Troca de médico com frequência? Entenda quando é ruim (ou bom)

Muitas pessoas trocam de médico com frequência, por uma série de motivos, o que às vezes é até importante em determinadas situações, como quando o paciente precisa de atendimento mais específico ou complementar ao seu problema de saúde. Por exemplo, se uma pessoa tem diabetes, ela pode precisar consultar um endocrinologista, oftalmologista, cardiologista etc.

Mas outros fatores incluem:

Curiosidade - em razão de receber muitas indicações, querer testar uma experiência nova, tentar extrair alguma informação complementar ou diferente sobre seu estado de saúde.

Necessidade - financeira, indisponibilidade do profissional, complexidade do caso.

Insatisfação - quando o médico não respeita, escuta, explica, ou não atende demandas.

Vantagens de mudar de médico

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Mudar de profissional pode oferecer algumas vantagens, sendo a principal conseguir um médico com mais experiência e, se for um especialista, maior assertividade, inclusive na detecção precoce do seu problema.

"O paciente ainda pode obter um ponto de vista diferente, uma segunda opinião, o que é um direito seu e que pode confirmar, detalhar ou mudar o diagnóstico, além de oferecer outras opções de exames e tratamentos", explica Paulo Camiz, clínico-geral e professor do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

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Com uma relação mais satisfatória, respeitosa e empática com o novo médico, as chances de se aumentar a qualidade de vida e a adesão do paciente a tratamentos também são maiores.

A troca de profissional pode até desfazer alguma má impressão anterior (sobretudo quando se tem o azar de se consultar com um médico envolvido em alguma denúncia de negligência, imprudência ou imperícia) e aumentar a confiança e a comunicação do paciente, evitando conflitos e insatisfações.

A confiança é muito importante principalmente quando se precisa passar por uma cirurgia e é um elemento que favorece a expressão de informações relevantes para o médico. O paciente tende a valorizar o médico que dedica maior parte do seu tempo a escutá-lo e examiná-lo. Júlio Barbosa, médico pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e neurocirurgião

Contras de se optar pela troca

Trocar de médico sem uma indicação formal (como quando o quadro do paciente exige alguma especialidade) ou um motivo claro pode ser desvantajoso e até prejudicial de várias maneiras, aponta Taina Viana, cardiologista do Hospital São Rafael, da Rede D'Or, em Salvador.

"Para começar, você terá que construir do zero uma relação de confiança com o novo médico. Além disso, poderá ter despesas financeiras adicionais e desperdício de tempo. Ou ainda ter que refazer exames do zero, e a realização de exames em excesso pode gerar, além de custos, exposição do paciente a efeitos adversos", acrescenta a cardiologista baiana.

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Outra questão são as eventuais contradições e os erros por causa da falta de informação e comunicação entre médico e paciente sobre o que já foi feito ou tentado pela queixa exposta.

O paciente também pode ter que trocar ou usar mais medicamentos, se submeter a novos procedimentos e intervenções e, caso se sinta confuso ou frustrado com o novo médico, talvez deixe de lado a continuidade do acompanhamento ou de cuidados e tratamentos com ele.

Substituição exige cautela e critério

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A decisão de trocar de médico deve ser avaliada com base em uma série de perguntas que o paciente deve se fazer, apontam os entrevistados. Entre as quais:

O médico atual me trata com respeito, atenção e profissionalismo?

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Tem boa reputação, referências e conhecimento na área da minha doença ou condição?

Aceita o meu plano de saúde ou tem um preço acessível para mim?

Dispõe de consultório ou clínica com boa infraestrutura, higiene e conforto?

Fica próximo da minha casa ou do meu trabalho e atende em dias e horários convenientes?

Se a resposta for não para algum desses pontos, pode ser um sinal de que você não está satisfeito e pode procurar outro profissional que atenda melhor às suas necessidades e expectativas.

"O ideal é ter um médico generalista de confiança, que gerencie sua saúde e que quando não consegue resolver seu problema, faça o encaminhamento do caso para um especialista, evitando assim que o paciente procure por conta própria diferentes médicos que podem não ser os mais adequados para a sua queixa", opina Camiz.

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Pesquise antes o currículo, as avaliações do profissional e verifique se ele está registrado no Conselho Regional de Medicina do seu estado e não tem nenhuma denúncia.

"Ter em mãos um registro sobre sua saúde também facilita a transição e o compartilhamento de dados com diferentes profissionais e evita problemas e informações incompletas. É um direito do paciente pedir que o médico anterior compartilhe suas informações com o médico atual", conclui Viana.

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