Meu pai tem vitiligo, eu também corro o risco de desenvolver a doença?
Daniel Navas
Colaboração para o VivaBem
20/02/2024 04h00
Não necessariamente. O risco genético não é absoluto, já que a doença é multifatorial. Vale saber que quando há histórico em parente de primeiro grau, o risco de desenvolvimento de vitiligo é em torno de 6%. Além disso, cerca de 20% dos pacientes com a condição têm pelo menos um parente de primeiro grau com a doença.
Portanto, mesmo com seu pai diagnosticado, a indicação é procurar um dermatologista somente se surgir alguma mancha esbranquiçada na pele. Algumas atitudes no dia a dia também podem contribuir para evitar que a doença apareça, como:
Ter uma saúde equilibrada;
Não fumar;
Evitar o estresse;
Ter boa alimentação;
Fazer terapia para resolver traumas.
O que é vitiligo
É uma doença autoimune, em que o sistema imune "ataca" os melanócitos (células da pele responsáveis pela produção de melanina) como se eles fossem estranhos ao organismo. Com isso, surgem manchas brancas, que correspondem a áreas de pele sem pigmento.
O vitiligo pode estar localizado em qualquer parte do corpo, embora haja predileção pela face, principalmente a região ao redor dos olhos e da boca, genitais e mãos.
Como é tratamento
Ao ser diagnosticado com vitiligo, o tratamento se baseia em controlar a auto-inflamação, diminuir a progressão e promover a repigmentação da área acometida.
Entre as opções terapêuticas está o uso de medicamentos tópicos (aplicados na pele) que induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também é possível utilizar medicações sistêmicas (orais) para controlar o avanço das lesões, além de tecnologias como fototerapia, laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos.
Recentemente, houve um avanço no tratamento do vitiligo com uso de uma nova classe de medicamentos chamada "inibidores da JAK". Entretanto, a terapia ainda não está disponível no Brasil.
Fontes: Debora Gifoni, médica dermatologista do Centro Médico do Hospital São Carlos, em Fortaleza; Helena Zenedin Marchioro, médica dermatologista do Hospital Santa Casa de Curitiba; Mariana Valeriano, médica dermatologista e preceptora da residência médica em dermatologia do HUPAA-UFAL (Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas), ligado à rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Martha Débora, médica dermatologista do HUPAA-UFAL, ligado à rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
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