'Chorando de vergonha': compulsão por compras é transtorno e tem tratamento
A influenciadora Gabriela Bailas, 32, fez um relato no Instagram nesta quinta-feira (11) contando sobre a compulsão por compras.
Minha maior batalha é contra minha ansiedade, que gosta de dominar em alguns momentos e, com isso, eu tenho impulsividade para comprar. É uma forma de regular meus sentimentos.
A doutora em física, mais conhecida por Bibi Bailas, disse ainda que a terapia tem ajudado a lidar melhor com o problema. "Se se alguém está passando por isso, saiba que com terapia a gente consegue melhorar", falou.
O tanto de coisa que já tirei do meu armário, que simplesmente não uso. Muita coisa com etiqueta que nem lembrava (...) Onde é que botei meu dinheiro. Estou rindo e chorando ao mesmo tempo de vergonha.
Compulsão por compras é um transtorno
Ele é caracterizado pelo comprar excessivamente, apenas pelo prazer e para anestesiar a ansiedade. No entanto, o problema causa ainda mais sofrimento —inclusive financeiro.
Na maioria dos casos, a vergonha em compartilhar os comportamentos repetitivos é uma barreira para o diagnóstico. Como consequência, dificulta o acesso ao tratamento. Por isso, profissionais de saúde mental alertam pessoas que notam esse desconforto a buscar ajuda médica.
Quando o ato de comprar vira um problema?
Compra é permeada por sofrimento. Para quem tem o transtorno, episódios de consumismo, caracterizados por excessos na hora de comprar, são constantes e envolvem sofrimento significativo.
Um comprador compulsivo sabe que o comportamento faz mal, mas entra em um ciclo e não consegue parar de gastar. Isso traz sofrimento. Já o consumista, não tem esse desconforto.
O transtorno pode ser acompanhado de quadros de ansiedade e depressão. Investigar esses sintomas é essencial para o êxito do tratamento.
Comprar coisas é visto pela pessoa, na maioria dos casos, como forma de aliviar algum sentimento, como angústia ou tristeza.
A compra compulsiva é discutida desde o século passado, mas há poucos estudos sobre a origem do transtorno. Algumas evidências sugerem que estão envolvidas alterações genéticas, a identidade da pessoa e histórico de dependências na família —químicas ou comportamentais, por exemplo.
Como é o tratamento?
Terapia é o primeiro passo. O psicólogo conhece o paciente e o ambiente no qual ele está inserido, identificando os estímulos que representam gatilhos para a compulsão. A partir dessa análise, considera-se trabalhar o processo cognitivo e o significado das situações, ajudando-o a adotar um novo padrão de comportamento.
Medicamentos também podem ser úteis. O uso pode ser em complemento à psicoterapia. Uma avaliação criteriosa para definir qual medicação e dosagem adequadas precisa ser feita por um profissional especialista.
* Com informações de reportagem publicada em 24/11/2023.
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