Misturar bebidas alcoólicas piora a ressaca? Calma, não é bem assim
De VivaBem*, em São Paulo
07/02/2024 04h00
É época de Carnaval, muitas festas, muitos blocos e, também, muita bebedeira — e, às vezes, com aquela baita ressaca junto. Você sabia que misturar bebidas alcoólicas, na verdade, não faz mal?
Quantidade é que faz a diferença
Essa história de que misturar diversos tipos de bebida (as destiladas com as fermentadas) causa mais ressaca ou faz mal não é verdade. É claro que o consumo excesso de álcool nunca fará bem à saúde, e o ideal é sempre consumir com equilíbrio.
Pouco importa qual o tipo de bebida ingerida: o que deixa a pessoa muito bêbada (e, consequentemente, com uma ressaca brava) é a quantidade excessiva de álcool consumida, e não a interação entre elas.
Antes, precisamos primeiro lembrar que toda bebida tem um teor alcoólico diferente. Nesse sentido, os destilados costumam apresentar teores mais altos do que os fermentados.
Quem tomar uma caipirinha, por exemplo, tem uma margem de segurança menor para tomar uma cerveja sem ficar mal —já que, no saldo final, a ingestão de álcool já estava alta ao fim do primeiro drinque.
Já alguns destilados, como gin e saquê, têm sabor leve e combinam com drinques adocicados, o que estimula o consumo rápido e em maior quantidade. Só que o gin, por exemplo, pode ter até 40% de teor alcoólico —ou seja, também deixa uma margem pequena para combinar com outras bebidas.
Como evitar a ressaca?
Não tem segredo: basta beber menos ou simplesmente não beber. E, sim, é possível aproveitar as festas sem álcool. Uma solução é investir em coquetéis sem álcool, geralmente feitos com soda ou água com gás (para o efeito visual das bolhas), fruta e xaropes concentrados.
Se a pedida é manter-se dentro do saudável, a boa e velha água com gás (novamente, o efeito das bolhas de gás é festivo), gelo e limão é infalível. Água de coco, suco de frutas (sem açúcar) e águas aromatizadas com frutas também funcionam bem nessas ocasiões.
E a cerveja sem álcool? Embora o apelo seja grande, ela tem um valor calórico significativo e deve ser consumida com moderação.
Se a ideia é beber pouco, uma forma de reduzir o impacto no organismo é intercalar o (pouco) álcool com água, para não deixar o organismo desidratar. Ingerir carboidratos e manter o estômago cheio também vai ajudar a manter o nível de glicose no sangue e segurar sintomas como náuseas e vômitos.
Fontes: Ana Karla Rodrigues dos Santos, especialista em nutrição da rede de clínicas AmorSaúde de Palmas (TO); Angélica Grecco, coordenadora da nutrição do Hospital Santa Helena e nutricionista do Instituto EndoVitta, em São Paulo; Saskia Regina Freitas Coppens, médica clínica geral da rede de clínicas AmorSaúde de Itajaí (SC) e de Florianópolis (SC).
* Com informações de reportagem publicada em 23/12/2023.