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Fabiana Justus comemora que medula 'pegou'; entenda o que significa isso

Fabiana Justus trata leucemia mieloide aguda, descoberta em janeiro Imagem: Reprodução/Instagram/@fabianajustus

De VivaBem*, em São Paulo

10/04/2024 13h04

A influenciadora Fabiana Justus, 37, comemorou ontem (9) o sucesso do transplante de medula, realizado no final de março. Ela trata leucemia, descoberta em janeiro.

"Meu renascimento. Minha medula nova pegou", escreveu em uma publicação no Instagram. "Sei que o transplante não acaba quando ele termina, que ainda tenho um caminho de cuidados pela frente, mas hoje eu estou comemorando meu novo aniversário. Minha nova chance na vida. E prometo viver com ainda mais gratidão e ainda mais amor do que eu já tinha", disse.

A "pega" é a recuperação da medula no organismo do transplantado. Isso ocorre quando a medula passa a produzir as células do sangue (leucócitos e plaquetas) nas quantidades necessárias, sem precisar de transfusão e/ou medicações. Esse período varia de pessoa para pessoa —mas leva, em média, de duas a quatro semanas.

Entenda o transplante de medula óssea

O que é? É a substituição de células doentes da medula óssea por saudáveis. Mais recentemente, é chamado de transplante de células-tronco hematopoiéticas.

Quais as indicações? Esse procedimento é indicado, principalmente, quando existe algum câncer de medula óssea. Os principais são leucemia, linfoma, mieloma múltiplo, mas também pode ser promovido em outras condições benignas, como anemia aplástica, que é uma doença na qual a medula perde a capacidade de produzir sangue.

Há risco de rejeição? Sim, mas médicos ouvidos por VivaBem explicam ser raro. Pode existir a chamada rejeição dupla: a primeira é quando o organismo do receptor rejeita a medula recebida; na segunda, ela, de uma hora para outra, começa a rejeitar o receptor.

Precisa ser 100% compatível? Não. Os avanços das pesquisas já permitem realizar a doação de medula óssea com 50% de compatibilidade entre quem doa e quem recebe: é chamado de haploidêntico, em que parentes são os doadores, e amplia as chances de cura. Os resultados desse tipo de procedimento são comparáveis ao resultado de um 100% compatível do banco de medula, mas não são indicados para todos os tipos de casos.

Quais os outros tipos de transplante? Os outros tipos existentes de transplante de medula óssea são o autólogo e o alogênico.

No autólogo, as próprias células-tronco hematopoiéticas do paciente são removidas e, então, armazenadas para posterior uso. Após a quimioterapia ou a radiação estar finalizada, as células colhidas são infundidas no paciente.

No transplante alogênico, as células-tronco hematopoiéticas vêm de um doador, idealmente um irmão ou irmã com uma composição genética semelhante. Se o paciente não tem um doador aparentado compatível, a medula óssea de uma pessoa não aparentada e com uma composição genética semelhante pode ser usada.

Como ser doador de medula? O processo é simples e praticamente não oferece risco. Entre as características necessárias estão: ser adulto jovem, de 18 a 35 anos; se mulher, que nunca tenha engravidado, pois o organismo não produziu nenhum anticorpo em relação a outro ser.

A tipagem da medula varia de acordo com a ancestralidade e etnia e, no momento, no Brasil, são necessários cadastros de homens afrodescendentes. Outro lembrete dos médicos é para que, feito o cadastro, mantenha-o sempre atualizado, para que possa ser localizado com rapidez.

No site do Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) estão disponíveis endereços dos hemocentros que realizam o cadastro de doador, bem como enfermidades que impossibilitam a doação, entre outras informações.

*Com informações de reportagens publicadas em 17/10/22 e 13/01/23.

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