Fabiana Justus é diagnosticada com leucemia mieloide aguda; entenda doença
A influencer Fabiana Justus, 37, filha do empresário e apresentador Roberto Justus, contou nesta quinta-feira (25) que foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda.
Em um vídeo publicado no Instagram, ela explicou que está internada realizando a primeira fase do seu tratamento.
"O nome assusta, tudo assusta, mas eu estou nas mãos de um super médico, estou sendo muito bem assistida e as coisas foram muito rápidas até pela característica da doença e a forma que tem que ser o tratamento. Vim para o pronto-socorro por conta de uma dor nas costas esquisita e febre e, desde então, eu não saí mais", explicou em seu perfil na rede social.
O que é a leucemia
A leucemia é um tipo de câncer que afeta o sangue ou, para ser mais específico, os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do nosso organismo contra infecções.
As células do nosso sangue são produzidas na medula óssea, um líquido gelatinoso que fica na parte interna e central dos ossos, popularmente chamado de tutano. Suas células progenitoras, dentro da medula óssea, sofrem uma mutação, ou seja, uma alteração no seu DNA, e se transformam em células doentes (blastos), que passam a se multiplicar de forma anormal.
De acordo com a evolução, a doença pode ser aguda (quando a multiplicação de células anormais é muito rápida e os sintomas se agravam rápido) ou crônica (quando a multiplicação não é tão rápida e os sintomas se agravam gradualmente). Esta última é mais comum em adultos.
Além disso, quando as células linfoides é que são afetadas, as leucemias podem ser chamadas de linfoide, linfocítica ou linfoblástica. Já quando as células mieloides é que estão doentes, as leucemias são chamadas de mieloide ou mieloblástica.
- Leucemia linfoide aguda (LLA): mais comum em crianças e adolescentes (cerca de 70% dos casos são em pediatria). Os leucócitos alterados são os linfócitos, chamados de linfoblastos. Sua multiplicação desordenada é rápida e compromete todas a produção de células sanguíneas;
- Leucemia linfoide crônica (LLC): não acomete crianças e adolescentes, e é mais comum após os 50 anos. Os leucócitos alterados são os linfoblastos, mas sua multiplicação desordenada é lenta e não costuma afetar a produção de células normais. A maior parte dos casos afeta os linfócitos B, mas há subtipos mais raros que podem afetar também os linfócitos T (leucemia prolinfocítica ou linfocítica granular) ou as células pilosas (tricoleucemia);
- Leucemia mieloide aguda (LMA): pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum a partir dos 65 anos. Os leucócitos alterados são os granulócitos, chamados de mieloblastos. Sua multiplicação desordenada é rápida. Sangramentos persistentes podem ser um sintoma comum. Pacientes com mielodisplasia, mielofibrose e leucemia mieloide crônica têm mais risco de desenvolver a doença, bem como pacientes com doenças raras como a anemia de Fanconi;
- Leucemia mieloide crônica (LMC): Os leucócitos alterados são os granulócitos, chamados de mieloblastos. Sua multiplicação desordenada é lenta. A diferença da LMC em relação às outras leucemias é a presença de uma anormalidade genética nos glóbulos brancos, denominada cromossomo Philadelphia (Ph+). Mesmo assim, não se trata de uma doença hereditária.
Ainda existem outros tipos menos frequentes, como a leucemia mielomonocítica crônica (LMMC), mais comum após os 60 anos, e a leucemia bifenotípica (LAB).
Sintomas da leucemia
Além de favorecer infecções, o excesso de leucócitos doentes também compromete a produção dos glóbulos vermelhos, o que pode resultar em anemia, e de plaquetas, resultando em hematomas ou sangramentos. Assim, os sintomas mais comuns da leucemia são:
- Febres de causa não explicada;
- Infecções;
- Anemia (palidez, cansaço, fraqueza ou tontura);
- Sangramentos (por ex: no nariz ou nas gengivas);
- Manchas roxas ou pontos vermelhos na pele;
- Dor óssea;
- Aumento dos gânglios linfáticos, baço e fígado.
Se a doença afetar o sistema nervoso central, podem surgir dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.
Alguns dos fatores de risco abaixo já foram associados a determinados tipos de leucemia:
- Tabagismo;
- Exposição à radiação (por ex: radioterapia, raios X);
- Tratamento prévio com quimioterápicos;
- Doenças hereditárias como síndrome de Down, síndrome de Bloom, ataxia, telangiectásica, neurofibromatose e anemia de Fanconi;
- Doenças do sangue, como policitemia vera, trombocitopenia essencial e mielofibrose idiopática;
- Exposição ao benzeno (solvente encontrado na fumaça do cigarro, na gasolina e largamente utilizado na indústria química).
Diagnóstico
A suspeita é através da história clínica e do exame físico do paciente. O diagnóstico é feito com exames de sangue (como o hemograma) e confirmado com exames da medula óssea (mielograma, imunofenotipagem, estudo genético/cariótipo).
Outros exames, como líquor (coleta do líquido da espinha), ultrassom e radiografia de tórax podem ser solicitados para avaliar a extensão da doença. Testes moleculares também ajudam no diagnóstico e na definição das terapias mais indicadas para cada caso.
Tratamentos
Para cada tipo de leucemia existem abordagens específicas, mas, em linhas gerais, o objetivo é destruir as células doentes para que a medula óssea volte a produzir células normais, ao mesmo tempo em que as complicações da doença são controladas.
Nos últimos anos foram obtidos grandes avanços com a quimioterapia, os transplantes de medula óssea e as terapias-alvo.
A quimioterapia costuma ser a principal forma de tratamento; grandes avanços para se obter a cura foram alcançados com a associação de medicamentos (poliquimioterapia). A administração é realizada em ciclos e os efeitos colaterais envolvem enjoo, diarreia, alteração no paladar, boca seca e queda de cabelo, entre outros.
O transplante de medula óssea é indicado para alguns casos de leucemias agudas, após a quimioterapia. O paciente recebe células-tronco formadoras do sangue de um doador compatível (alogênico). Às vezes, são usadas células retiradas do cordão umbilical. Quando não há um irmão ou parente próximo compatível, pode-se tentar uma busca no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Fabiana Justus afirmou que já começou a quimioterapia. "Já internei, fiz o exame para entender o que era, coloquei o cateter e já comecei a quimioterapia. Sei que não vai ser fácil, mas eu estou muito positiva, confiante, minha família também, meus amigos e, principalmente, meus médicos. Me deram muita confiança, falaram que são altas as chances de cura."
*Com informações de reportagem publicada em 30/10/2018
Deixe seu comentário