Brasil registra média de 645 amputações de pênis por ano; saiba como evitar
Nos últimos dez anos, o Brasil registrou uma média anual de 645 amputações de pênis, segundo dados do Ministério da Saúde compilados pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
Entre 2014 e 2023, foram realizados 6.456 procedimentos, que são resultado, principalmente, da evolução do câncer no órgão.
O tipo de tumor é raro, tem maior incidência em pessoas com 50 anos ou mais, embora possa afetar mais jovens.
A doença está relacionada a:
- Higiene inadequada;
- Infecção pelo HPV;
- Não remoção do prepúcio --pele que cobre a glande-- quando ele não pode ser completamente puxado para trás, a fim de fazer a higienização.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pênis é mais comum nas regiões Norte e Nordeste do país, onde representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem homens.
Ainda segundo a pasta, foram registrados mais de 21 mil casos de câncer de pênis no Brasil entre 2012 e novembro de 2022.
Já as mortes pela doença chegaram a 4.592 entre 2011 e 2021, conforme o Atlas de Mortalidade do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
O Brasil está na relação dos países com maior incidência de câncer de pênis. E uma das razões para isso é a falta de informação da população sobre sua existência, do diagnóstico tardio e de que a maioria dos casos pode ser evitada com água, sabão e vacinação. Luiz Otavio Torres, presidente da SBU
Neste mês, a SBU realiza a Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis com o objetivo de informar o público sobre como evitar a doença e fazer o diagnóstico precoce. A descoberta breve é fundamental para preservar o órgão.
A amputação total do pênis traz consequências físicas, sexuais e psicológicas. Portanto, o diagnóstico em fases iniciais permite tratar apenas com a remoção da pele.
Sintomas do câncer de pênis
Feridas e úlceras persistentes, que não cicatrizam, são os principais sinais do tumor. Além disso, a pessoa pode ter:
- Secreção com forte odor;
- Espessamento ou mudança de cor na pele da glande;
- Presença de nódulos na virilha.
Entre os fatores de risco para a doença estão as baixas condições socioeconômicas, má higiene íntima, fimose, infecção por HPV e tabagismo.
"Como o câncer de pênis ainda é muito pouco conhecido, e no início não dói, frequentemente é negligenciado", alerta Karin Jaeger Anzolch, diretora de comunicação da SBU e uma das idealizadoras da campanha.
"Para nós que lidamos com a doença, é um câncer que impacta muito, não só porque é prevenível com medidas simples, mas pela mutilação nos casos avançados, bem como pela mortalidade, quando se perde a janela do tratamento curativo", diz.
Como prevenir câncer de pênis
- A principal medida é manter uma boa higiene diária do órgão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação;
- Hábitos de higiene devem ser ensinados aos meninos desde cedo;
- A cirurgia de fimose é outro fator de prevenção quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, o que dificulta a limpeza;
- Usar preservativo é fundamental para evitar IST (infecções sexualmente transmissíveis), como o HPV;
- Vacinar-se contra HPV (o imunizante está disponível no SUS para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos.
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