Tande teve sinais: como o corpo 'avisa' que um infarto vai acontecer?
Colaboração para VivaBem*
16/04/2024 10h51
Tande, 54, sofreu um infarto na última sexta-feira (12) e está se recuperando em um hospital no Rio de Janeiro.
Fiquem atentos aos sinais. [Meu corpo] me deu, volta e meia, vários: falta de ar, palpitação, subindo aqui na mandíbula, dor de ouvido. Cuidem-se sempre. Papai do céu me deu uma chance. Tô voltando.
Tande, no Instagram
Quais sinais de infarto?
Combinação de sintomas. Quando a obstrução afeta um pequeno ramo da coronária, atingindo uma área pequena e periférica do músculo cardíaco, o infarto pode ser assintomático (ou silencioso). O mais comum, porém, é que a pessoa tenha uma combinação de sintomas, que surgem de repente.
Dor aguda no peito. Dentre os sintomas do infarto, a dor forte ou aperto no peito, que se irradia para o queixo ou ombro e braço esquerdos, e perdura por mais de 20 minutos, tende a ser a mais lembrada. O sinal é mesmo o mais comum, mas não é o único e, em alguns casos, pode nem estar presente.
Outros sintomas comuns são: náuseas e/ou vômito, sudorese e suor frio, falta de ar (mais frequente em idosos), cansaço extremo ou fraqueza, tontura, palidez, sensação de desmaio e ansiedade inexplicável.
No caso de Tande, segundo o cardiologista e colunista de VivaBem Edmo Atique Gabriel, os sintomas foram, na verdade, um reflexo da ação de hormônios, como adrenalina, já que o corpo fica em alto estresse durante um infarto. O especialista acredita ainda que os sintomas pouco comuns dele sejam consequência de sua época de atleta.
Entre as mulheres, por diferenças anatômicas, é frequente que as dores sejam descritas como queimação e pontadas no peito. Muitas vezes elas são subvalorizadas entre as que estão antes da menopausa, por isso é importante conhecer os fatores de risco.
Falta de ar é comum em idosos. Em idosos ou indivíduos com diabetes, que podem ter a sensibilidade à dor alterada por causa do envelhecimento ou de neuropatias, a falta de ar pode ser a manifestação mais aparente.
Alguns pacientes podem até não relatar sintoma nenhum. No entanto, por meio de exames simples, como eletrocardiograma e ecocardiograma, é possível identificar alterações no coração que sugerem um quadro de infarto anterior — que pode ser chamado de "infarto silencioso".
Tratamento e prevenção
Avaliar a necessidade de desobstrução de uma artéria é um ponto importante no tratamento do infarto, independentemente de ser sintomático ou "silencioso". Para realizá-la, podem ser indicados uma angioplastia coronária (desobstrução mecânica), uma cirurgia de revascularização miocárdica ou a utilização de fibrinolíticos (desobstrução com medicamentos).
A prevenção é sempre melhor do que qualquer tratamento. Além da prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e cessação do tabagismo, o controle dos fatores de risco, como diabetes, hipertensão arterial e colesterol elevado são fundamentais para evitar o entupimento das artérias e consequente infarto.
O acompanhamento regular com cardiologista, sobretudo a partir dos 50 anos de idade, é fundamental, assim como o controle rigoroso das doenças de base, com medicamentos e da mudança do estilo de vida.
*Com reportagem publicada em 05/09/2022 e 13/03/2024