Fabiana Justus comemora que medula 'pegou'; entenda o que significa isso

A influenciadora Fabiana Justus, 37, comemorou ontem (9) o sucesso do transplante de medula, realizado no final de março. Ela trata leucemia, descoberta em janeiro.

"Meu renascimento. Minha medula nova pegou", escreveu em uma publicação no Instagram. "Sei que o transplante não acaba quando ele termina, que ainda tenho um caminho de cuidados pela frente, mas hoje eu estou comemorando meu novo aniversário. Minha nova chance na vida. E prometo viver com ainda mais gratidão e ainda mais amor do que eu já tinha", disse.

A "pega" é a recuperação da medula no organismo do transplantado. Isso ocorre quando a medula passa a produzir as células do sangue (leucócitos e plaquetas) nas quantidades necessárias, sem precisar de transfusão e/ou medicações. Esse período varia de pessoa para pessoa —mas leva, em média, de duas a quatro semanas.

Entenda o transplante de medula óssea

O que é? É a substituição de células doentes da medula óssea por saudáveis. Mais recentemente, é chamado de transplante de células-tronco hematopoiéticas.

Quais as indicações? Esse procedimento é indicado, principalmente, quando existe algum câncer de medula óssea. Os principais são leucemia, linfoma, mieloma múltiplo, mas também pode ser promovido em outras condições benignas, como anemia aplástica, que é uma doença na qual a medula perde a capacidade de produzir sangue.

Há risco de rejeição? Sim, mas médicos ouvidos por VivaBem explicam ser raro. Pode existir a chamada rejeição dupla: a primeira é quando o organismo do receptor rejeita a medula recebida; na segunda, ela, de uma hora para outra, começa a rejeitar o receptor.

Precisa ser 100% compatível? Não. Os avanços das pesquisas já permitem realizar a doação de medula óssea com 50% de compatibilidade entre quem doa e quem recebe: é chamado de haploidêntico, em que parentes são os doadores, e amplia as chances de cura. Os resultados desse tipo de procedimento são comparáveis ao resultado de um 100% compatível do banco de medula, mas não são indicados para todos os tipos de casos.

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Quais os outros tipos de transplante? Os outros tipos existentes de transplante de medula óssea são o autólogo e o alogênico.

No autólogo, as próprias células-tronco hematopoiéticas do paciente são removidas e, então, armazenadas para posterior uso. Após a quimioterapia ou a radiação estar finalizada, as células colhidas são infundidas no paciente.

No transplante alogênico, as células-tronco hematopoiéticas vêm de um doador, idealmente um irmão ou irmã com uma composição genética semelhante. Se o paciente não tem um doador aparentado compatível, a medula óssea de uma pessoa não aparentada e com uma composição genética semelhante pode ser usada.

Como ser doador de medula? O processo é simples e praticamente não oferece risco. Entre as características necessárias estão: ser adulto jovem, de 18 a 35 anos; se mulher, que nunca tenha engravidado, pois o organismo não produziu nenhum anticorpo em relação a outro ser.

A tipagem da medula varia de acordo com a ancestralidade e etnia e, no momento, no Brasil, são necessários cadastros de homens afrodescendentes. Outro lembrete dos médicos é para que, feito o cadastro, mantenha-o sempre atualizado, para que possa ser localizado com rapidez.

No site do Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) estão disponíveis endereços dos hemocentros que realizam o cadastro de doador, bem como enfermidades que impossibilitam a doação, entre outras informações.

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*Com informações de reportagens publicadas em 17/10/22 e 13/01/23.

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