Faustão passa por transplante de rim; como funciona a fila de doação?

O apresentador Faustão, 73, passou por um transplante de rim nesta segunda-feira (26), no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O motivo foi o agravamento de uma doença renal crônica. Fausto Silva foi operado ontem (26) e está em observação. A cirurgia acontece cerca de seis meses após um transplante de coração.

Como funciona a fila de transplante de rim

Não existe uma regra igual para todos os órgãos e tecidos, cada um deles possui critérios e especificidades diferentes: na fila de espera por um fígado, coração ou pulmão, pacientes em estado mais grave são prioridades.

Na fila de transplante do rim, o que mais importa é a compatibilidade (imunológica ou histológica) entre doador e receptor; já o pâncreas leva em conta o tempo de inscrição na fila.

Critérios de desempate existem, mas também variam: a gravidade do paciente é motivo de priorização e as crianças, por exemplo, têm preferência ou quando estão concorrendo com adultos.

O rim é um dos órgãos que podem ser doados em vida, ou seja, por pacientes vivos. Neste caso, quem necessita do órgão pula a etapa da fila, pois a doação feita para uma pessoa específica (um filho que doa para o pai, por exemplo), aí um dos "desafios" é encontrar uma pessoa que seja compatível com ela.

Quem organiza a lista

Uma vez que haja indicação do transplante, cabe ao médico inseri-lo em uma lista de espera —a chamada Lista Única Nacional, que vale tanto para pacientes do SUS quanto para os da rede privada.

Quando se entra na lista única, não dá para estimar o tempo de espera por um órgão. Isso dependerá de variadas condições como compatibilidade, gravidade da doença, além do número de doadores e de pacientes na fila.

Quem organiza essa fila é a central de cada estado, que deve se reportar ao SNT (Sistema Nacional de Transplante). É esse sistema que também cuida da logística, principalmente quando um estado vai receber um órgão ou tecido de outro lugar do Brasil.

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A busca pelo paciente quando há disponibilidade de órgão

1) Uma vez efetivada a doação de paciente falecido, informa-se à OPO (organização de procura de órgãos). A OPO toma providências junto aos familiares e as equipes de transplante. Nenhum órgão é doado sem consentimento da família.

2) Inicia-se a busca por receptores mais compatíveis na lista de espera. A prática obedece a critérios específicos para cada órgão.

3) A CT (Central de Transplantes) —estrutura que organiza as ações entre e nos estados— emite lista de receptores compatíveis com o doador. No caso de rins, há também seleção por compatibilidade imunológica ou histológica.

4) A OPO da região se dirige ao hospital e examina o doador, revendo seu histórico de saúde e exames laboratoriais. A viabilidade do órgão é avaliada, bem como a sorologia para afastar doenças infecciosas e a compatibilidade com prováveis receptores.

5) A CT informa a equipe de transplante e o paciente receptor nomeado. Caberá à equipe médica decidir sobre a utilização ou não do órgão. Se ele for negado —e isso é uma possibilidade— a procura segue até encontrar um receptor.

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* Com informações de reportagens publicadas em 24/06/2021 e 07/11/2023.

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