Com 230 kg, ele emagreceu após ter de se pesar em balança de frigorífico

Jefferson Andrade, 30 anos, gosta de falar que o segundo nome dele é superação. Com 230 kg e vários problemas de saúde, ele passou pelo constrangimento de ser pesado em uma balança de frigorífico pelos médicos, pois nenhum aparelho convencional suportava seu peso. A partir disso, mudou hábitos e hoje tem percentual de gordura corporal de atleta. A seguir, Jefferson conta como eliminou 115 kg em um ano, sem remédio ou cirurgia:

"Na infância, eu já era uma criança com sobrepeso. Só que tudo desandou mesmo na minha adolescência. Comia muito na rua e a minha alimentação passou a ser totalmente descontrolada.

Eu não tinha moderação: comia salgadinhos, massas à vontade e exagerava em todas as refeições. Entrava nos restaurantes e acabava com um prato cheio, depois pedia outro. Bebia um litro e meio de refrigerante em poucas horas.

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Imagem: Arquivo pessoal

Certa vez, fui a um rodízio de pizza com meus amigos e fizemos uma aposta para ver quem conseguia comer mais. Eu comi exatamente 67 fatias de pizza. Esse tipo de comportamento fez com que eu perdesse totalmente o controle do meu corpo.

Ainda jovem, eu já era um obeso mórbido. Aos 29 anos, cheguei ao auge desse descontrole pesando 230 kg. Apesar de ser alto, tenho 1,97 metro, esse peso me trouxe muitos problemas de saúde.

Pressão alta e apneia

Por conta da obesidade, tive pressão alta, apneia do sono, não conseguia mais amarrar meu tênis e ficava a maior parte do tempo deitado.

Eu ainda fumava e, no meio desse quadro, contrai uma infecção no pulmão. Comecei a respirar com muita dificuldade. Fui internado com suspeita de covid, mas os testes deram negativo.

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O meu maior choque foi que, no hospital, os médicos tentaram me pesar e todas as balanças zeravam. Não tinha mais balança para mim, tiveram que usar aquelas de frigorífico. Fiquei muito constrangido. Abalou demais minha autoestima.

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Imagem: Arquivo pessoal

A situação me fez perceber que era a hora de mudar.

Saí do hospital com a orientação médica de perder 30 kg para poder fazer a cirurgia bariátrica. Então, comecei a mudar algumas coisas na alimentação e a fazer caminhadas.

Parei de comer massa e açúcar. Também cortei refrigerante e evitava comidas gordurosas: frituras, fast-food etc.

Comia tudo em porções razoáveis, mas somente alimentos saudáveis: verduras, legumes, frutas, carnes magras e muita água.

Quando vi que apenas com essas duas atitudes consegui eliminar os 30 kg que precisava, pensei que poderia continuar até conseguir um resultado melhor, para não ter de operar.

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Não vou falar que foi fácil, claro. Cheguei até a pensar em tomar remédio, mas não usei medicamentos pois fiquei com vergonha de ir ao médico e me apresentar do jeito que estava

Segui firme na dieta e fui intensificando o meu ritmo de caminhada até chegar a correr. Também passei a fazer musculação e caratê.

Em um ano, eu estava com menos 105 kg e correndo 15 km.

Novos hábitos

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Imagem: Reprodução do Instagram

Hoje o meu percentual de gordura corporal é de atleta (9.44%) e só tenho que ganhar um pouco mais de massa muscular. Há quase um ano mantenho o meu peso e já coloquei um pouco mais de carboidrato na dieta, para ter energia para treinar.

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Mas sigo com opções saudáveis: arroz integral, frutas, aveia, pão integral, mandioca e, às vezes, até uma massa. Tudo meu atualmente é bem balanceado, eu peso as porções antes de colocar no prato.

No começo, achei que era impossível perder tanto peso, nem eu mesmo acreditava. Era uma pessoa triste, me sentia excluído, nunca estava bem comigo mesmo e tinha vários problemas de saúde.

Quando comecei o processo, passava parte do tempo chorando durante as caminhadas.

Agora me vejo outra pessoa, alegre, gosto de cuidar de mim e fico mal quando não consigo. Quero manter essa rotina para sempre. O importante não é só o peso que a gente perde e sim a nova vida que a gente ganha.

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Imagem: Reprodução do Instagram

Muita coisa mudou depois que eliminei esse peso todo. O meu sono ficou 100%, roncava muito e sentia dificuldade para respirar. Antes, tinha vergonha até de ir à padaria, ficava muito tempo deitado. No ônibus nem conseguia entrar.

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A minha maior alegria foi quando fui a um parque de diversão e consegui entrar nos brinquedos com a minha filha. Aquilo foi uma vitória para mim. Hoje, já posso sair à vontade e minha vida social se modificou. Parece que quando começamos a cuidar do nosso corpo atraímos coisas boas, energias positivas."

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