Pode ficar pra sempre? Saiba o que fazer quando uma farpa entra no dedo
Finas, pontiagudas e irregulares, as farpas de madeira podem ser imperceptíveis quando entram na pele, no entanto, elas são capazes de causar prejuízos muito maiores do que o tamanho delas na saúde das pessoas. Por isso, é preciso estar atento aos cuidados.
De maneira geral, as farpas perfuram a epiderme, que é a camada mais externa da pele, depois a derme e podem ser encontradas no subcutâneo, onde há gordura.
No entanto, em casos de farpas grandes, elas podem atingir nervos, encostando inclusive em ossos. Com isso, a dor se torna ainda mais forte e aguda, principalmente quando o membro afetado se movimenta ou toca em alguma superfície.
Alguns casos podem fazer com que a farpa não incomode, caso ela não seja retirada, mas o melhor é sempre procurar um médico e não deixá-la eternamente no organismo, pois ela pode voltar a trazer dores e infecções.
O que fazer?
Ao notar que uma farpa entrou na pele, a primeira reação dever ser lavar o local com água e sabão para diminuir a penetração de patógenos (organismos capazes de causar doenças).
Em todos os casos, é necessário avaliar a hipótese de buscar ajuda em uma unidade de saúde. No entanto, caso a pessoa opte por retirar a farpa por conta própria, é preciso cuidado, pois o instrumento de remoção, como pinça, precisa estar esterilizado para evitar o risco de contaminação (veja métodos no fim da matéria).
Procurar um médico é essencial quando há processos inflamatórios com mais de 48 horas de duração, dores latejantes ou incapacitantes e a presença de sangue, secreção ou febre, que podem indicar uma infecção.
A ida ao especialista também é indicada quando a pessoa não tem conhecimento se o calendário de vacinação está em dia. Caso a vacina antitetânica estiver defasada, a indicação é tomar a dose de reforço.
Consequências no corpo
Se a farpa ficar na pele, a reação natural do organismo vai ser de combater e expulsar o copo estranho. Nesse caso, há inflamação em volta do material. Em algumas ocasiões, é possível que saia pus, mas a farpa também pode ser englobada ou isolada, formando uma cicatriz.
Caso esteja contaminado, o material pode carregar tipos de fungos e bactérias que podem ser prejudiciais e resultar em abscessos, celulite, erisipela, micoses e até mesmo tétano. Conforme o histórico de saúde da pessoa e a gravidade do processo infeccioso, há a probabilidade de perda do membro afetado e até mesmo morte.
Opções de remoção
Quando são superficiais e pequenas, a remoção de farpas pode ser feita por meio de algumas técnicas, contanto que a área não seja esfregada para que o material não afunde ainda mais na pele. Espremer também não é uma boa alternativa, pois pode causar dor e fragmentar a farpa. As opções de extração são com pinça esterilizada, fita adesiva ou bicarbonato de sódio.
Com a pinça ou a fita, a ideia é puxar a parte da farpa que está para fora, enquanto o bicarbonato deve desencadear uma reação que pode empurrar o material para fora, quando aplicado em pasta sobre o local e encoberto com esparadrapo.
No médico, o tratamento é avaliado conforme a necessidade do paciente. Se houver inflamação e infecção, é necessário uso de anti-inflamatório e antibiótico, além da retirada do corpo estranho.
Antes do procedimento de extração, é feita uma limpeza na área do corpo onde está a farpa e pode ser preciso uso de anestesia. A retirada do material é feita com pinça, mas uma incisão com lâmina de bisturi também pode ser necessária para melhor visualização quando a farpa estiver profunda.
Intervenções cirúrgicas podem ocorrer, mas quando as farpas são muito grandes e desencadeiam lesões de alguma estrutura tecidual, como nervos, tendões e ligamentos.
Fontes: Rodrigo Barbosa, infectologista e médico da família; Mariana Ormay, dermatologista; Wendell Uguetto, cirurgião plástico
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