Nº de crianças sem vacina contra pólio cai, mas 152 mil estão sem 1ª dose
De VivaBem, em São Paulo
23/04/2024 12h00
O número de crianças menores de um ano que ficaram sem a vacina da pólio em 2023 no Brasil é menor do que o registrado em 2022.
Segundo levantamento do Unicef com dados do Ministério da Saúde, 152,5 mil crianças não receberam a primeira dose do imunizante no ano passado, ante 243 mil no ano anterior.
Com isso, a entidade avalia que o país retomou os avanços na imunização infantil após anos de queda nas coberturas vacinais, mas é preciso um esforço ativo para encontrar e vacinar aquelas sem a dose.
Para o cálculo, o Unicef considerou o número de nascidos vivos em cada ano e o número de primeiras doses contra a pólio aplicadas no respectivo ano.
Avanço precisa continuar
Youssouf Abdel-Jelil, representante do Unicef no Brasil, celebra a retomada da imunização no país e reforça a urgência de imunizar as demais crianças.
"Essa busca tem de ultrapassar os muros das unidades básicas de saúde e alcançar outros espaços em que crianças e famílias, muitas em situação de vulnerabilidade, estão", afirma.
Escolas, CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e outros locais públicos devem ser alvo de campanhas de vacinação, segundo ele.
Busca ativa
O Unicef no Brasil conta com a iniciativa BAV (Busca Ativa Vacinal) para apoiar os municípios na garantia da imunização infantil. A estratégia visa:
- Contribuir com os municípios na identificação de crianças menores de cinco anos com atraso vacinal ou não vacinadas;
- Estabelecer estratégias para encaminhamento delas aos serviços de saúde e atualizações de vacinação;
- Monitorar as coberturas vacinais;
- Acompanhar a situação vacinal da população-alvo;
- Identificar e responder a vulnerabilidades que levam à não vacinação.
A estratégia incentiva a participação de diferentes áreas, como educação, saúde, assistência social, entre outras, para fortalecer a rede de garantia de direitos. Para a BAV, o Unicef conta com a parceria estratégica de Pfizer e Fundação José Luiz Egydio Setúbal.
O governo federal também conta com o Movimento Nacional pela Vacinação na Comunidade Escolar, lançado no começo deste mês, com o objetivo de atualizar a caderneta de crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade.
Vacina contra poliomielite
A vacina contra a poliomielite tem esquema de vacinação em duas gotas, exclusivamente oral.
O imunizante está disponível para crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
O primeiro reforço deve ser dado aos 15 meses e o segundo aos 4 anos de idade.
Esse primeiro reforço ocorre com intervalo mínimo de seis meses após a última dose do esquema primário (três doses). O segundo reforço também tem intervalo mínimo de seis meses após o primeiro.