Qual a diferença entre gripe e conjuntivite e quando não ir trabalhar?
Se a gripe e a conjuntivite são ambas contagiosas, porque você vai ao trabalho quando está gripado e fica em casa quando está com o olho inflamado? De acordo com os médicos, o correto é permanecer afastado para ambos.
A primeira coisa a pensar é que gripe é diferente de resfriado. A gripe é uma infecção respiratória intensa, que começa de forma repentina, provocando dores no corpo e cabeça, desconforto respiratório, calafrios e febre alta, acima de 38,5°. A recuperação leva pelo menos 7 dias e quando malcuidada pode se agravar causando pneumonia e até mesmo a morte. Já o resfriado tem sintomas mais leves e não provoca grandes complicações.
Quando confirmado que se trata de influenza os médicos recomendam ficar em casa. Caso ocorram mais de um caso de gripe no mesmo ambiente de trabalho, mesma classe de escola ou creche, deve ser considerado um afastamento.
A recomendação do Ministério da Saúde é evitar sair de casa durante o período de transmissão da doença e procurar ficar longe de aglomerações e ambientes fechados, mantendo os locais ventilados, mas quem trabalha e/ou estuda sabe que é difícil cumprir esse conselho.
Quanto mais o ambiente é fechado, maiores as chances de o vírus permanecer em suspensão e contaminar outras pessoas.
Pessoas sem complicações médicas podem se recuperar de gripes, mesmo fortes, em casa com repouso, hidratação e medicamentos para aliviar a dor e a febre. Sem necessidade de procurar um médico.
No entanto, no Brasil não há uma indicação clara para que os médicos afastem do trabalho os gripados, como acontece em países como a França. A indicação vai depender do paciente, do local de trabalho e da decisão clínica.
Como ocorre o ciclo de transmissão?
A transmissão da gripe ocorre por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao falar, espirrar ou tossir.
O vírus pode passar pelo ar, enquanto conversamos a menos de um metro de distância através das partículas de muco que são invisíveis. A outra pessoa aspira e contrai a doença.
Outra forma de contágio se dá por meio das mãos, que podem transportar as secreções para objetos, nariz, boca e olhos.
Por que não trabalhamos com conjuntivite?
Conjuntivites são muito sintomáticas e provocam coceira, incômodo a luz e dificuldade visual, devido a secreção. Alguns tipos virais podem ser tão graves ao ponto de lesar a córnea.
A razão do afastamento por conjuntivite não é apenas o risco de contágio, mas a dificuldade de usar a visão e a proteção da córnea. Se a conjuntivite não for tratada ela pode até se tornar crônica.
Existem três tipos da doença: viral, bacteriana e alérgica. A terceira não é contagiosa.
Diferentemente da gripe, a conjuntivite dificilmente passa pelo ar. A principal forma de contágio é por meio de objetos que a pessoa infectada compartilha, como toalha, travesseiros e lençóis.
Como os olhos lacrimejam, é inevitável coçar ou encostar neles e é através das mãos que os vírus e bactérias são transmitidos para maçanetas e outros objetos.
Conjuntivite é quase um sinônimo de afastamento de 7 dias, mas esse não é um número exato. De acordo com os especialistas, a necessidade de repouso varia caso a caso. Nos mais graves, é preciso um afastamento de até 15 dias.
Fontes: Celso Granato, infectologista do Grupo Fleury; Eitan N Berezin, pediatra da Santa Casa de São Paulo; Maria Auxiliadora Monteiro Frazão Sibinelli, professora de oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; e Paulo Olzon, professor e infectologista da Unifesp
*Com matéria publicada em 13/02/2017
Deixe seu comentário