Pode usar protetor de calcinha todo dia? Faz mal à saúde íntima?

"Para não ter complicações, evite usar os protetores íntimos por longas horas. É fundamental trocar o absorvente periodicamente, principalmente quando ele está úmido. Além disso, a região vaginal ficará ainda mais abafada e poderá piorar os problemas e, consequentemente, as secreções", destaca Helga Marquesini, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês (SP).

O que o hábito pode causar

Alergias e irritações: algumas mulheres são mais sensíveis a alguns materiais do protetor diário. Surgem reações alérgicas ou irritação na pele, como coceiras, vermelhidão e inchaços.

Infecções: o uso contínuo de protetores diários aumenta o crescimento bacteriano e fúngico na região da vagina. Isso amplia o risco de infecções, como a candidíase, provocada pelo fungo Candida, que é bastante comum.

Desequilíbrio da flora vaginal: interferem no equilíbrio natural da flora vaginal, o que atrapalha a saúde genital.

Reduzem a lubrificação vaginal: em excesso, os protetores também diminuem a secreção natural da vagina e atrapalha as relações sexuais.

"O uso de protetor diário é útil apenas no final do ciclo menstrual. Além disso, pode ser indicado quando a mulher precisa fazer algum tipo de tratamento com cremes vaginais, já que eles, geralmente, são aplicados à noite e acabam escorrendo durante o dia, aumentando o desconforto", afirma Carla Montaldi Maruxo, ginecologista do Hospital São Camilo (SP).

Quando a secreção indica algo errado

É muito importante ficar de olho se a secreção vaginal é abundante ou mudou a coloração recentemente. Os corrimentos acinzentados, esverdeados ou amarelados e com odor forte indicam uma infecção.

Além disso, é fundamental notar se a vagina começou a coçar, se há alguma irritação, ardência ao urinar, dor ou sangramento durante o sexo e se surgir qualquer lesão na vulva.

Por fim, as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) também se manifestam pelo surgimento de secreções. O corrimento mais amarelado (pus), quando associado a uma dor pélvica intensa, pode indicar clamídia ou gonorreia, por exemplo.

Estes sintomas indicam que há algo errado com a saúde da vagina e é necessário buscar o atendimento de um ginecologista.

Durante exames de rotina, como papanicolau, testes pélvicos ou ultrassons, são detectados problemas de saúde e condições ginecológicas que necessitam de tratamento.

Dicas para manter a saúde vaginal

Manter a saúde da vagina é essencial para o bem-estar das mulheres. Algumas medidas simples do dia a dia já contribuem para evitar problemas na região vaginal. São elas:

Ter uma calcinha a mais dentro da bolsa e trocar quando sentir que está úmida;

Quando usar, fazer a troca regular dos protetores íntimos, pelo menos de 2 a 4 horas;

Evitar lavar a parte interna da vagina com duchas e produtos abrasivos para não provocar o desequilíbrio da microbiota e o pH da região;

Não usar produtos íntimos perfumados e optar por aqueles com formulações próprias para a região;

Evitar roupas íntimas muito justas ou de tecidos sintéticos. O ideal é optar por peças de algodão;

Manter a região íntima sempre seca e limpa, principalmente após ir à praia ou piscina;

Fazer xixi após a relação sexual para evitar infecções urinárias;

Durante a limpeza da área, após ir ao banheiro, passe o papel higiênico de frente para trás para evitar a contaminação da vulva por bactérias.