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Ficar sem calcinha é bom, mas quando usar, prefira as indicadas por médicos

Imagem: iStock

Danielle Sanches

Colaboração para o VivaBem

11/06/2024 04h00

O uso de roupas íntimas pela humanidade não é novo. Na verdade, há registros de que, na Antiguidade, já se fazia uso de algumas peças —diferentes do que vemos hoje, é verdade— para proteger as partes íntimas.

Sabe-se, por exemplo, que Rei Tutankamon, do Egito, foi enterrado com 145 peças íntimas muito semelhantes ao modelo de cueca boxer atual. Já as mulheres também usavam uma espécie de tanga feita de linho na Antiguidade.

A calcinha como conhecemos só foi se firmar de fato por volta de 1550, quando a então esposa do rei Henrique II da França, Catarina de Médici, lançou moda ao usar uma proteção para suas partes íntimas que a permitisse montar em seu cavalo de lado sem entregar uma visão indiscreta da sua vulva.

O longo dos anos, o acessório foi evoluindo e se tornou também um símbolo de sexualidade —e até de opressão. Um estudo de 2006, por exemplo, mostrou que mulheres se esforçam e passam um bom tempo escolhendo a melhor roupa íntima para cada ocasião.

Há ainda as peças —nem sempre confortáveis— que servem para modelar o corpo feminino, escondendo ou disfarçando gordurinhas, escondendo a barriga, aumentando o bumbum e por aí vai.

É melhor usar ou não?

A resposta correta é: depende. "Isso depende de preferências pessoais e de fatores de saúde", pondera Flávio Costa, médico da área de ginecologia e obstetrícia do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, que atua na unidade de Largo do Tanque, em Salvador, na Bahia.

De acordo com ele, o uso da calcinha pode fornecer suporte e proteção para a mulher, deixando-a mais segura no dia a dia. "Por outro lado, ficar sem o item permite maior ventilação na área íntima, o que reduz a umidade e pode ser benéfico para a saúde vaginal", afirma.

Isso ocorre porque o excesso de umidade e a falta de ventilação criam um ambiente perfeito para a proliferação de fungos e bactérias que provocam infecções nas mulheres. Por isso, a maioria dos médicos recomenda que a mulher fique, sim, um período do dia sem usar calcinha.

Uma forma de fazer isso sem comprometer o conforto da rotina é deixar de usar o item apenas na hora de dormir. "É o melhor momento para ficar sem calcinha", opina Altamiro Ribeiro Dias Jr., chefe do Departamento de Ginecologia do Hospital Santa Paula, em São Paulo. Segundo ele, esse hábito já é suficiente para ajudar na prevenção de infecções vaginais e urinárias na mulher.

Como escolher a calcinha?

Para o dia a dia, a recomendação dos especialistas é que a calcinha seja feita de algodão —a trama do tecido permite que o ar circule melhor na região da vagina. Já os tecidos sintéticos, como poliéster e náilon, devem ser evitados justamente por não permitirem essa ventilação, o que provoca um abafamento e um ambiente perfeito para proliferação de fungos e bactérias.

Outras dicas incluem:

Tamanho adequado: escolha uma peça que se ajuste bem ao corpo sem apertar. "Calcinhas muito apertadas podem causar irritação na pele, problemas de circulação e ainda aumentar a temperatura e a umidade vaginal, aumentando o risco para infecções", alerta Costa.

Modelo: escolha um modelo que privilegie o conforto e dê suporte adequado para as suas atividades do dia a dia. "Deixe as peças fio dental e mais justas para ocasiões especiais, em que o uso é limitado", orienta Dias Jr.

Higiene: opte por calcinhas que sejam fáceis de lavar e de passar.

Quando buscar ajuda médica?

Quando notar que existe algo fora do normal. A vagina da mulher é uma região naturalmente úmida e que possui uma secreção específica. Mas quando há alguma infecção na região, essa secreção muda de características e pode apresentar mau cheiro e coloração amarelada ou leitosa, por exemplo (dependendo do agente causador).

Outros sintomas de alerta incluem:

Coceira persistente ou intensa na região genital;

Corrimento anormal em termos de cor, cheiro e/ou quantidade;

Dor ou desconforto na região pélvica;

Irritação ou feridas na área genital;

Sensação de queimação ao urinar.

Na presença de um ou mais desses sintomas, é importante que a mulher busque auxílio médico para uma avaliação e, se necessário, iniciar o tratamento para combater o problema.

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