Manchas de sol servem de alerta; conheça 5 tipos e como tratar
Léo Marques
Colaboração para VivaBem
12/04/2024 04h03
Manchas de sol na pele são alterações de pigmentação causadas pela exposição excessiva e prolongada à radiação ultravioleta (UV), sem proteção adequada. Podem ter diferentes formas, tamanhos e cores a depender do tipo de pele e do grau de dano solar. Na maioria das vezes, elas são benignas e não evoluem para o câncer de pele.
"No entanto, podem servir de alerta para o risco de problemas, como envelhecimento precoce, rugas, afinamento cutâneo e lesões tumorais", informa Gustavo Martins, médico pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria - RS) e dermatologista.
O sol tem efeito acumulativo na pele, então quanto mais dele se toma durante a vida, maior a chance de apresentar manchas e as consequências relacionadas a elas.
"Manchas quando acastanhadas [hipercrômicas] recebem o nome de melanose solar ou lentigo, e quando de cor desbotada, mais clara [hipocrômicas] e de pequeno diâmetro são denominadas leucodermia gutata", explica Melissa Maeda, dermatologista do Hospital Nove de Julho (SP).
Principais manchas solares de pele
Sardas: são manchas achatadas, arredondadas e castanhas que aparecem principalmente em pessoas de pele clara e cabelos loiros ou ruivos. São causadas pelo excesso de melanina (pigmento que dá cor à pele) e tendem a ficar mais visíveis no verão, com a intensificação da exposição ao sol.
Melasma: acastanhadas ou acinzentadas, geralmente aparecem no rosto - bochechas, testa e lábio superior. "São mais comuns em mulheres e podem ser desencadeadas por fatores hormonais (gravidez e uso de anticoncepcionais) e agravadas pela exposição solar", explica Nicolly Machado, especialista em dermatologia pelo Cemepe (Centro de Medicina Especializada Ensino e Pesquisa).
Manchas senis: são escuras (marrons ou pretas), planas e pequenas, típicas de peles com idade superior a 50 anos, devido à exposição prolongada ao sol ao longo da vida. Costumam aparecer nas áreas mais expostas: rosto, mãos, ombros e braços.
Queratose actínica: lesão pré-cancerosa que se manifesta como uma mancha áspera, avermelhada ou amarelada, sobretudo em peles mais maduras. Surge em áreas cronicamente expostas ao sol, como rosto, orelhas, couro cabeludo e mãos.
Hiperpigmentação pós-inflamatória: ocorre quando a pele produz excesso de melanina, após cicatrização de lesões, e pode perdurar quando exposta ao sol. É comum entre morenos e negros, que possuem maior concentração do pigmento.
"Além disso, a pele oleosa (que é um fator para acne, espinhas, cravos, bactérias e inflamações) pode ser mais propensa a cicatrizes e hiperpigmentação pós-inflamatória", acrescenta Machado.
Igualmente desempenham papel importante na formação de manchas solares a sensibilidade da pele, quanto mais sensível, maiores os danos, além de predisposição genética.
Como diagnosticar e tratar manchas
Para descobrir a origem de suas manchas é recomendável procurar um dermatologista, que fará uma avaliação e diferenciará as manchas de outras condições, como o câncer de pele (melanoma).
Quanto aos tratamentos, Jéssica Guido, professora de dermatologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) esclarece alguns:
Sardas: são tratadas com luz intensa pulsada, tipo laser, mas podem voltar. O uso de ácidos retinóicos (derivados da vitamina A) também pode clareá-las e proporcionar melhoras.
Melasma: tratado com ativos clareadores, além de peelings, cremes à base de ácidos mais fortes aplicados em consultório, ou laser terapia.
Leucodermia: o tratamento é feito com infusão de medicamentos via micro agulhamento, para dissolver a fibrose e melhorar a pele local com a ativação dos melanócitos (células que produzem melanina), fazendo a mancha voltar à cor natural.
Em resumo, com o tratamento correto, indicado por profissionais e personalizado, manchas solares leves clareiam ou desaparecem. Para elas, ainda podem ser tentados cremes contendo ingredientes como hidroquinona e ácido kójico.
Por outro lado, há manchas solares irreversíveis, como os lentigos, que por serem escuros tendem a ser mais persistentes e difíceis de remover por completo. Para casos assim, são tentados tratamentos mais invasivos, como peelings químicos, laser ou terapia com luz intensa pulsada.
Se precaver é sempre melhor
Em uníssono, os especialistas consultados por VivaBem confirmam que tomar cuidados é o mais assertivo para se evitar o surgimento de manchas solares, como:
Aplicar protetor solar (fator 30 em diante) diariamente, antes de sair de casa, e fazer reaplicações de duas em duas horas em áreas abertas, mesmo em dias nublados.
Não se expor ao sol em horários de alta incidência de radiação, entre 10h e 16 horas.
Utilizar chapéus, óculos de sol e roupas que protejam a pele dos raios solares.
Procurar áreas de sombra quando estiver ao ar livre por longos períodos.
Evitar bronzeamento, principalmente artificial, que emite raios UV e é proibido.
Fazer exames de acompanhamento dos níveis de vitamina D, sintetizada pelo sol, a fim de se evitar exposições desnecessárias.
"Os danos causados pelos raios solares são muitas vezes permanentes. É sabido que a exposição que se toma na infância pode gerar manchas na vida adulta, e não existe cura, apenas controle", alerta Guido.