8 sinais de que uma pessoa está obcecada com a dieta

Algumas pessoas passam horas se preocupando com os alimentos que vão consumir e se suas escolhas afetarão o seu peso e aparência. De repente, desenvolvem uma relação problemática com a comida e começam a fazer dietas cada vez mais restritivas. Além disso, o ato de comer pode se tornar motivo de sofrimento e angústia.

"Boa parte da sociedade apresenta uma obsessão por manter uma dieta para emagrecimento ou busca de desempenho. Em algumas situações, isso afeta as emoções. O alimento passa a ser controlado rigidamente com frequência tanto na quantidade quanto na qualidade, causando sofrimento e problemas de saúde", afirma Manoela Figueiredo, especialista em transtornos alimentares pelo IPq/HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e idealizadora da Nutrição Comportamental.

Mas como saber se a dieta e o controle do peso estão virando uma obsessão? A seguir, veja alguns sinais e quando é preciso buscar ajuda.

1. Checar a balança várias vezes ao dia

Subir na balança todos os dias causa estresse e ansiedade em relação à imagem e à autoestima. Geralmente, o peso corporal varia de um dia para o outro por conta de diversos fatores, como retenção de líquidos, digestão dos alimentos e até o período menstrual nas mulheres.

O ideal é monitorar o peso em intervalos regulares, cerca de uma vez por semana, para acompanhar o progresso da perda de peso. Focar no peso diário não é considerada uma atitude saudável ou recomendada.

2. Contar calorias de todos os alimentos

A prática de contar calorias todos os dias, em alguns casos, pode levar a uma relação disfuncional com a comida, gerando ansiedade, culpa e transtornos alimentares. Nesses casos, é comum focar apenas na quantidade de calorias consumidas, em vez de se atentar para os nutrientes dos alimentos.

Muitas vezes, a pessoa demora muito tempo olhando os rótulos dos alimentos ou fazendo contas para saber o quanto deve comer.

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Contar as calorias dos alimentos é simplificar um processo complexo do organismo. Não significa, por exemplo, que o indivíduo vai absorver todas as calorias daquele alimento. Além de gerar uma pressão no momento da refeição e insegurança e medo na hora de se alimentar. Mariana Monteiro, supervisora de Nutrição do Geta, ambulatório de transtornos alimentares da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)

3. Categorizar alimentos em "bons" ou "ruins"

É comum classificar os alimentos em "bons" (que podem ser consumidos e são permitidos) ou "ruins" (aquelas que atrapalham a dieta e são proibidos). Geralmente, deixam de consumir frituras, doces, carboidratos e industrializados e se sentem culpados quando não conseguem resistir a esses itens.

A categorização de alimentos é uma prática comum da cultura da dieta que restringe muito a alimentação ou causa compulsões alimentares. Além disso, rotular alimentos de forma generalizada não considera as necessidades nutricionais individuais.

4. Evitar eventos sociais

Para não abandonar a dieta, algumas pessoas evitam sair de casa ou participar de eventos, como festas e jantares. Geralmente, o medo de ser julgado por suas escolhas alimentares ou de ser pressionado a comer são fatores que fazem com que a pessoa evite essas situações.

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Estar em casa pode ser uma forma de evitar as tentações dos alimentos proibidos e dá a sensação de controle sobre o que é consumido.

5. Praticar atividade física em excesso

Realizar exercícios regulares é uma prática recomendada para manter a saúde. Porém, quem tem algum tipo de transtorno alimentar pode exagerar na atividade física como forma de compensação. Sendo assim, podem se exercitar em excesso para queimar calorias extras ou evitar ganhar peso após comer.

6. Querer se punir ao sair da dieta

Outro comportamento comum é a mentalidade do "tudo ou nada" em relação à alimentação, na qual as pessoas acreditam que devem seguir rigidamente uma dieta específica e se punir quando "fracassam".

7. Só consumir a própria comida

Em alguns casos, pessoas com transtornos alimentares apresentam comportamentos restritivos em relação à preparação de suas próprias refeições. Essa é uma estratégia para ter um controle mais rígido sobre a ingestão de calorias e nutrientes.

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Dessa forma, o indivíduo só consome alimentos que ele sabe exatamente como foram preparados: quantidade de sal, óleo, gorduras e açúcar, além do tamanho das porções.

8. Realizar dietas restritivas

As dietas restritivas eliminam ou limitam bastante o consumo de alguns alimentos, como carboidratos, gorduras e açúcar. Quem tem algum tipo de transtorno alimentar costuma consumir poucas calorias por dia para evitar engordar.

No entanto, para que a perda de peso seja sustentável, ou seja, evitar que engorde novamente pouco tempo depois, é importante manter o equilíbrio e buscar orientação profissional.

De forma geral, dietas restritivas deixam a pessoa com fome e não são eficazes para manter o peso.

Quando procurar ajuda

Um sinal importante de transtorno alimentar é quando a vida gira em torno dos alimentos. Geralmente, pensa-se constantemente no que irá comer, calorias consumidas e também no peso e medidas corporais.

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O comer transtornado causa sofrimento e sentimentos de fracasso quando não se segue a dieta. As pessoas buscam um padrão passado como ideal e não levam em consideração a genética, a rotina e os fatores econômicos que interferem no peso. Geralmente, elas perdem o equilíbrio, ou seja, comem em excesso ou fazem restrições alimentares severas. Aline Bentes, nutricionista clínica do Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (AP)

Quando alguém apresenta os sinais de transtorno alimentar, é fundamental buscar ajuda profissional. Atualmente, existem psiquiatras, psicólogos e nutricionistas especializados em transtornos alimentares e no comer transtornado que orientam e criam estratégias para manter um plano alimentar saudável e a melhorar a relação com a comida.

"Quando há uma mudança drástica na rotina alimentar, compulsões alimentares, restrição de alimentos e alterações no corpo repentina (ganho ou perda de peso excessiva), é a hora de buscar ajuda. Quanto antes, melhor o prognóstico. Cada pessoa é única e é preciso se olhar como a sua própria referência, sem seguir padrões inatingíveis", complementa Figueiredo.

Como emagrecer com saúde

De forma geral, para emagrecer sem prejudicar a saúde, é necessária uma mudança no estilo de vida. O primeiro passo é buscar ajuda profissional para receber orientações adequadas e de forma individual. Veja abaixo algumas dicas:

A reeducação alimentar deve ser realizada com a orientação de um nutricionista.

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Evite fazer dietas por conta própria.

Adote uma alimentação equilibrada, com vegetais, proteínas magras, grãos integrais e gorduras saudáveis.

Faça as pazes com a comida e não exclua alimentos das refeições.

Lide com as emoções sem usar a comida como compensação.

Perceba quando está com fome e pare de comer assim que se sentir saciado.

Pratique atividade física regularmente, mas sem excessos —o ideal é realizar pelo menos 150 minutos por semana.

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Durma bem para regular os hormônios responsáveis pelo apetite e funcionamento do metabolismo.

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