Empresária morre após lipo; o que é tromboembolismo pulmonar gorduroso?

A empresária Fábia Portilho, 52, morreu por complicações decorrentes de uma cirurgia plástica, na terça-feira (7).

O que aconteceu?

Dias após a mamoplastia e lipoaspiração, feitas em um hospital privado de Goiânia, Fábia sentiu fortes dores abdominais e voltou ao centro de saúde.

A família pediu transferência de hospital, mas enquanto a liberação não saía, o quadro clínico da empresária piorou e ela morreu na chegada à outra unidade.

A causa da morte foi apontada como tromboembolismo pulmonar gorduroso e choque obstrutivo.

O que é tromboembolismo pulmonar gorduroso

No senso popular, trombo e êmbolo são tidos como a mesma coisa, mas são diferentes, tecnicamente:

Trombo é sinônimo de coágulo. É um conjunto de resíduos sanguíneos que se formam e podem obstruir uma artéria ou uma veia. Assim, trombose é o nome que se dá ao acúmulo de trombos ou de coágulos.

Êmbolo é o resultado da fragmentação ou desprendimento desse trombo. "Quando o trombo está na localização inicial, numa determinada artéria, e se quebra por qualquer motivo em pequenos pedaços, chamamos isso de embolização, onde cada pequeno fragmento é um êmbolo", explica o cardiologista Edmo Atique Gabriel, colunista de VivaBem.

O médico explica que, quando se faz uma lipoaspiração, usam-se cânulas de comprimento longo para aspirar a gordura de diferentes partes do corpo, como coxa, nádegas, barriga e tórax.

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Próximo a essa gordura existem pequenos vasos sanguíneos. Conforme o cirurgião faz o procedimento, pequenos pedaços de gordura podem entrar nas veias pelo movimento das cânulas,. E tudo que entra nas veias do corpo, sejam elas pequenas ou grandes, vai naturalmente para a circulação pulmonar.

"E aí começa a acontecer um acúmulo de resíduos gordurosos. Em um momento, esse acúmulo é tão expressivo a ponto de obstruir a circulação pulmonar. É o que a gente chama de tromboembolismo pulmonar gorduroso", diz o cardiologista.

A progressão da ocorrência interrompe o fluxo sanguíneo para os pulmões e a pessoa pode ter sintomas como:

  • Falta de ar;
  • Dor no peito;
  • Pessoas de pele clara ficam com aspecto arroxeado, indicando baixa oxigenação;
  • Insuficiência respiratória grave com parada cardiorrespiratória, no cenário mais grave.

O que fazer diante do quadro?

O cuidado envolve:

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  • Intubação;
  • Oferta de oxigênio;
  • Reanimação cardiorrespiratória;
  • Uso de medicamentos para tentar bombear melhor o coração e melhorar o fluxo pulmonar.

Mas, dependendo do acúmulo de gordura dentro da circulação pulmonar, por mais que as medidas sejam adotadas, o corpo pode não se recuperar nem sair da falência cardiorrespiratória.

O médico comenta que, no caso de Fábia, o quadro agudo ocorreu dias depois da cirurgia, um indicativo de que o corpo tentou se adaptar ao acúmulo de êmbolos gordurosos na circulação pulmonar.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do informado anteriormente, foram usadas cânulas e não agulhas no procedimento.

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