Atriz fica 'irreconhecível' após comer lagosta; entenda riscos de alergias
De VivaBem*, em São Paulo
13/05/2024 11h35
A atriz Jeniffer Nascimento teve uma reação alérgica intensa ao comer lagosta, no último sábado (11). Conhecida como a Sol de "Malhação: Sonhos" (2014), ela nunca havia apresentado alergia a frutos do mar.
Em um post no Instagram, Jeniffer contou que os primeiros sintomas foram espirros e coceira nos olhos, mas o quadro evoluiu em "questão de minutos", quando ela apresentou rouquidão e inchaço na garganta e rosto. "Comecei a ficar sem voz, garganta seca, quase fechando glote. Graças a Deus deu tempo de chegar no hospital. Foi algo desesperador", disse a atriz na publicação.
Quais os riscos de alergia a alimentos?
A alergia ou hipersensibilidade é uma resposta exagerada do sistema imunológico. Ela se desenvolve após a exposição a um antígeno (alérgeno), que provoca a reação.
Qualquer alimento pode ser alergênico. Mas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), há oito alimentos que são responsáveis por 90% de todas as reações alérgicas alimentares no mundo: leite de vaca, peixes, frutas secas, frutos do mar, cereais, amendoim, ovo e soja.
A alergia a frutos do mar é uma das mais comuns no Brasil. Além dos crustáceos, como lagosta e camarão, gergelim, amendoim e castanha são os mais envolvidos em reações fatais. A intolerância do organismo à ingestão do alimento pode levar a reações que vão desde uma coceira na pele até sintomas mais violentos como o choque anafilático, que pode ser fatal.
Alergia costuma dar sinais de que está começando. No início, sintomas são leves, como coceira, que pode aparecer quando o alimento ainda está na boca ou minutos depois do consumo.
Muita gente tem sintomas mais leves na primeira vez que come o alimento alergênico. Reação mais grave geralmente aparece na segunda ou terceira vez.
Gravidade depende do sistema imune no momento do contato. Quanto mais debilitado, mais rápida é a progressão da reação.
No geral, os sintomas mais comuns relacionados a alimentos são:
- Tosse, chiado, falta de ar;
- Dor abdominal, náusea, vômito, diarreia;
- Urticária e placas vermelhas na pele;
- Inchaço nas partes moles, como boca e olhos.
Em situações mais graves, os sintomas citados acima podem evoluir para o edema de glote, que é uma reação alérgica grave, com inchaço na garganta, provocando a obstrução do fluxo de ar para os pulmões e impedindo a respiração.
As anafilaxias são reações alérgicas intensas que podem acometer vários órgãos, inclusive pele e mucosa, ocasionando o inchaço da região, podendo levar à morte.
O que fazer?
Como ocorre de forma muito rápida, o mais indicado é procurar um serviço médico o quanto antes.
Se a pessoa estiver em um quadro de anafilaxia, é feita uma aplicação intramuscular de adrenalina, que tem uma ação muito rápida.
Geralmente, quando o indivíduo é tratado a tempo, ele recebe um plano de ação do médico, que contém todas as diretrizes caso o contato com o alimento volte a acontecer.
Além disso, é indicado que o paciente ande com uma nécessaire contendo um antialérgico, um broncodilatador e a caneta de adrenalina.
Caneta de adrenalina não é produzida no Brasil
A adrenalina autoinjetável, no entanto, não é produzida no Brasil e apenas pode ser adquirida pelo paciente por meio de importação.
Entidades como a Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) defendem a incorporação da pequena "caneta" de adrenalina como medicamento de alto custo no SUS.
A caneta é considerada um dos divisores entre sobreviver ou não a uma crise de anafilaxia.
*Com informações de reportagem publicada em 24/10/2019 e 29/07/2021.