos vendidos prontos são padronizados, portanto não levam em consideração as necessidades individuais de quem apresenta problemas de visão e a distância exata entre as pupilas de cada usuário, deixando o centro óptico das lentes desalinhado com os olhos. Por conta disso podem desencadear dor de cabeça, vertigens, náuseas e até facilitar acidentes.

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5. Criança e adolescente não podem usar lentes?

Mito. Não existe idade mínima para começar a usar lentes, então adolescentes e crianças entre 10 e 12 anos podem usar sim. Entretanto, quando se é menor de 18 anos, é necessário que os pais ou responsáveis autorizem o uso, pois é necessário ter maturidade e habilidade suficientes para colocar e remover as lentes, bem como para saber cuidar de sua conservação e higiene.

6. Lentes podem ser usadas continuamente?

Verdade. Lentes podem ser usadas todos os dias, mas quanto ao total de horas que se pode ficar com elas nos olhos sem tirar, varia de acordo com o tipo e as condições oculares da pessoa, se ela possui aumento de sensibilidade ou vista seca, por exemplo.

Geralmente, as lentes são colocadas pela manhã e retiradas ao final do dia e antes de dormir. Agora, o uso prolongado incorreto aumenta o risco de doenças oculares perigosas.

7. Óculos de grau viciam os olhos?

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Mito. O uso no dia a dia não vai causar dependência nos olhos nem alterar o grau. Essa crendice surgiu do fato de os óculos modificarem —para melhor— as imagens percebidas, tornando-as mais realçadas, corrigidas sem esforço visual ou sensação de incômodo. Daí quando se tira os óculos, se vê menos, ou pior, e percebe que é difícil ficar sem usá-los.

8. Lentes causam mais problemas oculares?

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Imagem: Thomas Trutschel/Colaborador Getty Images

Verdade, quando em comparação aos óculos de grau. Mas isso não é comum e acontece em geral se há falta de cuidados com as recomendações dadas pelo médico e pelo fabricante do produto sobre manipulação, descarte, higiene e manutenção das lentes e do estojo delas.

As infecções oculares, especialmente da córnea, costumam ser as ocorrências mais relatadas.

O risco também é maior quando são usadas lentes fora da validade ou se frequenta piscina ou praia com elas.

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9. Óculos de grau podem estragar com o calor?

Verdade. Os revestimentos aplicados às lentes (antirreflexo, antiUV, fotossensível) são termossensíveis, ou seja, expostos a altas temperaturas, como quando os óculos são deixados dentro do carro no sol, podem se deteriorar e inutilizar as lentes corretivas.

O calor extremo também danifica a estrutura da armação, com rachaduras e deformações, já que alguns materiais utilizados são moldáveis às altas temperaturas, como o acetato.

10. Lente de contato não tem contraindicação?

Mito. Em alguns casos ela não é melhor opção, sendo preferível os óculos. Por exemplo, para quem está em tratamento ou possui doenças oculares, infecções crônicas, alergia severa e características anatômicas incompatíveis. Algumas pessoas também não se adaptam bem a lentes mais rígidas ou ajustam errado o material nos olhos e relatam dor, incômodos e ardor.

Fontes: Bruna Ventura, oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco; Ione Alexim, oftalmologista especialista em córnea clínica e doenças oculares externas pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); e Leonardo Marculino, oftalmologista do Hospital Cema, em São Paulo.

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