Hepatite E: entenda a doença rara causada por vírus achado na água do RS

Com enchentes que já atingiram 469 municípios do estado, o Rio Grande do Sul vive uma das maiores tragédias da sua história e surge também a preocupação com os perigos da água contaminada, que pode transmitir doenças à população.

Segundo reportagem exibida neste domingo (26) no Fantástico, da TV Globo, pesquisadores da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por meio de coleta de amostras das águas das enchentes em algumas cidades gaúchas, identificaram diferentes tipos de bactérias e vírus, entre eles os causadores da hepatite A e hepatite E —uma variante mais rara da doença.

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A hepatite viral é uma infecção que atinge o fígado. Ao todo, são cinco variantes diferentes de vírus da hepatite: A, B, C, D e E — sendo a E a mais rara e as do tipo B e C as mais preocupantes.

O vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil, é encontrado com maior facilidade na África e na Ásia. Segundo o Ministério da Saúde, no país, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C.

A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, enquanto a hepatite E é causada pelo vírus E (HEV). Ainda de acordo com o órgão, o vírus E causa hepatite aguda de curta duração e auto-limitada — de duas a seis semanas.

Ambos os vírus, A e E, são transmitidos principalmente por via fecal-oral — contato de fezes com a boca.

A hepatite E, especificamente, tem grande relação com o consumo de água contaminada e locais com infraestrutura sanitária frágil. Além disso, a doença também pode ser transmitida por meio da ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados; transfusão de produtos sanguíneos infectados; e transmissão vertical de uma mulher grávida para seu bebê.

Na maioria dos casos, essa é uma doença de caráter benigno. A hepatite E pode ser grave em gestantes. E causar infecções crônicas em pessoas que tenham algum tipo de imunodeficiência, mas são casos raros.

Hepatite pode ser prevenida. A do tipo B, por exemplo, pode ser prevenida com vacina, enquanto diferentes subtipos podem ser tratados com possibilidade de cura.

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Assim como a hepatite A, a hepatite E não tem um tratamento específico. Em ambos os casos, é aconselhável procurar um médico e evitar a automedicação para alívio dos sintomas.

A doença é silenciosa, com sintomas que só aparecem quando a hepatite já está em fase avançada. Entre os sintomas estão cansaço, fadiga, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados.

*Com reportagens publicadas em 03/07/2023 e 28/07/2023.

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