Barra de frango, carne-seca: avaliamos se 5 snacks proteicos são saudáveis

A busca por refeições práticas tem sido uma constante na vida de muitos brasileiros com rotinas corridas que muitas vezes preferem ou precisam de lanches fáceis de carregar. Para quem tem uma rotina de exercícios, pode ser um bom momento para consumir aquela preciosa proteína que vai auxiliar no crescimento muscular.

Porém, muitas vezes, a praticidade costuma cobrar um preço nutricional e, em algumas circunstâncias, bem alto.

A fim de entender se alguns alimentos proteicos secos industrializados disponíveis no mercado são uma boa escolha, VivaBem pediu a três nutricionistas para avaliarem o quão saudáveis são cinco desses lanches rápidos e práticos.

Veja a seguir quais foram as impressões sobre cada um deles.

Ingredientes: carne suína, leite em pó desnatado, sal, toucinho suíno, dextrose, pimenta-branca, alho, cultura starter, páprica, acidulante (glucona-delta-lactona), realçador de sabor (glutamato monossódico), antioxidante (isoascorbato de sódio), aromatizante (aroma natural) e conservadores (nitrato de sódio e nitrito de sódio). Bacillus thuringiensis, Streptomyces viridochromogenes, Agrobacterium tumefaciens e Zea mays.

Salamitos
Salamitos Imagem: Reprodução

Para a conservação do salame, são utilizados conservantes químicos como nitrito de sódio, nitrato de sódio e acidulantes, alguns dos elementos também presentes no Salamitos. "Sendo um embutido, o salame é um alimento que promove riscos à saúde, se ingerido de forma excessiva e frequente", ressalta Inari Ciccone, nutricionista clínica e esportiva pela Unifesp e especializada em obesidade e emagrecimento.

Segundo a profissional, há entre os ingredientes compostos associados ao desenvolvimento de câncer, principalmente o colorretal, como glutamato monossódico e conservantes químicos. "Eles são alergênicos e inflamatórios ao organismo", diz.

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"Por conseguir atuar no sistema nervoso, quando [o glutamato monossódico é] consumido em excesso, contribui para a ocorrência de agitação, dores de cabeça, dificuldades com a memória e com a cognição, problemas tão comumente referidos na atualidade", reforça Renata Oliveira, nutricionista da Melhor Nutrir e doutora em medicina e saúde humana pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

Ciccone alerta que, embora o produto contenha 11 g de proteína em um pacote, os demais componentes podem aumentar o risco de doenças cardíacas. Um desses componentes é o sódio, que neste produto representa 22% das necessidades diárias em 36 g, além de ser rico em gorduras saturadas.

Por isso, as nutricionistas consultadas pela reportagem orientam evitar ou consumir este produto ou similares com moderação.

Ingredientes: peito de frango, sal, alho em pó, páprica, antioxidante eritorbato de sódio, fumaça líquida, ácido lático e nitrito de sódio.

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Para quem costuma levar a musculação a sério, contar o consumo diário de proteína é sempre uma questão importante. O frango é uma das carnes mais saudáveis e ricas nesse tipo de elemento, então ter um lanche como esse à mão parece muito prático.

Mas embora se apresente como 100% peito de frango, a barrinha é um alimento ultraprocessado, tanto pela adição de sódio e gorduras, como pelo nitrito de sódio, associado ao aparecimento de doenças ou complicações à saúde.

"Além disso, o processo de defumação feito a partir da fumaça líquida produz hidrocarbonetos policíclicos e aromáticos, conhecidos por serem potencialmente cancerígenos", analisa Edvânia Soares, nutricionista da Estima Nutrição e especialista em nutrição clínica, geral e esportiva.

Oliveira ressalta que a presença do antioxidante eritorbato de sódio, com capacidade de reduzir a formação de nitrosaminas cancerígenas, é um fator positivo diante do uso do nitrito sódico. "Mesmo assim, jamais poderá ser considerado saudável como um alimento in natura ou preparado de forma natural como um frango grelhado. Pode ser uma alternativa de lanche, mas de forma esporádica", aconselha.

Outros destaques positivos foram o baixo teor de sódio e o alto índice de proteína.

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Ingredientes: peito de frango, batata-doce, cebola, páprica defumada, alho, sal moído, azeite de oliva extravirgem, alecrim, sálvia, noz-moscada e pimenta-preta moída.

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Imagem: Reprodução

Como está descrito na embalagem, este é um alimento liofilizado. A liofilização é um processo de desidratação de alimentos. Primeiro o produto é congelado a vácuo a baixíssimas temperaturas. Após o congelamento, é colocado em uma câmara de vácuo onde gradativamente a temperatura é aumentada, reduzindo a pressão ao redor. Isso permite que a água congelada presente nas células do alimento passe diretamente do estado sólido para o gasoso, pulando o líquido. O resultado é um alimento desidratado, com maior tempo de conservação, mas com suas propriedades nutritivas preservadas.

Dessa forma, o peito de frango e a batata-doce podem ser mantidos prontos para o consumo, sem precisarem de refrigeração ou da inclusão de aditivos químicos. Esse o mesmo princípio pelo qual passa também o café solúvel, por exemplo.

Segundo Edvânia Soares, esse snack de frango e batata-doce é uma boa opção de lanche. "Os temperos utilizados são ótimos aliados para reduzir o consumo de sódio, além de garantir benefícios à saúde, como a ação antioxidante. Os carboidratos e açúcares descritos na tabela nutricional são próprios da batata-doce. Apesar de ter adição de sal na composição, não existe um aditivo químico que o torne ultraprocessado", analisa.

A nutricionista Oliveira ainda destaca a quantidade de proteína, o que, junto com os outros ingredientes, faz desse lanche uma alternativa para dias corridos ou ser consumido antes da atividade física. "Mas acredito que essa não deve ser a primeira escolha, pois alimentos não industrializados (naturais) ou minimamente processados garantem sempre uma melhor qualidade nutricional", complementa.

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Ingredientes: carne de frango, carne mecanicamente separada de frango, gordura de frango, proteína isolada de soja (2,30%), sal, especiarias (alho, cebola, pimenta-preta, salsa, pimenta-vermelha, erva-doce, noz-moscada e canela), açúcar, acidulante glucono-delta-lactona, estabilizante trifosfato pentassódico, aromatizantes, antioxidante eritorbato de sódio e conservante nitrito de sódio.

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Imagem: Reprodução

Este produto é uma opção semelhante à linguiça, rica em sódio e gorduras saturadas, e deve ser consumido com moderação em uma dieta saudável. O sódio em excesso pode aumentar a pressão arterial, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.

"Apesar de a carne ser de alta qualidade e de fácil digestão, os demais aditivos diminuem a qualidade do produto por aumentarem o risco de alergias, sintomas gastrointestinais, colesterol e doenças cardiovasculares", pontua Soares. Entre os itens com potencial para isso estão o sal, açúcar e conservante nitrito de sódio.

Segundo Oliveira, um ponto positivo do produto está no processo de irradiação pelo qual ele foi submetido. Este é um método de conservação de alimentos que tem como objetivo, neste caso, eliminar ou inativar parasitas e microrganismos.

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Ingredientes: carne bovina, açúcar, polpa de pimenta-biquinho, farinha de arroz, sal, molho de soja, proteína hidrolisada de milho, extrato de levedura, polpa de pimenta-malagueta, cebola*, alho*, aromatizante natural e conservante nitrito de sódio. *Alimentos tratados por processo de irradiação.

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Imagem: Reprodução

Beef Jerky é traduzido para o português como carne-seca. Apesar do nome, segundo Oliveira, esse produto se assemelha mais ao nosso charque, com acréscimo de elementos que não encontramos na carne do açougue, como conservantes nitrato e nitrito de sódio. Porém, o processo de irradiação pelo qual passa o produto e sua embalagem a vácuo reduzem a possibilidade de crescimento microbiano, o que não acontece com o charque.

Apesar de ser feito de carne bovina, este produto também é rico em açúcares, sódio e gordura na composição, além de aditivos químicos presentes em alimentos ultraprocessados. Em situações normais, o charque, ou mesmo a carne-seca, passa por um processo de cozimento que reduz a quantidade de sal, o que não ocorre neste caso, já que o consumo será direto da embalagem. Isso, como já dito anteriormente, aumenta os riscos de hipertensão arterial.

"Quando optamos por comer um alimento ultraprocessado como snack de lanche da tarde, apenas considerando o teor de proteína anunciado e sem considerar o pobre valor nutricional do alimento, ao invés de nutrir o organismo, estamos contribuindo para um corpo mais patológico e suscetível a doenças de base inflamatória", ressalta Ciccone.

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Recomendações saudáveis para lanches proteicos

Mariana Fernandes, especialista em nutrição clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e nutricionista da Estima Nutrição, diz que é possível fazer lanches proteicos que contribuem para o ganho de massa muscular, garantem saciedade e auxiliam no processo de emagrecimento, mas de forma mais saudável. "São opções ricas em vitaminas e minerais, com teor reduzido de aditivos químicos, sódio, gordura e açúcares", comenta.

São as barrinhas de proteína, whey protein e outros suplementos proteicos, além de porções de queijo, como muçarela de búfala, em formato de palito e bolinha.

Para complementar, a nutricionista Renata Oliveira conta que há opções não industrializadas ou minimamente processadas que podem se tornar práticas e usadas como lanches ricos em proteínas, como:

  • Frango em filé, em pedaços ou desfiado;
  • Carne vermelha desfiada ou moída;
  • Ovos de galinha ou de codorna cozidos;
  • Bebidas lácteas embaladas a vácuo;
  • Kefir.

Eles podem ser acompanhados por alimentos cozidos, assados, em forma de chips (sem a adição de sal ou de açúcar) ou fatiados, como batata-doce, mandioca, inhame e banana-da-terra.

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"A combinação sugerida fornece, além de proteína de alta qualidade, carboidrato com índice glicêmico controlado, evitando picos de açúcar no sangue e boa oferta de energia ao longo do dia e também em atividades físicas. O sanduíche elaborado com pão integral tendo como recheio o frango ou a carne ou o ovo também pode ser uma opção prática", indica Oliveira.

Para os vegetarianos e veganos, ela sugere alguns alimentos que podem ser usados para a confecção de bolinhos, tortas, pães e recheios, ou mesmo consumidos na forma in natura, como excelentes substitutos dos industrializados:

  • Grão-de-bico
  • Feijão
  • Soja
  • Amendoim
  • Abacate
  • Lentilha
  • Ervilha
  • Castanha-do-pará
  • Tofu
  • Milho
  • Amêndoas
  • Arroz integral
  • Semente de abóbora
  • Quinoa

Exemplos de opções que podem ser confeccionadas em casa e até mesmo congeladas para uso posterior são o hambúrguer de grão-de-bico, tofu grelhado, bolinho de soja e patê de abacate para um sanduíche.

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