Zolpidem terá nova regra para prescrição: o que muda?
De VivaBem*, em São Paulo
17/05/2024 11h07
A Anvisa aprovou um maior controle na prescrição de zolpidem, medicamento usado no tratamento de insônia, a partir de agosto.
O que muda?
Com isso, qualquer recomendação de uso à base do composto deverá ser feita por meio da Notificação de Receita B (cor azul), já que o zolpidem é considerado uma substância psicotrópica controlada no país.
Antes, concentrações de até 10mg podiam ser receitadas pela receita branca de duas vias. O novo tipo de receita, a azul, exige que o profissional que prescrever o remédio tenha cadastro na vigilância sanitária.
A mudança vai acontecer em agosto para que os médicos tenham tempo de se cadastrar, evitando que pacientes precisem interromper tratamentos.
A adequação de bula e rotulagem deve acontecer a partir de dezembro deste ano, quando todos os medicamentos à base de zolpidem deverão conter a tarja preta na embalagem. Até lá, eles ainda poderão ser fabricados com a tarja vermelha — como é hoje.
A decisão da Anvisa aconteceu após um aumento de relatos de uso abusivo do medicamento. Em março, a reportagem do UOL denunciou a "epidemia" do remédio. As vendas de zolpidem saltaram 66,8% de 2018 a 2022, indicou a agência.
A medida foi adotada a partir do aumento de relatos de uso irregular e abusivo relacionados ao zolpidem. A análise conduzida pela Anvisa demonstrou um crescimento no consumo dessa substância e a constatação do aumento nas ocorrências de eventos adversos relacionados ao seu uso. Foi possível ainda identificar que não há dados científicos que demonstrem que concentrações de até 10 mg do medicamento mereçam um critério regulatório diferenciado.
Anvisa, em nota
O que é o zolpidem
Droga do sono. O zolpidem é um hipnótico não-benzodiazepínico do grupo das imidazopiridinas. Esses medicamentos atuam no SNC (Sistema Nervoso Central) e possuem propriedades sedativas, relaxantes e ansiolíticas.
Remédio é considerado seguro, se uso for racional. A medicação pode ser indicada para o tratamento de curto prazo da insônia quando se tem dificuldade para dormir ocasional, transitória ou crônica.
Uso prolongado pode causar dependência. "Alguns pacientes acabam desenvolvendo dependência psicológica por sentirem necessidade de adormecer rapidamente, não tolerando a espera normal do tempo para pegar no sono", explicou a psiquiatra Gisele Richter em matéria publicada no ano passado.
*Com informações da Agência Brasil