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Por que segurar a mão da parceira realmente ajuda a suportar dor do parto

Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

19/02/2024 12h17

Todo mundo sabe que receber apoio e carinho na hora do parto é bom. Mas sabia que estar ao lado da mulher, de mãos dadas, pode realmente ajudá-la a suportar as dores de dar à luz?

Isso já foi objeto de um estudo no passado, que comprovou os efeitos positivos desse tipo de apoio.

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Como funciona

Em um casal com forte empatia, quando o pai segura a mão da grávida, a respiração e as batidas de coração dos dois entram em sincronia enquanto as dores se dissipam. A conclusão é de um estudo de 2017, publicado na revista Scientific Reports e realizado por pesquisadores da Universidade do Colorado em Bolder (EUA) e da Universidade de Haifa (Israel).

Isso ocorre pela "sincronização interpessoal", fenômeno em que as pessoas passam a reproduzir aspectos fisiológicos daqueles com os quais convivem. Indivíduos, subconscientemente, sincronizam seus passos com os das pessoas com quem caminham. Ou têm as frequências cardíacas e ritmos respiratórios sincronizados quando assistem juntos a um filme com alta carga de emoção. A pesquisa mostrou como ocorre a "sincronização interpessoal" no contexto da dor e do toque.

Como se chegou a essa conclusão

Autor da pesquisa viveu dilema no parto da própria filha. Pavel Goldstein, autor principal do estudo e pesquisador do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Afetiva da Universidade do Colorado em Bolder, teve a sensação de que, ao segurar a mão da esposa durante o parto de sua filha, a ajudou a suportar a dor.

Minha esposa sofria e tudo o que pude pensar foi: 'O que posso fazer para ajudá-la?' Segurei sua mão e isso pareceu ajudá-la.
Pavel Goldstein

Ele então resolveu testar esta relação entre o toque e a diminuição da dor em um laboratório. "Pode realmente o toque diminuir a dor? E, em caso afirmativo, como?", questionou-se.

Foram recrutados, então, 22 casais heterossexuais, com idade entre 22 e 32 anos, que estavam juntos havia bastante tempo e que tinham alto grau de empatia, portanto. Os pares foram colocados em um ambiente que simulava uma sala de parto. Os homens assumiram o papel de observadores, ao passo que as mulheres enfrentaram situações de dor.

Instrumentos foram usados para medir as batidas cardíacas e as taxas de respiração destes casais, que foram colocados, em um momento, juntos, mas sem se tocarem; depois, juntos, de mãos dadas; e, por fim, em salas separadas.

Apenas por sentarem-se de maneira próxima, já foi registrada uma sincronia na batida do coração e no ritmo respiratório dos casais. Ao expor a mulher à dor, gerada por calor no antebraço, esta sincronia, porém, foi interrompida. Quando o homem segurou a mão da mulher, a sincronia na respiração e no batimento cardíaco foi retomada e as dores diminuíram.

A hipótese é que a sincronização interpessoal pode afetar uma área do cérebro chamada córtex cingulado anterior, que está associada à percepção da dor, empatia e função cardíaca e respiratória.

Quanto mais empatia existe entre o casal, mais a dor diminui com o toque, mostraram as pesquisas de Goldman. O estudo, no entanto, não verificou se a dor diminui por causa da sincronia ou vice-versa.

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