'Psoríase é um saco': Kim Kardashian mostra lesão na perna; entenda doença

A empresária Kim Kardashian, 43, lamentou nas redes sociais a piora de um quadro de psoríase, doença autoimune com a qual convive há 15 anos.

Nos stories do Instagram, ela mostrou manchas vermelhas, erupções, descamação e coceira, no que chamou de surto doloroso. "Está tudo na minha perna e não sei o que está acontecendo, mas preciso descobrir isso? É uma loucura", disse.

Kim afirmou na publicação que não tem certeza do que teria desencadeado o surto. "Eu tentei de tudo", escreveu. "A psoríase é um saco."

O que é psoríase

É uma enfermidade inflamatória e crônica que se caracteriza pela presença de manchas róseas ou avermelhadas, cobertas por escamas esbranquiçadas.

Considerada comum, acomete 1,3% da população brasileira e afeta homens e mulheres igualmente, especialmente na idade entre 30 e 39 anos, mas também pode se manifestar em crianças e idosos. Neste último caso, o pico de seu aparecimento será entre 60 e 69 anos.

Além de ter de lidar com ela por toda a vida, quem tem psoríase ainda precisa ser paciente com a sua intermitência, ou seja, ela apresenta ciclos de melhora e piora.

A doença não é contagiosa, não causa cicatrizes, mas pode alterar, temporariamente, a coloração da pele.

Quadros moderados a graves são tidos como fatores de risco para outras doenças como artrite psoriática, ansiedade, depressão, além de doenças do coração, AVC, diabetes, obesidade, entre outras.

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Causas e sintomas

Até o momento, não se sabe exatamente a causa da psoríase, mas há evidências de que ela seja uma doença inflamatória imunomediada, ou seja, o sistema de defesa do corpo não reconhece células saudáveis e as ataca. A doença também é comum entre pessoas de uma mesma família, o que sugere que ela seja geneticamente determinada.

Além disso, existem alguns fatores desencadeantes —que podem ser o ponto de partida da psoríase ou provocam a sua piora:

  • Traumatismo (ferimentos)
  • Uso de alguns tipos de medicamentos (cloroquina, lítio, betabloquadores, esteroides, anti-inflamatórios não esteroidais, entre outros)
  • Baixas temperaturas
  • Estresse psicológico
  • Uso de álcool
  • Tabaco
  • Obesidade
  • Banhos longos e quentes
  • Infecções
  • Mudanças hormonais, especialmente entre as mulheres
  • Distúrbios do sistema imunológico, como o causado pelo HIV
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Imagem: Reprodução/Instagram

Em geral, a psoríase se manifesta por meio do aparecimento espontâneo de manchas avermelhadas e descamativas na pele.

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As típicas placas podem ser finas ou espessas, se desprendem com facilidade e podem se espalhar pela roupa pessoal ou de cama, pentes e escovas. As lesões persistem por semanas, se agravam no inverno e melhoram no verão.

Podem ser observadas, também, as seguintes manifestações:

  • Coceira (ocorre em 80% dos casos)
  • Dor
  • Queimação
  • Pele ressacada e rachada, por vezes com sangramento
  • Unhas grossas, com sulcos, descoladas ou com depressões
  • Inchaço e rigidez nas articulações

Em geral, as regiões mais afetadas pela psoríase são:

  • Couro cabeludo
  • Cotovelos
  • Joelhos
  • Costas
  • Nádegas
  • Palma das mãos
  • Planta dos pés
  • Dobras da pele, inclusive dos genitais
  • Unhas

Tratamento

Até o momento, não existe cura para a psoríase. Contudo, os médicos garantem que seu tratamento promove o controle da enfermidade, previne as doenças a ela relacionadas e melhora a qualidade de vida.

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O objetivo do tratamento é obter o controle total ou parcial dos sinais e sintomas da psoríase. E ele é sempre personalizado, porque deve corresponder ao nível de gravidade de cada quadro. Para esse fim, os médicos têm à disposição medicamentos tópicos, sistêmicos e fototerapia. Entenda cada um deles:

Tópicos: são cremes, géis, pastas, loções, como os ceratolíticos (reduzem a camada grossa da pele), corticoides, análogos de vitamina D etc.

Sistêmicos: remédios de uso oral ou injetável. São exemplos: acitretina, metotrexato, ciclosporina, entre outros. Quando o paciente não responde a esses medicamentos, há ainda fármacos imunobiológicos ou biológicos, como o infliximabe e o etanercepte etc.

Fototerapia: a técnica consiste na exposição a radiações ultravioleta A e B (R-UVA e UVB).

A critério do médico, e a depender da gravidade da doença, essas práticas podem ser combinadas ou não.

Dá para prevenir?

Como a doença é geneticamente determinada, é importante que pessoas que tenham propensão à doença, ou já tenham diagnóstico definido, invistam em um estilo de vida saudável, o que inclui dieta equilibrada, atividade física regular, sono reparador, controle dos níveis de estresse. Todas essas atitudes podem conter a manifestação ou a progressão da doença.

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A melhor forma de fazer isso é se educar sobre a enfermidade e conhecer os seus fatores desencadeantes para tentar, ao máximo, prevenir as crises. O conselho dos médicos é que você fique atento aos sintomas. Ao primeiro sinal deles, procure um dermatologista. Quanto mais rápido for feito o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.

*Com informações de reportagem publicada em 15/12/2020

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