Às vezes, minha cabeça dói demais. Enxaqueca muito forte pode matar?
Daniel Navas
Colaboração para o VivaBem
11/06/2024 04h00
Não, enxaqueca não causa morte. As cefaleias associadas à morte são as chamadas cefaleias secundárias, que são causadas por eventos vasculares, como a ruptura de um aneurisma (dilatação anormal de uma artéria).
Usar medicações erradas durante as crises de enxaqueca, que é uma cefaleia primária, pode até aumentar o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas ainda assim não pode matar.
Por outro lado, a persistência e intensidade da dor de cabeça são fatores que podem interferir de forma profunda na qualidade de vida da pessoa, causando baixo rendimento no trabalho e nas relações pessoais.
Por isso, se você ou alguém que você conhece sofre de enxaqueca e faz uso de pelo menos três doses de analgésicos por semana, procure o acompanhamento de um neurologista.
O que causa enxaqueca
A enxaqueca é uma doença genética e está relacionada a uma menor capacidade de regulação dos sensores de dor no cérebro. Além disso, a cefaleia pode ser mais forte e mais frequente quando alguns gatilhos são ativados, como:
- Sedentarismo;
- Alimentação irregular com excesso de produtos industrializados;
- Estresse;
- Insônia;
- Baixa ingestão hídrica;
- Uso excessivo de álcool;
- Insolação;
- Jejum prolongado.
Tem tratamento?
Os tratamentos para pacientes com episódios frequentes e intensos de enxaqueca se baseiam em uso de medicamentos para regular os sensores de dor presentes no cérebro e mudança no estilo de vida (boa hidratação, alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e meditação).
Além disso, também são indicados:
- Meditação
- Gerenciar melhor os conflitos do cotidiano
- Ter sono de boa qualidade
Já quando a enxaqueca está associada a transtornos psiquiátricos, é fundamental o acompanhamento psicoterápico. Sem esquecer, claro, do acompanhamento médico. Isso porque, em diversos casos, o uso de medicações preventivas tem papel relevante no tratamento da cefaleia.
Fontes: Franciluz Bispo, neurologista do HU-UFPI (Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí), unidade da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), em Teresina, no Piauí; Léo Pires Cortez, neurologista do HGCC (Hospital Geral Dr. César Cals), em Fortaleza.
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