Perdi minha carteirinha de vacinação, tem problema tomar tudo de novo?

É muito comum, quando pensamos em vacinação, associarmos o ato de vacinar somente às crianças —a rotina de imunização dos pequenos é intensa e segue rigorosa até o último imunizante do calendário infantil, que ocorre entre 9 e 14 anos (vacina contra HPV).

Passada essa fase, a cobertura vacinal despenca, como se o ciclo se encerrasse e não houvesse mais a necessidade de se proteger. Mas essa é uma ideia equivocada: jovens e adultos também possuem um calendário vacinal previsto no PNI (Programa Nacional de Imunizações) e precisam manter a sua caderneta em dia.

O adulto com a caderneta desatualizada pode desenvolver formas mais agressivas de doenças preveníveis por vacinas e, além disso, se tornar um vetor de transmissão, podendo colocar em risco pessoas ao seu redor, inclusive as crianças.

A vacinação de adultos também é importante por outros fatores, como o lugar onde a pessoa mora, o histórico de vacinação na infância, possíveis doenças que esteja tratando e até mesmo atividades cotidianas que podem influenciar a necessidade de uma ou outra vacina. Segundo o PNI, há doses de vacinas que devem ser reaplicadas durante a vida adulta e durante situações específicas, inclusive a gestação.

E se não tenho minha carteirinha de vacinação e não sei quais vacinas tomei. O que eu faço?

A carteira de vacinação tem por objetivo o registro das doses de vacinas recebidas pelo cidadão durante a vida. Por meio dela é possível comprovar quais vacinas o indivíduo recebeu e também registrar doses futuras, para retorno à unidade de saúde, nos casos de vacinas com mais de uma dose.

Importante: a ausência de carteira de vacinação não impede nenhum brasileiro de ser vacinado. A vacina é um direito de todas as pessoas. É recomendável que a carteira de vacinação seja devidamente guardada e utilizada sempre que for tomar uma nova dose ou uma vacina diferente, visando manter o histórico vacinal em dia em um único documento.

O Ministério da Saúde recomenda ao paciente que perdeu o cartão de vacina que procure o posto de saúde onde habitualmente recebe as doses para resgatar o histórico de vacinação e fazer a segunda via do documento.

Pode ser que haja dificuldade em achar os registros anteriores dependendo do local devido à informatização do sistema público ter começado há poucos anos. A informatização ainda não é uniforme em todos os lugares do Brasil.

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Caso não seja possível recuperar esse histórico, um novo esquema vacinal poderá ser iniciado. O profissional da unidade de saúde fará uma avaliação considerando a faixa etária do indivíduo e as vacinas recomendadas para a sua idade, e procederá com a vacinação e agendamento de possíveis doses subsequentes.

Isso significa que no caso de um adulto, por exemplo, que não tem a carteira de vacinação e precisará ser vacinado novamente, ele só receberá as vacinas de acordo com a faixa etária dele, ele não tomará, por exemplo, as vacinas indicadas para crianças.

Para o PNI é considerado vacinado o indivíduo que comprova a sua vacinação. No entanto, se for possível, antes de iniciar um novo esquema vacinal, o cidadão poderá buscar formas de resgatar doses aplicadas nas unidades onde já tomou vacinas previamente.

O que devo fazer se tiver mudado de cidade?

Em caso de mudança de endereço e inexistência de comprovante de vacinação, o profissional de saúde poderá fazer uma busca no sistema, visando encontrar registros de vacina feitos no cadastro do indivíduo em outros estabelecimentos de saúde. Caso o profissional não os encontre, um novo esquema vacinal será iniciado, considerando sua faixa etária e as vacinas recomendadas para a sua idade.

*Com informações de reportagens de 06/05/2024 e 09/02/2021.

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