4 hábitos que prejudicam a memória ao envelhecer e como reverter
Em meio à sobrecarga de tarefas e informações, é comum não lembrar onde deixamos um objeto, esquecer de comprar um produto ou até mesmo o momento de tomar um remédio. Essas falhas de memória tendem a se agravar conforme envelhecemos.
Além da idade e de fatores genéticos, hábitos ruins não corrigidos podem afetar negativamente a memória. A seguir, veja quatro deles e como contorná-los:
1. Dormir pouco
Prejudica a capacidade da pessoa se concentrar e armazenar informações. Uma pesquisa de 2018 indicou que pessoas com distúrbios do sono - tais como insônia, apneia, sono de má qualidade e dormir menos de 5 horas por noite - tinham uma probabilidade maior de desenvolver algum tipo de demência. Isso se deve ao fato de que a falta de sono está associada à diminuição da funcionalidade dos neurônios, o que resulta em falhas cognitivas.
Como reverter: procure um especialista em medicina do sono, não fique no celular até altas horas e coma menos e de forma saudável antes de se deitar. Uma boa noite de sono ajuda o organismo a descansar e a recarregar as energias. Ainda é fundamental para a memória, já que é neste momento que ela é consolidada.
2. Ficar muito tempo sozinho
Permanecer isolado por longos períodos também pode intensificar o risco de deterioração cognitiva - e memória. O afastamento social prolongado é frequentemente observado na fase idosa, devido à crescente dificuldade em manter interações sociais, ao aumento das restrições físicas que dificultam a saída de casa e à maior possibilidade de perda de amigos e parentes.
Como reverter: tendo condições para sair e de casa, socialize. Do contrário, peça para alguém o levar para passear e visitar entes queridos. A socialização de idosos é uma estratégia para combater as demências. De forma geral, manter diálogos ou realizar atividades e jogos em grupo mantém o cérebro mais afiado e ativo.
3. Consumir álcool e cigarro
A ingestão de álcool e o ato de fumar são práticas que afetam negativamente a saúde do corpo inteiro. No que diz respeito ao cérebro, o uso frequente de álcool prejudica a massa cinzenta, uma área crucial para o processamento de dados.
É importante ressaltar que não há um nível "seguro" de consumo de álcool e qualquer variedade (seja cerveja, vinho ou destilado) já causa danos cerebrais.
Já o consumo de tabaco está ligado ao envelhecimento acelerado do cérebro e causa danos vasculares no mesmo. Em suma, ambos contribuem para mudanças nas estruturas cerebrais, aumentando o risco de disfunções cognitivas.
Como reverter: que tal trocar a cerveja pelo suco? Manter um diário ou até um aplicativo de monitoramento do seu progresso pode ajudá-lo a se sentir motivado, fazer atividades físicas e ter hábitos saudáveis também vão fazer com que a vontade de beber desapareça. Além disso, desassocie o álcool das emoções. Beber quando se sente sozinho ou triste pode levar ao alcoolismo.
Quanto ao cigarro, para largá-lo, é importante ocupar a mente com outra coisa, fazendo exercícios físicos, indo ao cinema ou lendo. Quando a abstinência bater, opte por produtos de reposição de nicotina, como chicletes e adesivos. Também é recomendável procurar ajuda de um psicólogo ou um médico.
4. Manter-se o dia todo ocioso
O sedentarismo físico e mental é bastante prejudicial para o cérebro e pode até alterar a sua estrutura e funcionamento. Para se ter uma ideia, um fator de risco para o Alzheimer é o baixo nível de escolaridade. Geralmente, essas pessoas não executam atividades intelectuais complexas e oferecem pouco estímulo para o cérebro.
Como reverter: mantenha-se ativo para evitar doenças e contribuir com a memória. Pessoas que praticam atividade física regular apresentam maior facilidade no aprendizado, previnem os déficits de memória e cognição relacionados a idade e melhoram o humor. Mas o cérebro também precisa ser estimulado constantemente, quanto mais, maior a conexão entre os neurônios.
Vale a pena investir em leituras, jogos ou fazer exercícios mentais, que são capazes de fortalecer a capacidade cognitiva.
Fontes: Elisa de Paula França Resende, neurologista do Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); Marco Túlio Mourão, médico de família e comunidade, geriatra e professor da UFC (Universidade Federal do Ceará); e Leonardo Valente, neurologista e professor do curso de medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
*Com informações de reportagem publicada em 04/08/2023 e 01/01/2018
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