Proteínas descobertas em Oxford podem prever 19 cânceres até 7 anos antes
Colaboração para VivaBem*
18/05/2024 04h00
Cientistas da Universidade de Oxford (Reino Unido), realizaram estudos que permitiram a identificação de proteínas sanguíneas capazes de prever o diagnóstico de 19 variedades de câncer, entre os quais leucemia e câncer de pulmão, com até sete anos de antecedência. Os resultados mais recentes foram publicados em 15 de maio na revista Nature Communications.
Através do uso de uma técnica conhecida como proteômica, que permite a análise simultânea de um grande número de proteínas presentes em amostras de tecido, os cientistas conseguiram observar as interações entre elas.
Na análise, eles identificaram 618 proteínas que têm alguma ligação com o câncer, das quais 107 foram detectadas nos exames de sangue dos pacientes vários anos antes do surgimento da doença. Além disso, descobriram 40 macromoléculas que afetam a probabilidade de uma pessoa desenvolver nove diferentes tipos de câncer.
Os pesquisadores envolvidos acreditam que essas descobertas são fundamentais para o desenvolvimento de medicamentos que possam atuar sobre proteínas específicas e, assim, prevenir o surgimento de câncer.
No Brasil, câncer de pele é o mais comum
Estudos anteriores já haviam mostrado que algumas proteínas são responsáveis pelo espalhamento do câncer de pele, que representa 30% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer).
Felizmente, o melanoma representa a minoria dos casos de câncer de pele, cerca de 3% dos diagnósticos, de acordo com o Ministério da Saúde. "Felizmente" porque esse é um tipo mais agressivo de tumor de pele e que tem alto risco de provocar metástase —quando o câncer se dissemina por outros tecidos no corpo.
Em muitos casos, se o câncer de pele for detectado precocemente, antes da ocorrência de metástases —que pode ocorrer rapidamente—, é possível curá-lo.
Veja recomendações dos especialistas para se prevenir contra o câncer de pele:
Proteja-se do sol, especialmente de maior intensidade, entre 10h e 16h;
Adote proteção, como filtros solares e roupas com proteção contra raios UV;
Utilize protetores com fator de proteção superior a 30. Pessoas de pele clara ou sensível devem investir em FPS mais altos. Protetor solar é rotina.
Considere fatores hereditários. O risco de um paciente com histórico familiar desenvolver câncer de pele é maior. Por isso, se for seu caso, proteja-se, observe sua pele com frequência e faça acompanhamento médico;
A recomendação é ir ao dermatologista. "O melhor é que as pessoas que tenham a possibilidade ou risco para a doença façam uma avaliação anualmente em busca de lesões suspeitas", orienta Renato Marchiori Bakos, coordenador do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
*Com informações de reportagem publicada em 12/01/2023 e 09/01/2023