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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


É IST? Sexo e infecção urinária podem estar relacionados em mulheres

O momento do sexo é propício para que bactérias se desloquem Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo*

28/03/2024 04h00

Dor ao fazer xixi, urina com sangue e vontade de ir ao banheiro, mas pouco líquido para evacuar. Os sintomas da infecção urinária não são nada agradáveis e assustam ainda mais quando aparecem após uma relação sexual, já que o primeiro pensamento de muitas mulheres é o contágio de alguma doença sexualmente transmissível.

Afinal, por que o problema apareceria após a relação sexual, se os canais —uretra e vagina — são distintos? A resposta, na verdade, é bastante simples. A própria anatomia feminina facilita a infecção: com uretra curta com abertura próxima ao ânus, a colonização de bactérias ocorre com maior facilidade.

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Além disso, o momento do sexo é propício para que essas bactérias se desloquem. Durante o ato, há o contato com a região do clitóris e uretra, o que pode permitir que bactérias cheguem até o canal que liga a bexiga às vias urinárias, levando a uma possível infecção.

A maior vilã nesses casos é a bactéria Escherichia coli, que se origina no trato gastrointestinal. Por meio do períneo, ela vai do ânus para a vagina, mas só causa o problema se conseguir trilhar um caminho até a bexiga.

Como prevenir:

Mantenha uma boa hidratação e urine com frequência: por conta da flora bacteriana própria do trato urinário, reter a urina favorece um aumento da população bacteriana local, podendo ocasionar a infecção. Os especialistas recomendam tomar bastante água —pelo menos dois litros diariamente — e ir ao banheiro sempre que sentir vontade.

Urine após a relação sexual: a urina em si, ao contrário do que muitos pensam, é absolutamente estéril. Ao passar sob pressão pela uretra, ela empurra para fora as bactérias, ajudando a prevenir a infecção.

Tenha boa higiene: para evitar uma maior proliferação de bactérias, ambas as pessoas envolvidas na relação devem limpar bem os genitais antes e depois da relação sexual.

Evite o contato vaginal após o anal: a proliferação das bactérias E. coli é maior no ânus, e realizar o contato do órgão sexual ou mesmo dos dedos com a vagina após tocar o ânus facilita a infecção. Lembre-se sempre de usar camisinha e trocá-la antes do segundo contato.

Tratamento

Quando a bactéria que causa o problema é identificada, a principal forma de tratamento é o uso de antibióticos — além de, claro, manter a hidratação via oral em dia. Mas, quando a paciente tem episódios de infecção urinária frequentemente, é necessário uma investigação específica com um profissional de saúde: é possível que a causa seja desde uma imunidade baixa até a menopausa.

Uso de remédios sem recomendação médica é perigoso

Algumas mulheres sofrem com o problema com tanta frequência que já têm em mente qual remédio tomar. Um dos mais comuns é o Pyridium, que tem como princípio ativo a fenazopiridina e também é indicado para amenizar o desconforto depois de cirurgia, exame ou trauma que irrite a mucosa do trato urinário baixo.

No entanto, o medicamento tem ação analgésica e não antibiótica — funciona para eliminar a dor, mas não cura a infecção. Se não for usado junto com antibiótico, a droga pode até disfarçar a gravidade do problema.

Além disso, quem tem histórico de doença hepática ou insuficiência renal não pode tomar o remédio sem indicação médica. Diabéticos ou pessoas com outros problemas crônicos de saúde devem sempre ter acompanhamento profissional ao ingerir o remédio e ficar atentos à resposta do organismo.

Fontes: Alexandre Pupo, ginecologista e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein e do Hospital Sírio Libanês; e Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro

*Com matéria publicada em 10/06/2019

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