Reduz o colesterol e é laxante natural: os benefícios da pitaya à sua saúde
Pitaya é um alimento que está na moda. A fruta se tornou uma constante em receitas e dietas de quem busca ter uma alimentação mais saudável. O melhor de tudo é que ela pode ser ingerida de diferentes formas.
Os nutricionistas e nutrólogos não cansam de dizer: para saber se a sua dieta é saudável, basta observar o prato na hora das refeições. Se ele tiver as cores do arco-íris, as chances de estar ingerindo os nutrientes de que você precisa aumentam. E quanto mais intensa for a cor desses itens, melhor.
Esse é o caso da pitaya, o fruto de um cacto de origem mexicana de sabor suave e levemente adocicado.
Também conhecida como fruta do dragão —porque tem a forma do olho desse animal imaginário —, ela já é cultivada em todos os cantos do mundo, inclusive no Brasil, está cada vez mais na mesa dos brasileiros e ainda tem inspirado pesquisadores para o desenvolvimento de espécies mais doces.
Todo esse interesse decorre do fato de que dela se aproveita até o caule. Além disso, seus nutrientes têm feito da pitaya uma potencial aliada na prevenção e no combate de doenças. Versátil, ela pode ser consumida fresca ou seca, funcionando perfeitamente para aromatizar e compor sucos, drinks, vitaminas e até pode ser usada como corante e espessante naturais.
A planta que lhe dá origem é considerada ornamental, portanto é também uma opção em projetos paisagísticos com suas flores brancas ou ligeiramente rosadas, que abrem só durante a noite —e ainda são comestíveis: em botão, podem ser cozidas e consumidas como vegetais.
Benefícios da pitaya
As frutas frescas são excelentes fontes de nutrientes e compostos vitais para a saúde em geral, e contribuem para a prevenção de muitas enfermidades. Isso porque elas atuam no metabolismo dos carboidratos, fortalecem dentes, ossos, sangue e tecidos, bem como as defesas do corpo.
Além disso, todas as frutas contribuem para as melhores cicatrização e recuperação de infecções do aparelho respiratório, e ainda são consideradas laxantes suaves, dado o seu teor de fibras. Em todos esses quesitos, a pitaya não decepciona. Nos últimos anos, vários estudos científicos têm mostrado que ela parece ter efeitos benéficos nas seguintes situações:
- Redução do colesterol
- Controle glicêmico no diabetes tipo 2
- Prevenção do câncer colorretal
- Fortalecimento das funções dos rins e ossos
- Melhora das funções cerebrais e da saúde ocular
A pitaya é mais uma opção de fruta para integrar dietas balanceadas, principalmente quando o objetivo é perder peso. Por ter baixas calorias e tantos benefícios, ela pode ser consumida por todas as pessoas. Uma boa opção é incluí-la como lanche da manhã ou da tarde.
Nutrientes em todos os tipos de pitaya
Na feira ou no mercado, você pode encontrar quatro tipos de pitaya:
- Amarela de polpa branca
- Vermelha de polpa branca
- Vermelha de polpa roxa
- Minipitaya brasileira, também chamada de pitaya do cerrado ou saborosa (a mais apetitosa entre todas)
Apesar dessas variações, por dentro, todas elas estão carregadas de antioxidantes, como a vitamina C —cuja concentração é três vezes maior do que a da cenoura. A vermelha de polpa roxa ainda tem a particularidade de ser rica em betacianina, outro composto bioativo com poder antioxidante que vira um verdadeiro escudo contra doenças.
A fruta ainda é boa fonte de fibras e altamente hidratante. Com boa proporção de ferro, seu suco se mostrou eficaz na melhora de níveis de hemoglobina e glóbulos vermelhos, o que significa que ela pode colaborar para combater a anemia. A melhor forma de consumi-la é in natura (fresca), dada a boa biodisponibilidade de nutrientes.
Você pode incluí-la na salada de frutas, em sucos, mousses, e mesmo prepará-la na forma de sorbet (creme gelado feito com a polpa da fruta congelada e batida no liquidificador ou no processador). Vale a pena aproveitá-la em bolos, tortas, recheios, gelatinas, bebidas e outras receitas. Lembre-se de que quanto menor for o tempo e a temperatura de cozimento, melhor.
Probiótico natural
Perfeitas e milimétricas, as sementes da pitaya encantam por sua delicadeza, e vão além. Delas se extrai um óleo rico em ácidos linoleico e linolênico, gorduras poli-insaturadas conhecidas como ômegas 3 e 6, comprovadas amigas da saúde cardiovascular, cerebral e das células —desde que suas concentrações no organismo sejam equilibradas.
Além disso, a presença de grupos de carboidratos como polissacarídeos e oligossacarídeos faz delas bons estimulantes da microbiota do intestino, ou seja, elas são consideradas um probiótico natural.
Como comer pitaya
Quem tem interesse no consumo de uma dieta livre de ultraprocessados e compostos químicos, pode anotar esses nomes: pectina e betalaína. Um artigo de revisão publicado pela revista The Asian Journal of Horticulture mostrou que a casca da pitaya é rica nesses dois ingredientes, que podem se tornar populares entre os fabricantes de alimentos com soluções naturais para conservar e colorir seus produtos.
A pectina é um espessante capaz de conferir viscosidade, melhorar a textura e a consistência dos alimentos; enquanto a betalaína é um pigmento de origem vegetal. Aliás, este último componente possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antiangiogênicas (inibem crescimento vascular). Além disso, a casca e a farinha feita com ela podem ser usadas em massas, bolos, quiches, risotos, geléias, molhos etc.
Já o cladódio —a estrutura do cacto que parece um caule — é rico em vitamina C e também pode ser outro aliado na prevenção de doenças. Para quem detesta desperdício, as pétalas das flores rendem um bom chá —quando ainda estão em botão, podem ser refogadas como hortaliças.
Como plantar pitaya
O cultivo da pitaya no Brasil ocorre há 20 anos, e já existem pomares em todas as regiões do país. Ele credita às propriedades nutricionais e funcionais da fruta o maior interesse dos consumidores, o que gerou demanda para os produtores.
Todas as espécies de pitaya podem ser cultivadas em pequenas propriedades, no quintal de casa e até em vasos grandes. Embora isso possa acontecer a partir de sementes, o meio mais fácil de fazê-lo é através de mudas, que têm preços de R$ 5 a R$ 25, a depender do tipo.
Apesar de a planta ser uma espécie de cacto, ela precisa de boas e constantes irrigação e adubação (orgânica e mineral), além de estrutura para expandir: pode ser uma cerca, suportes ou postes de madeira ou concreto que permitam adaptar pneus para dar à planta um formato de árvore. Cada uma delas é capaz dar até 100 frutos durante o ano.
Como escolher e conservar a pitaya
Tome como exemplo a forma como você escolhe frutas com casca. Esta deve estar íntegra, sem amassados, ter cor viva e brilhante. Evite as que estiverem moles ou estejam soltando líquidos. Um bom fruto das espécies maiores mede de 8 cm a 16 cm, e pesa cerca de 100 g. Conserve-as em local seco e fresco.
Caso perceba que não conseguirá consumi-la em 3 dias, congele a polpa. Basta descascar a pitaya no sentido do comprimento, cortá-la em rodelas ou processá-las, e acondicioná-las em um recipiente com tampa, ou mesmo em saquinhos próprios para congelar. Consuma em até 3 meses.
Tabela Nutricional da polpa da pitaya* - porção de 100 g
- Água: 87g - 85%
- Proteína: 1,1g a 0,4 mg
- Gordura: 0,4 g
- Carboidratos: 11 g
- Fibras: 3 g
- Vitamina B1: 0,04 g
- Vitamina B2: 0,05 g
- Vitamina B3: 0,16 g
- Vitamina C: 20,5 mg
- Cálcio: 8,5 mg - 0,02 mg
- Ferro: 1,9 mg a 2,03 mg
- Fósforo: 22,5 mg - 0,2 mg
- Potássio: 1,6 mg
- Magnésio: 0,2 mg
- Zinco: 1,5 mg
*Valores médios dos vários tipos de pitaya encontrados na América Latina. Dados do cultivo no Brasil se referem à pitaya vermelha de polpa branca (Embrapa Cerrados).
Fontes: Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Neiva Souza, nutricionista; Fábio Gelape Faleiro, pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária); Sonia Maria Costa Celestino, engenheira química e pesquisadora em ciência e tecnologia de alimentos da Embrapa-Cerrado; Renato Caleffi, chef especializado em gastronomia orgânica e funcional.
Referências: Guia Alimentar para a População Brasileira/Ministério da Saúde; FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura); Sonawane, Madhuri Shrikant (2017). Nutritive and medicinal value of dragon fruit. Asian J. Hort., 12(2) : 267-271, DOI : 10.15740/HAS/TAJH/12.2/267-27, com matéria publicada em 17/05/2022
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